Capitulo 61
No dia seguinte, decidi que era hora de contar tudo aos meus pais, aproveitando que todos estavam contando novidades no jantar.
Manu contou que passara numa prova para uma escola profissionalizante, Leonardo e Amannda assumiram o namoro - finalmente.
- Gente, é .. minha vez. Eu queria informar a vocês que, pode parecer loucura mas, vou embora com o Bernardo para Madrid.
Todos me olharam confusos, desacreditados, mas a mais afetada foi Manu.
- O que ?! Que brincadeira é essa ?
- Eu .. vou explicar. É tudo pelo Luan. No dia em que o contrato dele foi fechado com a gravadora americana, Pedro me examinou e descobriu que eu estou grávida, um pouco mais de um mês. - suas expressões se arregalaram mais ainda - Agora, pensem, nós ainda não assumimos o namoro para evitar escândalos, e eu apareço grávida ?! Seria o fim para a carreira dele, contratos cancelados, perda de publicidade, a aversão dos fãs, me acusando de golpista. Eu nunca faria ele passar por isso. Esconder dos fãs está fora de cogitação. A única saída, é ele pensar que eu estou com Bernardo, que se ofereceu a me ajudar, sem saber de nada, assim o manteria longe. Eu o amo a ponto de não ser capaz de interromper o sonho da vida dele, a qualquer custo.
Passei os olhos por cada rosto, com o mesmo choque, mas pude perceber que todos entenderem cada palavra. A primeira a quebrar o silêncio foi Manu.
- Mas ele vai sofrer ..
- Eu sei, mas eu prefiro que ele sofra agora, e logo se ajeite, do que sofrer pouco a pouco, pra sempre.
- Eu .. faria .. o .. mesmo ..
- De jeito nenhum ! - meu pai se manifestou - É uma loucura muito grande ! Ele tem que assumir essa criança !
- Ele não vai te perdoar, isso é muito arriscado ! - disse Amannda.
- E se ele ver o bebê ? - disse Léo.
- Eu sei pai, o senhor pode discordar, mas eu vou assim mesmo.
- Ela tem razão, Lawrence. - minha mãe interviu - Ela já é adulta, e sua decisão é muito nobre. Eu te admiro demais. A única coisa que faremos, é te ajudar quando precisar.
- Obrigado mãe. - nos abraçamos em lágrimas.
Nos dias que se passaram, eu não falei com Luan. Sua agenda estava cheia como nunca e qualquer coisa que eu ouvisse dele, me faria desistir de tudo.
Pedro, logo se tornou meu confidente, escondendo até de Bruna sobre minha decisão, combinando de ser meu médico durante toda gravidez, me visitando de 15 em 15 dias em Madrid e acompanhar o tratamento com o médico profissional.
Capitulo 62
(Contado por Luan)
1° de maio amanheceu chuvoso em Londrina. Eu acordei mais tarde, pois estava de folga.
Todos já estavam a mesa tomando café - inclusive Pedro que chegara mais cedo - quando liguei na casa de Marianna. Enquanto chamava, pensava em uma recompensa por não ter tido tempo pra ela durante tantos dias.
- Alô. - a voz de Manu estava abalada.
- Oi Manuzinha, meu amor ! Como minha nega tá ? Adivinha quem é !
- Não sei .. quem seria ..
- O cunhado mais lindo do mundo uai !
- Ah Luan, é você, hahaha, eu tô bem, obrigado.
- Tá, e sua irmã, cadê ?
- Ah, a .. Mari .. ?
- É sua unica irmã, né ? haha
- É, é sim .. eu .. acho que você não devia ter ligado.
- Como assim Manu ? Cadê a Marianna ?
- Eu não sei. Não sei mesmo, ninguém quis me contar, por causa de você, mas .. ela foi embora, pra algum lugar. Não sei porque, mas ela foi. Levou tudo. Eu tô aqui, impotente, desesperada. Não queria ser eu a te dizer isso.
- Que brincadeira é essa Manuella ? Não tô achando graça, chama a Marianna agora !
- Eu tô falando sério Luan, eu sinto muito ! - ela começou a chorar, e de repente eu percebi que falava a verdade - Eu acho que eles estão no aeroporto daqui de Floripa, eu sinto muito Luan. De verdade. Se você quiser um amigo .. - a voz interrupta dela se tornou um plano de fundo para os mil pensamentos que passava na minha mente.
- Eu vou lá. Tchau Manu.
- .. apesar de .. o que ? Luan ? - desliguei o telefone sem responder e sai afobado, sem avisar ninguém, com a roupa que dormi, desesperadamente desejando que tudo fosse uma brincadeira.
Bruna e Pedro entraram no carro, perguntavam o que aconteceu, mas eu não respondia. Eles foram comigo.
Nada fazia sentido. Estava tudo perfeito ! Ela teve uns mal estares e voltou pra casa, será que ela me odiou por isso ? Procurei na mente algo que tivesse dito que a tivesse magoado, mas tudo que eu fazia era ama-lá. Será que tinha algo que eu não sabia ? Se fosse a ausência, eu compensaria.
Voando na estrada para Florianópolis, senti que a partir daquele dia, nada mais seria igual.
Capitulo 63
Nossa chegada repentina, naquele estado causou tumulto no aeroporto. Logo encontrei Sandra, Lawrence, Leonardo e Amannda, emocionados, mas logo chocados ao ver minha irmã, meu cunhado e eu ali.
- Cadê ela ? Pra onde ela foi ? Porque ela foi ?
- Luan, vem cá. - Leo, que nunca fora de tanta intimidade, colocou as mãos no meu ombro, solídário por um motivo que eu desconhecia, me entregou um papel. E uma caixinha vermelha que reconheci com dor. - Ela sabia que você viria, e deixou isso. Sinto muito.
" Luan. Estou bem longe agora, com Bernardo. Não se pergunte nada, você não fez nada. É minha ultima prova de amor. É o melhor, talvez, um dia, você vá entender. Como prova do seu amor, não me procure. e principalmente, siga sua vida, da melhor maneira possível, por mim. Eu te amo e te vivo, nunca se esqueça. Pra sempre sua, Marianna."
Abri a pequena caixinha, e lá estava o que eu temia : sua aliança.
Repórteres chegaram, e atordoado, fui arrastado de volta para o meu carro sem falar nada.
- Luan, o que aconteceu, me conta !
- El .. ela foi embora, ela foi embora Bruna, foi embora ! - Cai nos braços da minha irmã, a unica que eu permitia me ver chorar. - Ela me deixou, de novo !
A dor latejava no meu peito, como se tivesse sido atingido fisicamente. Apanhar dos ladrões de Sergipe, a noite noite, seria pouco. Eu já tinha ido longe demais, amado demais, não era mais possível viver sem ela. Eu era dela, eu era ela.
Pedro dirigiu de volta pra Londrina.
Capitulo 64
Contado por Bruna
- Pedro, Você sabe alguma coisa sobre isso ? - perguntei a ele quando Luan já estava no quarto.
- Porque eu saberia ?
- Você é o médico e amigo dela. EU não acredito nesse papo de "não se pergunte nada" , não faz sentido, e você sabe disso!
- Você tá certam, eu sei pra onde ela foi. Mas eu não vou contar, nem pra você nem pra ninguém, porque ela não ia voltar atrás, e o mínimo que eu podia fazer era dar assistência ao bebê. Tudo isso foi por amor ao seu irmão, e eu faria o mesmo por você.
- Mas ele vai sofrer sem ela !
- Ele vai sofrer mais com ela ! Por favor, não conta pra ele !
- Mas eu não sei onde essa história vai dar, o que vai acontecer com ele ..
- Vai ficar tudo bem, me dá um abraço. -o abracei, preocupado com o futuro do meu menino.
- Eu vou falar com ele.
Subi para o quarto dele, e na porta, consegui ouvir seu choro alto, partindo meu coração em mil pedaços. Na minha pré-adolescência, tive problemas por sentir "ciúmes" de toda atenção que ele recebia, mas no fundo, ele era e sempre foi meu ídolo, além de irmão. Mesmo mais velho,eu cuidava dele, e eu nunca vira ele sofrer assim.
- Luan, eu posso entrar ? - nenhuma resposta. Abri a porta, devagar, ele estava com a mesma roupa, com a cara enfiada no travesseiro. - Eu quero conversar com você.
Capitulo 65
(Contado pelo Luan)
- Eu não quero falar.
- Ei .. vem cá. Deita aqui. - ele se deitou no meu colo, virado pra mim. Enxuguei suas lágrimas - Ei, irmão. Eu quero que você levante daqui e lave o rosto, vista uma daquelas roupas novas que compramos e um belo sorriso no rosto, porque você tem um show muito importante. Lembra ? Eu não estou sendo insensível, é só assim pra você pelo menos fingir que pode viver sem ela. Lá, tem 3 milhões de fãs esperando por você, e elas, elas Luan, nunca vão te abandonar ! Você pode estar triste, mas sabe de uma coisa ? Vá compor, vá pra uma balada, viva da melhor maneira que você puder, foi o que ela pediu, e eu estou pedindo.
Assenti, "engolindo" o choro. Adormeci, e quando acordei, estava coberto no travesseiro, sozinho no quarto, e Dagmar me ligando para encontrá-la para o show.
Abri as janelas, e lavei o rosto. Estava disposto a dar minha ultima prova de amor a ela. Eu não desistiria de encontrá-la, onde quer que estivesse, mas não deixaria ela saber que eu morreria aos poucos enquanto estivéssemos longe. Ela estaria melhor sem mim, melhor com Bernardo, como disse no bilhete. Mas seria mais difícil que qualquer outra coisa.
Talvez um dia passasse a saudade, e eu me acostumaria. Talvez eu encontrasse alguém curasse a cicatriz que acabara de ser aberta em mim. Talvez um dia , eu entenderia o verdadeiro motivo de sua partida. Li o bilhete mais mil vezes antes de jogá-lo no fundo da gaveta.
