terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fanfic II - Quando Chega a Noite.




 Para melhorar sua leitura, abrimos uma aba com fotos de cada personagens para vocês. Ela pode ser atualizada, então, veja sempre ! E também proporcionamos ai no canto esquerdo um "Iphone" com musicas temas de alguns capitulos. Se gostar do capitulo, não esqueça de comentar , e também dando sugestões ! Obrigado, Boa leitura.



Epilogo 
    Dizem que o amor chega. Para todos. Tanto para os que o esperam, quanto para os que nem acreditam nele. Ele chega, sempre.
     Marianna é uma garota catarinense, cursante de Engenharia que leva a vida pacata com sua irmã, Manuella, fã do cantor Luan Santana, por quem Marianna se apaixona. Eles começam um namoro, mas imprevistos acontece, mas quando uma pessoa é feita para a outra, até o destino colabora.


Capitulo 1
        Manoella achou seu presente enquanto eu terminava de arrumar minhas malas no meu quarto.
       -AI-MEU-DEUS !  Marianna isso é sério ? Nós vamos mesmo pro show do Luan ?
       - Achei digno pra um presente de 15 anos. Arrume logo as malas, sairemos em uma hora.
       Ela saiu aos gritinhos, emplogadissima arrumou suas malas e rapidamente já estavamos a caminho da capital Florianópolis, para pegar um avião para Curitiba, no Paraná, onde iríamos em um show do Luan Santana, idolo dela. Ela nunca precisou de mim pra ver ele, mas desde que eu vi o show na agenda, eu senti que eu deveria ir. 
        Entrei no aeroporto na frente dela para adiantar as coisas enquanto se despedia do namoradinho, Victor. Um bom menino, com 16 anos que se dava muito bem comigo. 
        Fiz o check in e fui para a sala de embarque. Esperei por meia hora e Manu não entrou. Resolvi procurá-la, mas de repente um tumulto começou, gente corria, pegava as coisas, e eu fui puxada por alguém pra uma pequena sala, com meia-duzia de pessoas que eu não olhei, apenas batia desesperadamente na porta gritando para alguem abrir, e me dizer o que estava acontecendo, mas ninguem ouvia. Eu já estava em panico quando fui acolhida por alguém, que me encostou em seu peito, onde cai em prantos:
       - Calma moça, calma ! Tá acontecendo um arrastão lá fora,mas estamos seguros aqui dentro ! - meu medo foi substituído por surpresa quando reconheci a voz:
       - L...Lu...Luan ?

Capitulo 2 
 [Musica Tema : Se eu me entregar : Kleo Dibah e Rafael ]
    - Oi moça. Te vi desesperada ali fora e te puxei pra cá, sala particular do aeroporto. Mas e você , tá mais calma ?
     - Arrastão ? Minha irmã tá lá fora, eu tenho que falar com ela ! - eu disse tentando levantar, mas ele me segurou - ...é aniversário dela amanhã... o  sonho dela era te conhecer ... eu deixei ela... ela... - eu estava em prantos e tremendo.
     -Calma moça, calma ! Eles vão resolver tudo, sua irmã tá bem, eles colocaram todo mundo pra dentro. Vai todo mundo sair bem daqui, prometo. - finalizou me aconchegando em seus braços, onde adormeci.
     Acordei um tempo depois, mas não abri os olhos. E apesar de sentir que estava no colo de alguem, acreditei ter sido um sonho. A viajem, o arrastão, o Luan ... desisti quando ouvi novamente a voz que fazia minha irmã chorar :
      - ... tá, valeu Dag, Tabom, tchau ! - Me virei devagar e o vi sorrindo - Oi, Marianna. Boas noticias, o arrastão acabou, o voô para Curitiba sai em quarenta minutos. Vou pegar meu avião já pra chegar na hora.
     - Sério ? Graças a Deus ! - disse levantando emplogada demais, caindo no chão - Opa - eu disse enquanto levantava, e ele rindo - Perai, como você sabe meu nome ?
      -Er... vou pedir pro Rober te ajudar a achar sua irmã ok ? - ele disfarçou, mas relevei, não importava como ele sabia meu nome. Ele sabia, e falava ele de um modo engraçado.
     -Ok ... - de repente fomos envolvidos por uma multidão que invadiu a sala, avistando ele. Aproveitei a distração e fui com o tal de Rober procurar Manu.