A parte mais dolorida, definitivamente era "Estou bem longe agora, com Bernardo ." . Nada era pior que imaginá-la nos braços de outro. Ele nunca a faria tão feliz quanto eu.
Me arrumei da melhor maneira que eu encontrei, peguei meu telefone e passei os olhos vagamente pela lista telefônica, até que um nome me chamou atenção.
- Alô. Oi Renata, é o Luan, lembra de mim ?
Capitulo 66
- Luan ? Luan .. Luanzinho ? Meu Deus, se não fosse pelo sotaque, quanto tempo !
- Haha, é, muito tempo né ! Eu liguei pra te perguntar pro meu show hoje aqui em Cotia, vamos lançar umas musicas novas, e eu queria te ver, conversar ..
- Ah Luan, que legal, também estou morrendo de saudades, não nos vemos desde que morava em Assis, eu vou sim, pode me esperar ai !
- Ok, quando chegar procura o Junior, ele te leva no camarim.
- Tá, mas .. eu tava falando com a Bruna, ela disse que você tava namorando .. como vocês estão ?
- Ah não, não to não tá ? Esquece isso.
- Ta então, haha, até de noite, beijo gato !
- Ok, beijo, tchau.
Ocupei todo meu dia ensaiando para o novo show. A dor da partida era recente, e era onipresente. A primeira solução era outra mulher, o que me moveu a ligar para Renata. Eu tinha consciência que nenhuma delas chegaria aos pés da perfeição de Mari, e eu nunca esqueceria , mas eu precisava me refugiar no Luan de antes dela.
- Luan, sua amiga acabou de chegar.
- Manda ele entrar !
Renata entrou, quase irreconhecível no camarim. Na época que morei em Assis, ela muitas vezes demonstrou interesse por mim, mas eu estava apaixonado pela minha primeira namorada, e nunca lhe dei mais que minha amizade, mesmo sendo sempre linda. Ela era hoje, uma mulher exuberantemente linda, de longos cabelos loiros lisos e olhos azuis, um corpo que chamaria atenção de qualquer homem e mulher. Fitei descaradamente seu corpo da cabeça aos pés, percebendo como o tempo lhe fizera bem. Mas era frustante, que nem mesmo assim, ela ficava tão linda quanto Marianna.
- Não precisa babar, Luan.
- Hahaha .. er .. oi Rê ! tudo bem ? - ela me abraçou e me deu um beijo no rosto.
- Melhor agora. Testa, compra um miojo pra mim ? - dispensei ele. - Mas me conta, como você tá ? Tá diferente, quanto tempo !
- Eu to bem, verdade, muito tempo ! Você só mudou fisicamente né, porque ainda é caipira e bobão !
- Hahaha, pode ser. Você também tá linda demais!
- Eu tentei te ligar, mas você é impossivel! Eu queria dizer o quanto fico feliz vendo seu sucesso que eu vi você sonhar tanto, e que eu ..
- Hahaha, obrigado de verdade, mas não se preocupa, você tá aqui agora .. - então a beijei.
Capitulo 67
(Contado por Marianna)
Dia 1º de maio amanheceu chuvoso em Santa Catarina. Logo muito cedo eu estava no aeroporto com Bernardo e meus pais. Não contei a Manuella onde iria, porque ela imediatamente ligaria pro Luan.
Todos tentavam me apoiar, mas no fundo, ninguém me entendia.
- O que você falou pra ele ?- Bernardo disse quando estávamos dentro do avião.
- Deixei um bilhete.
- Dizendo .. ?
- Que ele estaria melhor sem mim.
- Você .. tem certeza disso ?
- Sim.
- O avião vai decolar, e .. vai ser só nós dois.
- É. É o certo.
Ele me abraçou quando o avião decolou, e eu ia deixando toda minha felicidade a milhares de pés de altura.
...
Capitulo 68
Chegamos em Madrid as 11 da manhã do dia 2 de maio. Bernardo se ofereceu para passar a noite comigo no hotel improvisado antes de se fixar no Centro de Treinamento do time.
Os dias se passaram. Era cada vez mais difícil encontrar motivos para seguir. Mas havia um, e estava dentro de mim, dependia de mim.
Devido ao meu renomado currículo, consegui logo um emprego em uma boutique. Logo me mudei para uma pensão, onde haviam muitos brasileiros.
Me adaptei rápido ao fuso-horário.
Bernardo ficava o tempo todo no CT, mas todo tempo livre vinha em casa ou me ligava.
Ele fazia de tudo para não me ver triste, e eu tentava mostrar que ele conseguia. Perto dele, era como se abafassem a dor.
Na hora vaga, escolhíamos nomes para o bebê, que ficou decidido que não teria o sobrenome dele, caso o verdadeiro pai quisesse assumir. Não considerei a ideia.
Andávamos pelas ruas de Madrid a noite,seu ápice de beleza, era romântica e reluzente.
Assim eu seguiria .. talvez, pra sempre.
Capitulo 69
(Contado pelo Luan)
Tive espeço vago na mente para perceber como o beijo dela não era nem um terço bom quanto o de Mari. Não tinha musica. Não tinha vontade de prende-la ali. Era, quase doloroso.
Me senti um idiota, futil e infantil chamando outra mulher para ir comigo para po hotel no mesmo dia que fui abandonado, mas o fiz. Era a unica maneira, de em algum momento, abafar a dor, mesmo que superficialmente, momentaneamente.
No show daquela noite, deixei todo o oceano de emoções sair pela minha voz. Senti na pele a verdade das palavras de Bruna "... elas nunca vão te deixar." A partir daquele dia, qualquer tipo de amor que eu tivesse ainda dentro de mim, seria pra elas.
Na noite seguinte, outro show, outra mulher, outro telefone jogado no lixo. Assim eu comecei a seguir, frio e puramente interessado. Eu não as via mais como antes.
Assim, eu disfarçava a dor.
Capitulo 70
(Contado por Marianna)
Em uma noite quente, eu estava sozinha em meu quarto, vendo TV.
Um filme repetido, em espanhol. Eu estava distraída, mas uma voz vinda dos comerciais me chanmou atenção. Não, não era possível. Bem ali, na minha frente, passava a propaganda do CD novo do Luan. Eu não estava preparada, depois de tantos dias fugindo, ele aparece, ali em Madrid. Me lembrei de como esperamos pelo lançamento daquele CD. Foram apenas alguns segundos, suficientes para ne fazercomeçar a chorar, e perceber o quanto necessitava saber noticias dele. Ele parecia muito bem. Liguei o notebook, e pesquiser seu nome.
Como eu esperava, o CD era o mais vendido do Brasil, e em breve, chegaria a outros países. Ele estava ainda mais lindo, forte, devia estar malhando, como indiquei. Como não tinha como comprar um CD ali, e Bernardo não aceitaria, decidi ver alguns vídeos. Eu não tinha noção do quanto sentia saudades. Cada segundo que ouvia sua voz na tela do computador, cavava mais fundo o buraco no meu peito.
Em quase todas as matérias, ele afirmava que não tinah encontrado a pessoa certa. Isso deixou meu coração pequeno como um grão de areia.
No fim da pagina, um clipe da musica Te Vivo. Fiquei feliz, pois ele aprendeu a tocar piano como desejava. Decidi tentar uma coisa. Coloquei o notebook no colo, de modo que ficasse bem perto da barriga. A musica rolava junto com as minha lágrimas, quando senti algo diferente. Se mexendo. Dentro de mim.
- Filho .. você .. mexeu ?
Capitulo 71
Coloquei a mão trêmula na barriga, pra ter certeza se tinha imaginado aquilo. E ele mexeu de novo.
- Meu Deus ..
A musica ainda rolava, e eu tive certeza de duas coisas : a primeira, era que Luan via aquele momento, de alguma forma. E a segunda, era que, de alguma outra forma, o bebê sabia que quem cantava era seu pai. Nada era mais sublime que aquele momento. Absolutamente nada.
Liguei pra Bernando, e contei a novidade. Ele custou a acreditar, e eu pude jurar que ele estava chorando no telefone.
- Ele sabe quem é o pai, eu acho. - ele disse.
- Ou então, será um grande fã.
- Isso vai ser um problema. - rimos.
E durante mais noites, eu repeti a ação, e mais uma vez ele mexeu. Era fascinante.
Capitulo 72
(Contado pelo Luan)
Os dias passavam voando, enquanto eu mergulhava em musica. Eu estava diferente, e todos notavam. O disco novo era o que mais me recompensava.
Nesse tempo, eu fiquei com muitas garotas. Toda noite, levava uma pro hotel, apenas para não dormir sozinho, mas estava frequentemente com Renata, que era a melhor compainha que eu podia ter no momento. Por me conhecer a quase dez anos, eu confiava nela, me sentia bem com ela, mas nunca contei sobre Mari.
Saíamos sempre, como amigos, ríamos e conversávamos sobre antes, por horas sem notar. Quando rolava um clima acabávamos ficando, mas sem compromissos, cobranças e ciumes.
...
Alguns meses se passaram, e eu estava no camarim do show em Florianópolis atendendo as fãs, quando uma especial entrou.
- Não acredito, Manuella !
- Ooi Luan ! - ela me abraçou. Ela parecia TANTO com a Mari ! Eu não estava preparado.
- Como você tá guria ?
- To bem, to bem, e você ? Tá bem ? - entendi a complexidade da pergunta.
- Indo.
- Você tá tão diferente, todo mundo vê.
- Tô indo. Mas e seus pais, como tão ? O Léo ?
- Estão bem, com saudades de você.
- Hahaha, manda um abração pra eles !
- Tá, pode deixar. Bora de foto ?
- Agora. - tiramos a foto.
- Tchau Luan, aparece lá em casa quando quiser viu ? Um beijo, se cuida.
- Beijo beijo linda ! - ela foi saindo, e eu não segurei. - Manu !
- Oi.
- Como ela tá. - fiz uma careta. Ela sorriu.
- Bem. Ou pelo menos tenta. - apenas sorri, e ela saiu.
Capitulo 73
(Contado Pelo Luan)
Uma certa manhã de folga em casa, acordei mais cedo e desci em silêncio, crente que todos ainda estavam dormindo, mas ouvi o celular de Bruna - que tomava café - tocar, e parei atrás da parede para ouvir, mas o primeiro nome me fez correr a mesa.
- Marianna ? Meu Deus, é você mesmo ? Que saudades! - eu não conseguia ouvir ela, e tentava pegar o celular, mas Bruna me batia - Eu tô bem sim. Sim, o Pedro também. Meus pais também. O Luan .. - ela me olhou e eu sorri imensamente, enquanto fazia gestos pra ela dizer que eu estava mal - .. ele tá bem sabe, mas sente sua falta, todo mundo vê. É, eu sei que você também sente. É, é. Mari, perai, eu vou sair lá fora antes que alguém escute.
Ela saiu correndo de mim, trancando a porta da varanda por fora. Fiquei batendo, amas ela não ligou. Desisti, voltei pra cozinha e fiquei esperando.
- Com uma irmã dessa, quem precisa de inimigo.
- Falando sozinho Luan ? - ela disse quando voltou.
- E ai ? O que ela disse ? Ela perguntou de mim ?
- Como se você não tivesse escutado.
- Eu tô falando depois que você saiu !
- Porque você acha que a gente ia ficar falando de você, seu convencido ?
- Bruna, você é muito má, para de me torturar muié ! - ela riu.
- Calma Luan. Ela disse que eles vão vir pra cá, pro Brasil, e quer me ver.
- Hãn ? Ela tá morando fora do Brasil ? Onde ? Ela vai voltar ?
- Sim, mas eu não sei onde. Não, vão vir apenas ver o show do Bruno Mars comigo e o Pedro.
- Tá, mas quando você diz "eles" .. ?
- Ela e Bernardo.
- O que aquele mané quer aqui ?
- Eles são namorados Luan. E você, não vai fazer nada.
Não respondi mais, e subi as escadas marchando, os olhos lacrimejando, e o peito latejando.
- Alô, Rê ? Oi, é o Luan. Se arruma que eu tô passando ai pra gente almoçar junto, quero te falar uma coisa.
Capitulo 74
Algumas horas depois, estávamos almoçando no restaurante do condomínio mesmo.
- Rê eu .. não sei .. como falar isso.
- Luan, você tá nervoso ? Calma, sou eu, pode falar qualquer coisa,
- É, sabe Rê, é que a gente se apegou bastante esses meses, e sua companhia me fez muito bem. Você é maravilhosa e me entende como poucas pessoas. Entende eu e meu trabalho, a gente fica só, de vez em quando e isso não tá certo, você não é qualquer uma. Eu quero alguma coisa sólida, eu quero oficializar. Você .. quer namorar comigo ?
Imediatamente ela sorriu.
- Nossa .. por essa eu não esperava ! Eu também gosto e sempre gostei muito de você, eu .. aceito.
- Ah, que bom ! - suspirei aliviado. - Espero que se acostume a minha .. - ela me interrompeu.
- Relaxa Luan ! Vai dar tudo certo ! - forcei um sorriso.
Não estava nos meus planos um outro namoro. Mas ela era boa, e eu precisava urgentemente seguir minha vida pessoal. Uma pequena parte de mim, me chamava de tolo.
- Já tenho um programa pra gente. - eu disse.
- Ah é, o que ?
- Um show do Bruno Mars, no Rio, esse finde, bora ?
- Bora !
Voltei pra casa logo, e contei pra todos que estavam reunidos.
- Que ótimo filho, espero que essa garota te faça muito bem, e tire essa tristezinha em você.
- Obrigado mãe.
- Você tem certeza disso, Luan ?
- Tenho sim pai.
- Felicidades então. - eles me abraçaram e saíram, deixando eu e Bruna sozinhos na sala. Ela olhava pras unhas, fazendo um gesto de desaprovação com a cabeça.
- Que que é trem !?
- Luan, você não tem jeito mesmo. Parece um adolescente bobo fazendo ciumes pra ex ! - levantei uma sobrancelha desacreditado - Eu até gosto da Renata, mas não acho justo você assumir um compromisso sério pra fugir do seus problemas !
Respondi mostrando a lingua. Ela revirou os olhos e finalizou.
- Eu quero que você seja feliz, irmão.
Capitulo 75
(Contado por Marianna)
- Mari, vamo patinar ?
- Oi ? Hãn ? Hoje Bê ?
- É, vamo ! Encontrei uma pista perto daqui, e lembra como a gente era bom nisso ?
- Verdade, é. Tá, vai , vamo !
Bernardo passou em casa meia hora depois. A noite estava muito fria, coloquei muitos casacos, cachecol e protetor de ouvidos. Fomos para a pista perto do Centro de Treinamento dele, que estava lotada .. de casais.
- Bê eu .. não sei se me lembro como faz isso. - eu disse enquanto colocava os patins.
- Lembra sim, vem, dá a mão.
Começamos pegando equilibrio, depois velocidade devagar, até pegar o jeito e deslizar mais rápido. Bernardo não desgrudava da minha mão.
- Toma cuidado Mari, devagar ! Você não pode cair !
Ríamos sem parar. Há tempos eu não me sentia assim. Havia me esquecido porque gostava tanto de Bernardo na adolescencia. Perto dele, era menos horrível viver longe do Luan.
- Você lembra daquele passo de dança no gelo ?
- Não sei Bê, acho que não.
Como se eu não tivesse dito nada, passou a mão pela minha cintura e começamos a rodar, rodar, rodar e rodar, até cairmos no chão, rindo. Ele me segurou para que eu não batesse contra o gelo.
Me vi ali, cara a cara com ele como não havia estado desde o reencontrara, depois de tudo que estavamois passando juntos. Pouco a pouco, ele se aproximava. Eu prometi que iríamos como amigos, mas agora era claro que ambos queriam. Quando estávamos proximos suficiente, ele passou a mão na minha nuca, e acabando com o resto da distancia entre nós, tocou meus lábios.
Senti um choque me percorrer dos pés a cabeça. Há tantos anos que eu não sentia seu beijo, que havia me esquecido como era. Não se comparava ao beijo do meu homem que estava bem longe, mas era diferente, quente, envolvente.
Depois de um tempo, nos afastamos aos poucos. Ele abriu os olhos depois. Nos levantamos e encostamos na parede, percebendo que estávamos no meio do fluxo da pista.
- Mari, desculpa, eu sei que você não queria que eu te beijasse, eu não faço mais, juro !
- Quem disse que eu não queria ? Relaxa. - sua expressão ficou surpresa e confusa.
- Hn ?
- Calma.- ele sorriu, aliviado.
- Já que é assim, eu posso dizer uma coisa ?
- Diga.
- Eu senti saudades, de você, do seu beijo. - eu sorri.
- Também senti saudades suas. - ele sorriu.
- Mas .. ele tinha ciumes de mim, não é ? - agradeci por ele não ter dito o nome.
- Não era bem ciumes, eu não sei direito. Falando .. nele, eu falei com a Bruna hoje, e esse fim de semana mesmo eu vou viajar pro Rio para acompanhá-la no show do Bruno Mars e visitar minha familia.
- O que ? Marianna, como assim, você não tem condições de viajar !
- Logico que estou em perfeitas condições , não estou doente ! Pedro disse que eu posso ir.
- Pedro, Bruna, Rio ! Eu sei que você não está doente, mas eu não vou estar lá pra cuidar de você, e sinceramente, se você quer sumir da vida dele, não adianta nada continuar com esse vinculo com essa familia ! E se ele for nesse show, hein ?
- Então .. esse é o problema ? Ele não vai no show, eu vou passar pelo Rio e Santa Catarina, bem longe dele ! E a Bruna e o Pedro ainda são meus amigos !
- Ah, eu não sei não ! Se ele souber que você está no Brasil, depois de ter desaparecido e deixado apenas um bilhete, ele vai querer ir atrás de você !
- Mas então, se é isso, vem comigo ! Se esse é o seu medo, vem, ele já tá achando que estamos juntos mesmo !
- Eu vou, eu vou mesmo. Mas .. se ele aparecer, vamos ter que fingir que estamos juntos, então ?
- É o que fizemos até agora.
- Mas foi teórico né !
- E isso vai ser algum problema pra você ?
- Na verdade, sim.
Capitulo 76
- Porque ? Você não gosta de mim nem pra tentar me ajudar nisso ?
- Não Mari, ao contrário. Eu juro que quando aceitei te trazer comigo pra Madrid apenas pra sumir da vista do seu namorado, eu tinha boas intenções. Eu admirei sua atitude, e aceitei, aceitei até criar teu filho. Mas .. esses meses aqui, nós dois e o bebê, sozinhos, tá me trazendo tudo de novo ! Na minha mente voltaram imagens da nossa história, e é fato que agora, eu .. sei lá mas, eu acho que .. eu estou gostando de você .. de novo .. ou talvez nunca tenha deixado de gostar. - Ouvi tudo calada, bouquiaberta. - Mari, ai Deus desculpa ! - ele deu um pulo e começou a falar desesperado - Eu não devia ter falado nada disso, eu devia ter ficado quieto, não vai embora por favor ..
Calei seu desespero com outro beijo. Processei cada palavra que ele disse, e era imutável que eu não conseguiria viver ali sozinha. Era tudo recente, mas era fato que a minha saida, era ele. Bernardo. Nos afastamos.
- Nossa ..
- Não precisamos fingir.
- Hn ?
- Bê .. eu não vou te pedir em namoro, mas eu queria tentar, tentar seguir minha vida nesse setor, e você tá sendo um verdadeiro anjo na minha vida, eu nunca vou conseguir entender como você aceitou embarcar nessa loucura, mas aceito que você é a pessoa certa. Eu seu que eu tô impossivel, louca, mas eu te prometo que vou tentar tornar tudo menos dificil. Volta pra mim Bê ?
Desse vez foi ele quem ficou calado.
- Fala alguma coisa, pelo amor de Deus ! - Ele sorriu.
- Eu quero MUITO que dê tudo certo nessa sua .. tentativa. E eu te prometo que vou cuidar de você todo minutinho, e eu nunca vou sair do seu lado, nunca nunca nunca!
- Nunca, nem pra ir no banheiro ?
- Ai sim - rimos e ele me deu beijinhos no pescoço.
Rodopiamos pela pista, tomamos um capucchino e ele me deixou em casa.
Capitulo 77
Naquela semana chegava o outono. Era uma tarde normal e fria. Eu trabalhava na boutique quando Bernardo me ligou.
- Mari, oi, é o Bernardo. Você consegue sair agora ?
- Como assim ? Porque ? Ainda faltam duas horas pro fim do expediente !
- Eu queira muito muito te mostrar uma coisa ! Inventa qualquer desculpa, você tá gravida e é a dona dos desejos, já já to passando ai.
Sem saída, procurei minha patroa e disse que estava com mal estar, e ela me liberou. Alguns minutos depois Bernardo chegou.
- Seu maluco, espero que seja uma coisa muito importante porque eu não gosto de mentir ! - eu disse entrando no carro. - ele apenas riu.
Rodamos por ruas que eu ainda não tinha passado, por um bairro afastado e bem simples.
Paramos em uma rua que logo a frente tinha uma bifurcação.
- É aqui ?
- Não. Desce do carro. - obedeci, e com os olhos tapados por Bernardo, seguimos até uma das entradas da bifurcação.
Me veio na mente, que a ultima vez que fizeram isso comigo, foi Luan no dia do nosso primeito beijo. Dor. Então fui tirada desses pensamentos pela voz dele.
- Eu estava vindo visitar um amigo e encontrei isso aqui, e pelo que te conheço, vai amar ! - ele livrou meus olhos, e eu de fato me senti em um filme.
Madrid tinha lugares lindos, mas nada se comparava aquilo. Uma das ruas da bifurcação, dava para a entrada de uma espécie de surburbio, que parecia o céu. Da rua feita de paralelepipedo, subiam arvores enormes, que iam quase até as nuvens, e suas copas de encontravam no alto, formando uma espécie de telhado natural e, com a chegada do outono, tudo estava marrom, amarelo e laranja, as folhas caidas nas calçadas, nos telhados das casas, deixando tudo um perfeito cenário. As casinhas, baixas, pequenas, e muito coloridas davam vida ao lugar.
- Meu Deus, nossa, que lindo isso aqui !
- Vem !- ele pegou minha mão e começamos a andar, conversando e comentando sobre o lugar.
As vezes ele parava e me dava um beijo. Eu estava ficando acostumada com ele. Um pouco. - Olha, uma bola ! - disse, feliz. Olhou em volta procurando pelo dono, mas só havia nós.
Lembrei que no começo, eu jogava com ele para seu treinador não dizer que o namoro atrapalhava, entçao eu treinava-o. Ele me passou a bola, e começamos uma partida.
- Já que você não vai ser makis engenheira nem cantora, pode ser jogadora !
- Ah tá, hahaha. Olha lá, olha !! - apon.tei, encantada pro esquilo que descia da arvore, relutante. Bernardo lhe ofereceu um amendoin do nosso pacote, e ele veio correndo, pegou e voltou correndo - Que incrivel !
- É ! Ei, aquele não é o carro da sua patroa ? - Olhei, e de fato o carro de Margarete adentrava a rua.
- Nossinhora, vem, vamo esconder ! - entramos atrás de um arbusto, e ficamos ali até o carro passar, e saimos rindo, voltando pro nosso carro.
Capitulo 78
(Contado pelo Luan)
A semana passou, e eu fazia de tudo para se um bom namorado para Renata. Ligava sempre que tinha tempo. Ela trabalhava em São Paulo, então não me acompanhava.
- Oi Rê, sou eu.
- Oi amor, tudo bem ?
- Tudo, queria te ver, e você como tá ?
- Com saudades ! Quando vamos nos ver ?
- Então, por isso te liguei. Vamos mesmo pro Rio no show do Bruno Mars com a Bruna e o Pedro ?
- Opa, agora !
- Agora não amor, sexta só , haha, voltamos no domingo. Vou acertar as coisas aqui então, tá ?
- Tabom, até lá, beijos te amo.
- Beijo. - como sempre, pensei em como simplesmente não conseguia dizer eu te amo a ela.
- Tsc tsc, Luan, seu crianção, vai mesmo só pra fazer ciúmes ? - a voz intrusa no quarto me fez saltar.
- Ai Bruna, que susto, desaprendeu a bater na porta ?
- Você gosta mesmo dela, ou só tá fazendo isso pra Mari não te ver sozinho ?
- Logico que eu gosto da Renata.
- Mesmo ? Porque você fala "Marianna" ao invés de "Renata" enquanto dorme ? - pigarriei.
- Para de inventar coisa Bruna. Tô indo comprar minhas passagens.
...
No avião, Renata dormia no meu ombro, Bruna com Pedro trás, menos eu. Foi inevitável então, que mil perguntas chegassem a minha mente. Como ela estaria fisicamente ? Se passaram poucos meses, não podia ter mudado. Será que sentia ou sentiria saudades ? Falaria comigo ? E se Bruna tivesse razão ? Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos.
- Luan, ce tá bem ?
- Desculpa te acordar, Rê, eu to bem, me abraça ?
Capitulo 79
(Contado por Marianna)
Me arrependi de ter aceitado o convite assim que entrei no avião. Não que eu não quisesse, ao contrário, eu queria muito ir. E isso não era justo. Luan não iria no show, mas meu coração gritava querendo encontrá-lo.
Quando pousamos, respirei aquele ar frio do inverno brasileiro, e quase chorei. Que saudades !
- Mari, aqui ! AAAA ! - ouvi, e avistei Bruna vindo em minha direção, correndo. Nos abraçamos forte. - Meu Deus, você tá linda ! Essa barriga, já tá quase aparecendo !
- Bu, você que tá, olha só esse cabelo ! Pedro, vem cá guri! - abracei ele também. - Tudo bem com vocês ?
- Tudo otimo, e você como tá ?
- Tô bem, um pouco cansadinha. Esse é o Bernardo. - eles se cumprimentaram e fomos pro hotel.
Fui direto pro quarto, liguei para minha mãe, combinando de vê-la antes de voltar e fui dormir, o resto do dia, afetada pelo fuso horário.
Acordei, a tarde estava no fim, mas ainda havia Sol e calor. Decidi ir pra piscina, coloquei um biquíni, um vestido, óculos de sol, sandália e fui chamar Bruna. Ela resistiu, mas eu insisti muito e ela aceitou ir comigo. No caminho estava estranha, desconversava tudo. Decidi não falar o nome do Luan naquele fim de semana. Paramos no quiosque para comprar água de côco, olhei pra trás enquanto o atendente trazia o troco, então o mundo parou.
Ao contrário do que eu esperava, ele estava lá. Luan estava no hotel, na beira da piscina, com os pés dentro da água, ao lado de outra mulher. Eles conversavam e jogavam água um no outro. Quando ele riu, e eu pude ouvir isso, meu coração por pouco não parou.
Ele estava lindo, de óculos, sem camisa e bermuda. Ainda não tinha perdido a timidez. Seu sorriso era sincero, era como o de antes. Não o de "antes comigo", o de "antes de mim". Visivelmente muito mais forte. Afagou os cabelos dela, e por instinto, coloquei as mãos nos meus, quase sentindo seu toque.
- Eu não acredito que ele veio mesmo ! Mari, me desculpa, eu não sabia ! - Bruna disse, me tirando do transe.
- Quem é ela ?
- Renata. Era afim dele na adolescência, pediu ela em namoro assim que soube que você viria pra cá.
- Bom dia meninas ! - Bernardo e Pedro se juntaram a nós. - Olha quem ai, não sabia que o Luan viria !
- Nem eu.
- Vamo lá falar com ele.
Então ele me viu.
Capitulo 8O
(Contado pelo Luan)
Então eu a vi.
Esplenda e maravilhosamente dando a volta na piscina, vindo em nossa direção. Os óculos escondendo a emoção que as mãos inquietas mostravam. Me choquei ao ver como seu cabelo havia crescido, e caiam em leves cachos compridos nas costas. Estava diferente, até no jeito de andar. A unica coisa que estragava a cena, era o homem ao seu lado, que um dia fora meu amigo, com os braços em volta dela, como se estivesse protegendo-a justamente de mim !
- Luan, eles disseram oi, tá dormindo amor ? - Renata estalou os dedos na frente do meu rosto.
- Ah , er - me levantei - Oi Bruna, Pedro. - cumprimentei-os. - Oi Mari. Bernardo. - Dei-lhes apenas a mão.
- Oi Luan. - Foi o que ela disse. Como meu nome ficava lindo na sua voz !
- E ai cara. - Bernardo respondeu. Fuzilei-o com os olhos.
- Renata, esse é o Bernardo e a Marianna, nossos .. amigos. Essa é Renata, minha .. namorada.
- Oi. Renata. - Marianna forçou, indiferente.
- Olá, prazer. Olá Bernardo, sou fã do seu trabalho, viu ?
- Obrigado !
Nos acomodamos novamente. Eu e Renata voltamos para a piscina, Bruna e Pedro entraram na água e Marianna e o sem sal sentaram nas cadeiras de praia atrás de nós.
Ficamos assim por um tempo, eu enchia Renata de beijos, e Mari parecia revidar, beijando ainda mais o sem sal. Era difícil demais pra mim ver aquela cena, mesmo assim eu sempre olhava pra trás.
Depois de quase uma hora assim, ela se levantou para entrar na piscina. Bernardo a ajudou a tirar o vestido, e no primeiro momento eu fechei o punho para não levantar e quebrar aquela cadeira na cabeça dele. No momento seguinte, fiquei deslumbrado com a imagem dela de biquíni, me lembrando do cheiro e da maciez que sua pele tinha pra mim. Não sabia se era pior tê-la longe ou tê-la perto, nos braços de outro.
Então, no momento seguinte, uma coisa me chamou a atenção.
Capitulo 81
O choque que tive ao olhar sua barriga me fez levantar. Estava levemente sobressaltada, com forma. Forma de uma mãe, de um bebê. Pisquei uma ou duas vezes para ter certeza que via certo. Arrumava o cabelo distraidamente, então não percebeu minha reação. Será que nos meses que ficou fora teve tempo para isso ? Era recente, mas era com certeza uma gravidez.
- Luan, ce tá bem cara ? - Bernardo perguntou-me.
- Seu desgraçado. - cuspi.
Deixei minha raiva e minha inconformação me levar. Levar meu punho até seu nariz achatado, fazendo-o cair no chão imediatamente. Eu queria bater mais, acabar com o cara que engravidou a MINHA mulher, mas Pedro e Renata me seguraram, e Bruna e Mari foram socorrer o rapaz no chão.
- Luan, você tá louco ?
- Ce tá maluco cara, se acalma irmão, se segura !
Todos me olhavam, sem entender. Mas eu havia entendido tudo.
- Seu idiota, porque você fez isso com meu namorado ? - as palavras dela fizeram meus olhos queimar, e eu abaixei para não deixá-la ver as lagrimas e tranquei os dentes. - Vamos embora daqui Bernardo.
Capitulo 82
(Contado por Marianna)
Estava indo tudo bem na piscina. Ou quase. Bruna e Pedro nadavam, Luan e Renata na beira da piscina se agarravam "revidando" cada carinho que Bernardo fazia em mim. Imaginei se era assim pra ele também. Era muito confuso e turbulento estar ali com os dois juntos. Mas quando decidi entrar na água - já que o Sol já partia - a cena mudou, e Luan estava com os punhos suja do sangue de Bernardo.
- Vamos embora daqui, Bernardo. - eu disse quando consegui falar.
Olhei nos olhos de Luan, e vi uma dor imensa neles.
Subimos, eu Bernardo e Pedro, que fez um curativo no seu nariz, enquanto Bruna e a loira caipira tentavam acalmar o meu Luan. Tive vontade de correr lá em baixo, abraçá-lo e pedir para parar, que eu também não estava bem vendo ele com outra. Mas a culpa por fazer aquilo com Bernardo era maior.
- Desculpa te fazer passar por isso. Eu prometo que vou te fazer feliz. - afaguei seus cabelos.
- Eu não vou te deixar sozinha, em lugar nenhum, lembra ?
- Er, crham, oi, gente.
- Oi, Bruna. Entra.
- Eu vim pedir desculpas pelo meu irmão. Eu nem imagino porque ele fez isso !
- Tá tudo bem. Acho que entendo ele. Sério. - Bernardo a tranquilizou, e ela sorriu agradecida. - Eu vou lá embaixo fazer o que me pediu, e deixar vocês duas conversarem.
- Ele é incrível. - Bruna disse depois que ele saiu.
- É, ele é. Por isso a gente vai embora.
- O que ?!
- Vamos adiantar a passagem por Balneário e domingo voltamos de Floripa para Madrid. Ele não merece ter que ficar aqui com o seu irmão. Principalmente agora.
- Mari, não ! A gente nem .. -
- Hoje eu tive a prova que a gente não devia ter vindo , o que eu pensei, pelo amor de Deus, era óbvio que ele viria com você ! O que eu fiz, oh céus !
- Marianna, me desculpa, eu não sabia que ele viria mesmo, nem que ele faria isso, me desculpa ter te chamado pra vir aqui ! Eu não queria que você fosse.
- Ai Bruna, desculpa, eu não devia ter falado assim com você, talvez no fundo, eu vim porque quis, e quebrei a cara. E ele a do Bernardo. - quase rimos da piada fora de hora. - Mas, me diz, como ele tá ?
- Brigando com a Renata no quarto. Ela até gosta dele, mas não o suficiente para fazê-lo gostar dela.
- Luan, Luan, não mudou nada. - rimos, um pouco mais calmas.
- Já fechei as contas Mari. Podemos sair em meia hora.
Capitulo 83
O clima da viagem até a casa de meus pais foi tenso. Pedi desculpas mais mil vezes.
- Relaxa, tá tudo bem agora. Só digamos que ele está ficando .. forte. - ele riu tentando fazer piada.
Me lembrei que eu o incentivei a contratar um personal trainer. Ri da ironia.
Todos me esperavam ansiosos pela chegada adiantada, o reencontro foi emocionante. Ficamos conversando até quase o amanhecer, e ele insistiam para eu voltar para o Brasil.
Deixando mais conversa pro dia seguinte, foram dormir e eu e Manuella ficamos no quarto conversando a sós.
- Como eu senti saudades de você, eu não consigo me conformar Mari !
- Eu também irmã, tanta coisa aconteceu !
- Eu sei, eu sei, mas primeiro eu quero saber o motivo de você ter voltado antes pra cá, eu já sei que o Luan apareceu lá no Rio.
- É, ele apareceu. Eu não esperava, ele deu um murro no Bernardo do nada !
- Hãn ? Como assim ? O meu Luan, não pode ser ! Alguma coisa aconteceu !
- Não aconteceu, a gente tava na piscina, eu me levantei e bum !
- Você não deve ter percebido, mas isso não é do feitio dele. Não tá certo.
- Eu não sei, só sei que é injusto fazer isto com Bernardo por um luxo meu.
- Você ainda acha que essa loucura tá valendo a pena ? Tá salvando a carreira dele, mas e o coraçãozinho dele ?!
- Eu preciso acreditar que esse sofrimento vai passar e eu vou salvar os dois.
- E você, fica como ?
- Com o Bernardo, e um pedacinho dele. - coloquei a mão na minha barriga. - Vai ficar tudo bem.
- Espero.
Capitulo 84
(Contado pelo Luan)
Depois de subir furioso pro quarto e dizer coisas como "ela não pode ficar com ele", Renata foi embora, e pediu para não procurá-la mais. Eu estava tão fora de mim que nem a impedi de sair naquela hora da noite e pedi desculpas.
Bruna voltou um tempo depois. Estava disposta a me dar uma bronca, mas me encontrou adormecido e quando enxugou minhas lágrimas que me enxarcaram o rosto eu acordei.
- Oi. Eu fiz um estrago muito grande ?
- Se você tá falando do Bernardo, não, ele só machucou o nariz. Mas a Mari .. foi embora, péssima. - aquilo era muito pior.
- Embora ? Como assim ? Pra onde ?
- Santa Catarina, depois vão pra Madrid.
- Quando ela vai ?
- Domingo, de Floripa.
- Ai Bruna, desculpa velho, eu sou muito burro, muito burro ! Eu estraguei o passeio de vocês, eu não devia ter vindo de entrometido, ai cara, que idiota ! - coloquei o rosto entre as mãos. - A Renata terminou comigo.
- Vem cá - ela me puxou pro seu colo. - Me conta porque você fez aquilo ?
- Eu já tava nervoso com ele, porque ele ficava agarrando ela, e depois que ela ficou de bíquini, eu vi uma "barriguinha'', e ela parecia tão .. grávida !
- Grávida ? Luan, tá doido, para com isso ! Ela não tá grávida, esquece isso tá ? Segue sua vida pra ficar tudo bem
- Foi o que ela pediu, né ? É.
...
Eu quis voltar para Londrina, mas Bruna e Pedro insistiram para que eu ficasse pro show, que eu assisti bem pouco, e depois de voltar pra casa, tive um sonho muito,muito estranho.
Eu e Mari estávamos na chácara de Porto Alegre, na beirada da piscina, um pouco diferentes, ela com os cabelos maiores e ondulados, e eu mais forte e com a feição de uns dois anos mais velho. Meus pais, Bruna e Pedro - também diferentes - nos olhavam, sorrindo. Mas percebi que não era para nós dois que eles olhavam, e sim para os nossos colos, onde estavam sentados dois bebês, um em cada colo, uma menina e um menino. Os dois tinham meu sorriso e os olhos verdes dela. Eram perfeitos, nossa mistura.
Acordei de repente, assustado.
Capitulo 85
(Contado por Marianna)
Aproveitei todo tempo que pude com a minha família, que eu senti tanta falta que se deram ao trabalho de tentar me covencer a voltar a morar no Brasil.
Bernardo e Manuella agiam como se nada tivesse acontecido, mas eu notava que ambos estavam muito magoados comigo, por motivos opostos.
No amanhecer de domingo já estavanmos no aeroporto, para meu alívio, mas o vôo atrasou, e duas horas depois eu estava passando mal, tonta e com fome.
- Vem Mari, vamos na cantina pra você comer. - Me sentei na lanchonete e pedi numa água e um lanche natural. - Fica aí que eu vou avisar seus pais que estamos aqui.
- Tá bem, volta logo.
Assim que ele saiu, resolvi tentar algo que fizesse o bebê que revirava minha barriga se acalmar. Peguei o fone e coloquei a primeira musica do Luan que encontrei perdida em meu iPod. Eu nunca as ouvia, exceto nesse caso. Aproximei da barriga, e instantaneamente , ele se acalmou.
- Você gosta dessa musica bebê ? Você gosta ? - então alguém que eu não esperava se aproximou.
Capitulo 86
(Contado por Luan)
- Então você está mesmo grávida ?
- Luan ? O que você tá fazendo aqui ?
- Eu precisava tirar essa dúvida. Você está grávida ?
- Luan, você tem que ir embora, meus pais estão aqui, o Bernardo vai voltar, eu to indo embora, e seus suas .. - então a beijei.
Nada que eu tivesse experimentado nos meus 21 anos se comparava ao seu beijo. Era como se eu estivesse me afogando todo este tempo, e ao beijá-lo, ter o ar de volta. Estávamos em sintonia. O beijo dela tinha musica. Ambos ansciosos para ter o outro. Ela remexia seus dedos incontrolavelmente nos meus cabelos, e a outra mão na minha nuca me puxando para si, sem resistência. Eu afagava os seus, devagar. Não existia mais mundo a nossa volta, então ela acordou.
Vagarosa e arduarmente, foi se afastando, devagar. Em silêncio, contornei suas têmporas, bochechas e olhos , vendo-a tão linda daquele jeito, com sono. Então, reformulei a pergunta.
- Marianna, esse filho é meu ?
Capitulo 87
(Contado por Marianna)
De repente, o mundo voltou a girar. Rápido demais. Mil coisas passavam na minha mente, me deixando tonta. Porque ele chegara a essa conclusão ? Como sabia que eu estaria aqui ? Eu devia contar ? Respirei fundo, então uma voz surgiu atrás dele.
- Não, ela não vai ter um filho seu. Ela só esta cansada dessa vida escondida. Agora, vai embora,por favor.- como se Bernardo não tivesse dito nada, Luan sustentou o olhar, suplicante, tortutante esperando uma resposta.
- Não torna tudo tão .. dificil ! Vai embora por favor, por mim, é melhor.
- Você ouviu cara, vai.- Ele assentiu, derrotado, baixando a cabeça e saindo, devagar. Uma ultima vez olhou para trás, profundamente nos meus olhos, e naquele silêncio, ouvi os gritos de nossos corações. - Você vai voltar atrás ?
- Não.
No avião, minha mente ficava no Brasil. Vários pontos de interrogação ficaram no Rio, que talvez nunca fossem respondidos. Era cada vez mais dificil acreditar que tudo valeria a pena, e eu pensava em como seria o clima em Madrid depois dessa viagem, quando uma das musicas que passavam despercebidas no iPod me chamou a atenção, narrando estritamente a cena no aeroporto:
"Não era o momento certo
De não me querer por perto
E me descartar
De vez da sua vida
Confesso, juro, eu não queria
Nem sempre o melhor caminho
É o que não tem espinhos
E fugir assim não é uma saída
Se você já tá decidida
Se a gente lembra um do outro
Quando lê um livro
Ou quando escuta uma música que é tema de nós dois
Eu sei que vai chorar depois
Você perdeu a chance de ficar calada
Disse tantas coisas mas não disse nada
E em silêncio o seu coração pude escutar
Te implorando, me pedindo pra ficar "
De não me querer por perto
E me descartar
De vez da sua vida
Confesso, juro, eu não queria
Nem sempre o melhor caminho
É o que não tem espinhos
E fugir assim não é uma saída
Se você já tá decidida
Se a gente lembra um do outro
Quando lê um livro
Ou quando escuta uma música que é tema de nós dois
Eu sei que vai chorar depois
Você perdeu a chance de ficar calada
Disse tantas coisas mas não disse nada
E em silêncio o seu coração pude escutar
Te implorando, me pedindo pra ficar "
Capitulo 88
Muitas horas depois, estávamos de volta a Europa. Tentei convencer Bernardo a dormir comigo.
- Desculpa mas eu preciso mesmo ir pro CT , fica aqui, não sai, nem vá trabalhar amanhã, eu vou ligar ok?
- Sim senhor - tentei descontrair.
Tentei descansar, mas toda vez que adormecia, eu tinha sonhos com Luan, vezes eram dois bebês, vezes eram lembranças do passado ou visões do futuro. Acordei mais cansada e fui caminhar um pouco.
- Moça, você é do Brasil não é? - uma garotinha de aproximadamente 8 anos sozinha, com roupas um pouco grandes para seu tamanho, cabelos compridos e muitas pulseiras me parou.
- Como você sabe ?
- Os pais dos seus bebês vão ficar juntos. Não desse ai, o dos dois idênticos, vão ficar com o papai que canta pra eles.
Ela saiu correndo, saltitando, como se não tivesse dito nada. Fiquei ali repassando todas as palavras, chocada, e só acordei com uma mensagem de Pedro, dizendo que já estava em Madrid para uma consulta.
...
Duas horas depois, ele chegou, e fez um ultrassom com aparelhos trazidos do Brasil.
- Não dá pra ouvir o coração com este aparelho, mas ele está bem, muito saudável e grande.
- Que bom, é mesmo ? Ai, que lindo, olha só - apontei a tele - É .. um só ?
- É, é sim - ele riu.
- Obrigado por tudo Pedro, eu nunca vou ter como te agradecer !
- Não por isso, me recompense se cuidando, ok ?
- Sim senhor, Pepito !
- Mari.
- Diz.
- Ele terminou com ela. - a mudanã no assunto me fez arquejar.
Capitulo 89
- É .. er .. não me importa.
- Do que você precisa pra desistir ?
- Que ele me diga que não está feliz. E ele nunca vai dizer. Mande lembranças a Bruna, ok ?
Na semana que passou, Bernardo ficou distante e ausente. Me ligava de dias em dias, e era rápido. Me visitava pouco, e eu me sentia sozinha, ficava o mais tempo que podia no trabalho, tendo contato com pessoas para distrair.
Minha barriga começou a aparecer, e eu percebi que não tinha fotos. Peguei meu iPhone e tirei uma no espelho.
Mais dias se passaram, e eu o chamei para um jantar para esclarrecer tudo.
- Oi Bê, saudades ! Tudo bem ? - o recebi nna porta.
- Acho que sim, e você ?
- To bem, to bem. Vem, senta.
- Eu preciso te falar uma coisa.
- Eu também mas fala primeiro.
- Marianna, eu tive toda boa intenção desse mundo até hoje, mas não dá mais ! Eu tento ser bom, mas as vezes, é difícil ! A viagem ao Brasil provou o que já era óbvio. Você não me ama mais, ama ele. Esse filho é dele, não tem como fugir disso ! Eu fiz parte do começo da sua história, mas o principe que fica com você no final, é ele. Eu não quero mais ficar com você .. assim. Vamos voltar a ser amigos, se possível. E, como amifgo, eu te dou um conselho : Volta pro Brasil, ele não vai ligar pra mídia, até eu sei disso !
Fiquei o tempo todo quieta, ouvindo cada palavra.
- Mas .. e tudo que você disse na pista de patins ?
- Foi real. E você mais que ninguém sabe que quando se ama, se sacrifica tudo. Eu me arranjarei. Eu já vou, depois te ligo.
Disse antes de sair, e me deixar ali, sozinha.
Capitulo 9O
Fiquei alguns minutos ali até cair a ficha e eu voltar chorando pro quarto e cair sentada encolhida no chão. Como eu fui tola, idiota, cruel !
Não consegui entender como tive a capacidade de arrastar Bernardo para essa minha loucura, eu devia ter vindo sozinha, sem avisar ninguém ?
Eu devia ter ficado no Brasil ?
Talvez ei devesse ter contado tudo no aeroporto, talvez o destino o trouxera lá, mas eu deixei passar.
Abracei meu travesseiro, convencida que a partir de hoje, seria meu único apoio.
...
Na manhã do outro dia, precisei de maquiagem para trabalhar, pois não pregara os olhos a noite toda, pensando. Liguei o notebook para ver as notícias, e na primeira pagina estava ele, que eu tanto queria ver.
" Luan Santana curte balada em São Paulo acompanhado de morena" - dizia a reportagem.
Olhei o título por mais dois segundo e fechei. Peguei minha bolsa e fui trabalhar, decidida que ainda não era suficiente para voltar.
Capitulo 91
(Contado por Luan)
- Bom dia gente, qual é a urgência? - eu disse assim que cheguei no escritório, 15 minutos depois de me ligarem para uma reunião urgente.
- Senta Luan, a gente tem uma ótima noticia. - assim o fiz e Anderson continuou - Hoje cedo, eu e Arnaldo fechamos dois show na Europa pra daqui a um mês.
- O que, ce tá brincando rapaiz ! Sério ? Fora a mini tour do fim do ano ?
- Sim, foram dois contatantes insistentes, para um grande publico pagante.
- Nossa rapaiz, massa demais, que isso ! E vai ser em que cidades ?
- O primeiro em Berlim, na Alemanha dia 3 de agosto.
- Eita, não é a terra do Hitler ? - eles riram.
- É, e outro dois dias depois, em Madrid, na Espanha. - minha boca escarnou imediatamente, e eu senti um frio na barriga.
- Madrid ? Sério ?
Aquilo não era mera coicidência. Era o destino me dando outra chance.
- É !
- Vamo comemorar então rapaiz, parabéns pra nós, vamos rezar e agradecer muito a Deus !
Rezamos todos juntos, depois fomos para o show.
- Oi lindona ! - a ultima fã da noite entrava no camarim.
- Oi Luan, tudo bem ?
-Tudo, e você ?
- Eu to bem. Toma, te trouxe uma carta, me jura que lê ?
- Juro ! - tiramos a foto.
Fizemos o show, e no avião de volta, o unico acordado, fui ler sua carta.
" Luan Rafael
Você não sabe quem sou, mas dispense apresentações.
Tenho percebido que algo o afetou demais, e afagou teu brilho, estrela.
Não imagino quem seja, mas não negue.
Como sua fã, eu te ordeno, que corra atrás do que te faz bem. Arrisque, pode ser sua ultima oportunidade."
Fiquei relendo aquelas palavras simples, mas que me tocaram mais que muita coisa que já li na vida. Só uma pessoa que me conhecesse muito bem, ou então me amasse o tanto que nem disso precisasse. De algum modo ela sabia que eu estava triste, e prestes a tomar uma decisão, o que de fato aconteceu.
Decidido a procurar aquela fã para agradecê-la depois, peguei o papel e segui suas ordens.
Capitulo 92
(Contado por Marianna)
Os dias passavam na janela e eu não via. Eu parecia um robô, que ia de casa pro trabalho, e fazia tudo no "piloto-automatico".
Eu não atendia mais o telefone, ficava desligado o tempo todo.
Eu temia o modo que tantas emoções cairiam em meu filho, mas ele era minha unica felicidade e minha prioridade absoluta na vida.
Eu estava dormindo, não sabia a quantas horas, mas sabia que era fim de semana, quando a campainha tocou. Não atendi. Baterem novamente. Silêncio.
- Marianna, abre essa porta ! Sou eu, Amannda ! Abre isso aqui agora!
Levantei num reflexo, e corri pra porta. Lá estava ela, minha única amiga, confidente que tive na vida. Era um raiozinho de felicidade no meio de uma tempestade.
- Amannda, é você, que bom que você tá aqui ! - abracei-a fortemente
- Sua maluca, não faça mais isso ! Bernardo me loigou preocupado , você não atende mais ele !
- Tanta coisa aconteceu ! Vem, entra !
Entramos, e eu arrumei um café pra ela.
- Me conta, o que te deixou assim , robóticamente triste.
- Ai amiga, eu estou em transe. Estava dando tudo certo, eu estava ficando sério com Bernardo, ele me faz muito bem, mas ai, fomos para uma viajem para o Brasil e o Luan aparaceu no nosso hotel. Eles brigaram, e depois disso tudo começou a desmoronar, e Bernardo foi embor,a terminou comigo, Luan também terminou com a namorada dele e voltou para as baladas ! Tá tão difícil e eu estou me sentindo muito sozinha.
- Marianna, eu vim lá de Balneário Camboriú e eu não saio daqui sem você ! Quando me contaram, eu tentei entender, mas não entra na minha cabeça ! Olha bem dentro dos meus olhos : isso que você está fazendo, não está fazendo bem pra ninguém, inclusive pro Luan ! É crueldade privá-lo da benção de ser pai, e imagina só se ele descobre, vai sofrer três vezes mais ! Eu quero que você volte pro Brasil e conserte tudo isso.
Fiquei olhando-a, sem saber o que falar.
- Não é fácil assim.
- Não, por isso eu vim. Vou ficar asqui até você se preparar, e enquanto isso, vamos te repaginar, vem !
Capitulo 93
Durante o resto do dia, Amannda lavou, hidratou e escovou meus cabelos, fez minhas unhas e um tratamento de pele. No começo da noite eu já me sentia melhor.
Falamos sobre tudo, moda em Madrid, comidas, saudades do Brasil entre outros.
Anoite fomos comer alguma coisa típica da cidade e voltamos pra casa.
- Olha, um pacote pra você. - ela pegou na porta.
- Traz, por favor, preciso tirar esses sapatos.
Entramos, nos preparamos para dormir e só então eu fui abrir o pacote, sem olhar remetente.
- Deve ter sido minha mãe. - tirei um envelope que tinha dentro, e quando abri tirei dos papéis de lá. Abri o papel de caderno, quando um cheiro muito, muito familiar me golpeou, e só então percebi que era uma carta do Luan.
" Oi.
Como você tá ? Espero que bem. Espero que seus enjoos tenham passado, e você esteja bem agora.
Primeiro, sinto muito pelo nariz do seu namorado, eu .. estava nervoso.
Depois, eu preciso falar muitas coisas que quis falar aqui, e não pude.
Porque você foi embora ? Eu te fiz alguma coisa ? Me desculpe se te coloquei no meio da minha correria e fiquei alguns dias sem te ligar, mas lembra que penso em você o tempo todo.
Guarde na mente, que mesmo que você não volte, eu vou te guardar em mim, e nunca, nunca me conformar de você ter ido embora. Nunca mais vou ter alguém que me faça cafuné sem bagunçar meu cabelo, e que desenhe sorrisos com catchup.
Por ultimo, quero dizer que, me desculpe se este bilhete causar alguma briga entre você e "ele", mas eu precisava escrever e, eu tô chegando, e quero muito ver você lá.
Do seu eterno Luan."
Capitulo 94
Eu estava em prantos quando abri o flyer que acompanhava a carta.
"LUAN SANTANA EM MADRID - 15 DE AGOSTO" - e dois ingressos.
Era difícil de acreditar, mas do jeito que eu estava desligada do mundo, era bem possível que ele estivesse mesmo a caminho.
- Deixa eu ver isso ! - Amannda pegou os papéis. - Ai meu Deus, não, não é possível, você vai né ?
- Não sei ...
- Ora pois, você vai, mas vai mesmo, vai sim ! Se prepara minha amiga, você vai ter uma boa conversa com o Luan em poucos dias.
- É coincidência demais, tudo dar errado, ele vir fazer um show aqui e me mandar o bilhete. Muita coincidência!
- Destino amiga, DES-TI-NO ! O que você acha de mandar uma sms pra ele, agradecendo ?
- Será ? Não, melhor não, ele ainda acha que estou com Bernardo, vou esperar chegar mais proximo do dia.
- Ok, ok, agora vem, temos muitas coisas a resolver !
Capitulo 95
(Contado pelo Luan)
Nos shows que se seguiram, era visível minha felicidade.
Eu procurava no meio dos públicos a menina que me escreveu a carta, e perguntar se eu estava fazendo certo, pois eu me sentia brilhando.
O show de Berlin foi um dos mais emocionantes do ano, aquelas pessoas falando outras línguas tentando cantar minhas músicas, era incrível ver onde minha musica tinha chegado.
Passei o dia numa rádio alemã com um intérprete e um fã clube brasileiro, depois pro hotel para descansar e depois fizemos o show.
O dia de intervalo viajamos para Madrid, Espanha. Cheguei lá de manhã, fui ver o palco que me apresentaria logo mais, almoçar com a equipe para comemorar, encontrar outros fã clubes em outra rádio e descansamos o resto do dia para nos adaptarmos ao fuso-horário, mesmo que minha vontade fosse bater de porta em porta procurando por Marianna.
Não tinha nem meia hora que me deitei e o celular tocou. Mensagem , número internacional, desconhecido.
"Estarei lá hoje a noite. Marianna"
Respondi imadiatamente - " Procura o Júnior, te espero lá."
Me levantei, rindo a toa e lendo e relendo o sms. Voltei a me deitar antes que alguém viesse bater a porta, e dormi imaginando quando ela chegasse ..
Capitulo 96
- Calma cara, é só a Mari, calma !
- Que isso cara,tá falando com o espelho ?
- Ow testa, que susto cara, haha, a imprensa já ta ai ?
- Não, outra pessoa - de repente, senti um baque.
- Ela ?
- Ela.
- Manda entrar. - ele se virou - Perai, eu .. to bão ? - ele fez careta..
- Entra Maroca.
- Obrigado Rober. - só de ouvir a voz dela, meu coração disparou, e ela entrou no camarim.
Com um enorme sorriso no rosto, tentava esconder o nervosismo mas sua mão mexia tanto quanto as minhas. Com um vestido preto folgado brilhante, salto alto, estava graciosa e diferente, iluminada. Parecia uma pintura. Percebendo meu estado mongol, falou :
- Oi Luan. Tá acordado ?
- Er - pigarreei - to, haha. Tudo bem ? - ela me abraçou, e surpreendendo- me, me segurou naquele abraço por um minuto inteiro, e eu retribui de olhos fechados. - Achei que seu namorado não te deixaria vir.- logo me arrependi da pergunta.
- Não estamos mais namorando. - tive vontade de pular, dançar e gritar "yes", mas apenas disse :
- Nossa. Sinto muito.
- Não sinta. Você .. tá bem ?
- To muito melhor agora - rimos - e você ?
- Eu também.
- Acho que agora, sem nenhum empecilho, a gente tem que conversar.
- Estamos conversando, Luan - brinquei.
- Você entendeu boba, sobre .. nós dois. Tá tudo errado, tudo errado.
- Você tá certo, mas não aqui né ?
- É, perai, ow, é sério, você finalmente quer conversar ? Onde pode ser ?
- Aqui, toma - peguei o papel de sua mão - pode ir lá depois do show.
- Tabom, obrigado.
- Agora, bom show, arrasa como sempre.
- Deixa comigo. - ela veio me dar um beijo no rosto, e eu fui para o mesmo lado, nos atrapalhamos e rimos, e apenas demos um abraço.
Ela riu e saiu. Comecei a cantarolar feliz por ter escutado tanto tempo o "Bom show" que eu sempre ouvia.
O show foi o melhor dos últimos meses, de cima do palco, eu a via ali na primeira fica ao lado de Amannda, me aplaudindo, de onde nunca devia ter saído.
Capitulo 97
(Contado por Marianna)
- Será que ele vai vir? - eu perguntei pela penta milésima vez.
No caminho de volta pra casa, eu estava radiante, feliz por ver como ele brilhava, estava diferente, feliz, com algardador na orelha, forte.
- Veja você mesmo. - ela respondeu, apontando para nossa casa que se aproximava, e ele estava logo ai, parado em um carro alugado.
- Ai meu Deus. Eu não consigo. Ai. Meu. Deus. Eu não vou, não consigo.
- Ah consegue, você consegue sim porque eu tenho uma balada pra ir e voltar só amanhã e você tem uma noite toda pra aproveitar com aquele homem lindo encostado naquele carro, que por sinal é o amor da sua vida. Vai.
Desci devagar, não por falta de pressa, mas por medo de cair pelo tanto que minhas pernas tremiam.
Coloquei uma mão nas costas e a outra segurava o salto alto, parecendo uma pata, enquanto ele parecia um principe de camisa de manga comprima cinza, calça jeans e iat preto.
- Deixa eu te ajudar - ele disse pegando os sapatos da minha mão - toma, tá frio - ele tirou os proprios sapatos e ja ia colocando nos meus pés
- Não Luan, você não pode subir descalço.
- Você quer que eu coloque seu salto ?
- Não , hahaha, fica com se sapato maluco !
- Não, coloca ai muié teimosa. ele pegou meus pés e vestiu seus sapatos, que ficaram visivelmentes grandes, e foi levando meus sapatos até a porta do apartamento.
- Você .. quer entrar ?
- Você quer que eu entre ?
O olhei da cabeça aos pés, seu cheiro já forte demais, perto demais, muito tempo longe. Sem responder, o beijei.
Capitulo 98
- Isso foi um sim ?
- Sim, sim, sim. - ele abria a porta cegamente atrás de nós, sem parar de me beijar.
Entramos assim, derrubando e quebrando algumas coisas que agora não importavam.
Diferente do beijo no Brasil, não estávamos desesperados, mas fogosos, pois só agora tínhamos um ao outro, livremente.
Ele me deitou, em algum lugar que não era a cama. Eu não o vi se despir, mas sentia cada vez mais sua pele em contato com a minha.
Eu me retorcia de arrepios com seus carinhos que eu tanto sentia falta, que só ele sabia como fazer. As mãos gordas, macias e quentes pareciam feitas para minha pele. Ele era meu, pra mim.
- Me perdoa ? - consegui dizer.
- Pelo que ?
- Por tudo, me perdoa ? Eu amo você.
- Eu não tenho o que perdoar, eu vivo você.
Capitulo 99
(Contado pelo Luan)
Quando acordei, demorei alguns segundos para me lembrar onde estava, e quando o fiz, sorri. Joguei a mão pro lado, mas como sempre, ela já havia acordado.
Não encontrei nenhuma roupa na bagunça do quarto, verifiquei se não havia ninguém a mais no apartamento e sai.
Encontrei-a na cozinha, passando café na pia. Fui andando devagar, e a abracei por trás.
- Bom dia princeso !
- Bom dia principa ! Eu senti tantas saudades de dormir e acordar com você !
- Não mais do que eu.
- Mas agora vamos acordar assim todos os dias !
- É .. - senti uma informação oculta nela.
- Que foi ? Aconteceu alguma coisa Mari ?
- É que .. - ela olhava pra baixo - eu tenho uma coisa pra te contar, e talvez você vá embora depois.
- O que aconteceu ?
- Senta. - ela colocou o café na mesa - Luan, eu te induzi a pensar que eu fui embora com o Bernardo, mas não foi nada disso. - Eu a olhava, tenso - Eu estava grávida.
- Que ?! Tá brincado comigo Marianna ? Você me traiu com aquele cara e ainda ficou grávida ?
- Não Luan, cala a boca ! Senta e me deixa falar ! Eu estava grávida de você , foi esse o diagnóstico do Pedro ! - Minha mente processava a informação lentamente.
- E porque você mentiu ?
- Eu ia contar, mas você fechou o contrato com a gravadora, e eu percebi que iria acabar com a sua vida !
- Ce tá brincando mesmo comigo né ! Porque você achou isso !
- Luan, do jeito que você fala, até parece que não sabe ! - logo entendi.
- Você acha que eu sou assim Marianna ? Que eu deixaria meu filho e a mulher da minha vida por causa de fama ? Se é essa a idéia que você tem de mim, você não me conhece !
- É mais que isso Luan, não é fama, é teu sonho ! Eu não tive coragem de fazer isso com você ! Aproveitei que Bernardo sairia do país e ele se tornou meu cúmplice - sibilei um palavrão - Mas quando eu te encontrei no Rio, mexeu comigo, e começou a dar tudo errado, não foi como eu pensei, eu vi que e não conseguiria !
Bernardo percebeu isso e me largou. Você tava se arrumando também.
- Logico, seu lugar é comigo, porra ! Você tem noção do quanto eu tava sofrendo? Eu tava morrendo sem você Marianna ! Eu só fiquei com a Renata por causa de você caralho !
- Luan calma, senta, se acalma! - respirei, mas não sentei - Era a unica maneira de te manter lá, entende ?
- Não, eu não entendo ! Tem uma coisa fora do lugar ainda ! Se era tudo mentira, e vocês dois lá no Rio, não parecia mentira !
- A gente até tentou ficar junto de verdade, mas não rolou, ele disse que eu devia voltar pra você.
- E quem mais sabia disso ?
- Minha família, Pedro e a Amannda. O Pedro foi meu médico até hoje.
- Filho da puta, eu , não sei o que falar, eu to perplexo !
- Eu sei que é muita coisa, eu vou te deixar pensar, depois eu volto. Não vou muito longe.
Deixei-a sair pois realmente era muita coisa pra pensar.
Capitulo 1OO
Coloquei a cabeça entre as mãos e fiquei nessa posição, tentando juntar todos as peças desse quebra-cabeça. Como eu não suspeitara? Como eu fora tão tolo, e desconfiei dela ?
- Oi. - saltei com a visita inesperada.
- Amannda, oi. Você sempre sabe a hora de chegar.
- Parece que sim. O que você tá fazendo aqui sozinho?
- Você acabou de chegar da balada ou é impressão minha?
- Não muda de assunto Luan Rafael. - abaixei a cabeça.
- Tô pensando, tentando processar as novidades.
- Já tá sabendo de tudo ?
- Sim.
- Ah sim, eu te entendo. Você quer conversar ?
- Não sei .. não sei de nada ..
- Cadê ela?
- Saiu ..
- E o que você pretende fazer ? Abandonar ela?
- Não, de jeito nenhum ! Só estou tentando - fazia gestos com as mãos - colocar na minha mente!
- Você não acha que devia estar fazendo isso com ela?
- É, você tem razão.
- Então corre que ela tá saindo na chuva agora. - ela dizia olhando a rua da janela.
Peguei um casaco e desci correndo, rapidamente a encontrei a alguns metros do prédio.
- Ei ei ei, volta, onde você ia? Eu não devia ter deixado você sair, que idiota!
- Não sei, eu tava com tanto medo ..
- Medo de que?
- De te perder .. estou me sentindo tão ruim, me perdoa eu entendo se .. , mas por favor, me perdoa, não via embora - ela chorava - por favor, não vai embora ? - pediu olhando suplicamente em meus olhos.
- Onde mais eu iria .. sem vocês ?
Então eu a beijei, de um modo que pudesse entender que agora sim tudo estava bem entre nós, nada de mágoas e nada para perdoar.
O clima chuvoso, o frio, deixou tudo mais romantico, selando o início de uma nova fase.
Capitulo 1O1
(Contado por Marianna)
Enquanto eu esfregava suas costas debaixo do chuveiro, Luan me atualizava de tudo que acontecera com ele no tempo que estávamos separados. Shows, pessoas que conheceu. Contou que Nivaldo o inscentivou a colocar alargador, e que quase chorou de dor, mas segurou.
Contou todas as vezes que sonhou comigo, e as bagunças da banda.
- Tá amor, eu falei a manhã toda, fala você agora !
- Hahaha, eu adoro ouvir você falar.
- Mas e você, gostou daqui? Pretende voltar?
- Não, acho que não guardo boas lembranças daqui, apenas, hoje ! Mas lá na rua de baixo .. - contei a ele sobre lugares que queria levá-lo.
Ficamos o dia todo em casa, já que chovia muito, cantando, escrevendo canções, assistindo filmes.
Quando anoiteceu, fui para cozinha e fiz uma bela janta a moda brasileira - frango cozido com pequi, arroz, feijão e uma salada generosa. Luan elogiava a cada mordida.
Ligamos então a noite para nossas familias,
- Alô, mamusca ? Oi oi !
- Oi meu filho - eu ouvia do outro lado - eu já estava preocupada, liguei pra Dagmar e ela tá louca te procurando!
- Hahaha, claro que tá ! Desculpa, eu to com a Mari. O dia todo, e pra seempre mamãe !
- Como assim filho ? Vocês voltaram ? - ouvi mais pessoas ao fundo, Bruna suspeitei.
- Sim mamusca, e outa coisa, você e o pai vão ser avós, hahaha!
- O que ?
- No Brasil a gente conversa melhor mãe, volto amanhã de noite fechado? Manda beijo pra turma, tchau !
- Tabom tabom, beijo na Mari !
Desligamos, e começamos a programar como íamos contar a novidade para todos. E todas.
- Não se preocupa tá ? Ninguém vai fazer mal pra ti!
Ele foi embora bem tarde, e ficou combinado que eu teria uma semana para resolver as coisas em Madrid e voltar para o Brasil.
Capitulo 1O2
Amannda voltou ao Brasil com Luan por insistência minha.
Não perdi tempo, e logo pedi as contas da boutique, com o prédio, e horas antes de finalmente embarcar para o voô pro de volta pro meu país, fui em segredo ao Centro de Treinamento do time de Bernardo.
- Oi Mari, nossa, eu fiquei tão preocupado com você ! - ele já dizia quando chegou a recepção suado com roupa de treino. - A Amannda veio aqui e me contou ..
- Ah sim, mas eu tinha a obrigação de vir aqui. Bernardo, você é um anjo, o meu anjo. Você me ajudou, mesmo que não ache isso, você me manteve viva. Eu nunca vou poder te agradecer por tudo que fez por mim, nunca se esqueça que qualquer coisa que precisar de mim, nunca vou te negar !
- Me pague tudo com sua felicidade Marianna, um amor como o de vocês dois é raro, e me prometa que vai manter contato comigo!
- Prometido ! Aogora volta pro teu treino, campeão !
- Abraço esmagador ?
- Agora ! - nos abraçamos, e eu fui pro aeroporto, decidida que nunca mais viajaria sozinha.
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amaaaaaaaaandoo amor,perfeita a ahstóriaa!! voce devia publicar um livro kkkkk
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posta mais looogo ,voce sempre me deixa muito curiosa com isso ! omg *o* (marianagama)
ResponderExcluireu necessito saber como é o fim desta história!eu sei que posso ler no seu caderno ,mas,aqui parece que é mais emocionante kkk' (marianagama)
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