Capitulo 3

       
      Não demorei a encontrar minha irmã, que quando me viu me abraçou desesperada, ela contou que foi colocada dentro do aeroporto com Victor , que a essa altura tinha ido embora,e que estava bem, então ela perguntou onde eu estava. Eu não sabia de deveria falar, então olhei pro relógio :
  - Manu ! São 7 horas ! A gente vai perder o show ! -  ela fez uma carinha tristinha.
  - É, eu já percebi isso faz um tempo. Mas, eu já me conformei, não foi nossa culpa. Aliás, sabia que falaram que o Luan estava numa sala particular do aeroporto ? 
   -Er... é mesmo ? ...
    "Ultima chamada voô 27O - Curitiba" - anunciou a moça, pro meu alivio.
    Voamos para o Paraná, eu totalmente imersa em pensamentos, mais precisamente nele, no sorriso dele, em tudo que havia acontecido naquelas horinhas naquela sala, no modo que meu corpose encaixou perfeitamente em seus braços, no calor do seu corpo . Manuella provavelmente também estava com ele nos pensamentos, mas de forma diferente.
      Pousamos, como previsto após o inicio do show, Manu tentava não falar do assunto, nem demonstrar a decepção.Para compensar, consegui suado uma vaga no mesmo hotel que ele, que descobrimos por outras fãs, e quem sabe daríamos sorte. Desfizemos nossas malas, desci um minuto para pedir mais travesseiros, e até tive impressão de ter escutado alguem chamar, mas relevei, ninguem em conhecia ali. Subi e fomos deitar, amanhã seria um dia corrido. Mas mal se passaram 2O minutos e bateram na porta.

Capitulo 4

(Contado pelo Luan)
   Num minuto eu estava com a mulher mais doce que eu já vira nos braços, e no outro estava cercado de fãs e ela tinha desaparecido. Eu, lerdo como sempre acabei chamando-a pelo nome , será que ela desconfiou que eu mexi no celular dela ?  O que será que achou de mim ? Em que hotel ela ficaria  ? Será que ela conseguiria ir no show  ? Talvez, como a irmã dela era uma fã, elas iriam em outro show, principalmente sendo aniversário dela. Cheguei em Curitiba, e fui direto para a casa de show, me arrumei lá mesmo. Como era previsto elas não foram. Acabamos e fomos para o hotel que reservamos. Subi pro quarto, mas logo desci para pedir mais travesseiros. Entrei no elevador, e mal acreditei no que vi. Era ela. Marianna. Parada, bem ali, pedindo travesseiros também. Mas ela não em viu. Tentei parar o elevador com a mão, mas quase fiquei sem ela. Corri pro quarto, joguei os travesseiros e voltei para a recepção :
   - Oi moça, você pode me dizer em que quarto aquela garota que acabou de sair daqui está  ? 
  - Eu não posso dizer , senhor, sinto muito,
  - É muito importante, muito !
  -Com todo respeito, eu não posso te ajudar com suas peguetes, senhor.
  - Que  ?  Não, ela não é peguete nenhuma, eu quero fazer uma surpresa. Por favor.
  - Tabom. Quarto 1O39. Mas não diga que eu contei.
  -Sem problemas. Você, tem um bolo aí  ? 
   Subi com um pequeno bolo de padaria, uma vela para apagões e bati na porta. Será que elas já estariam dormindo  ?  Será que era ela mesmo  ?  Quem abriu foi Manuella, suspeitei .
 - Aqui que tem uma fã do Luan Santana fazendo aniversário?  Apaga logo a vela, tá derretendo em cima do bolo !

Capitulo 5
(Contado pelo Luan)
 Achei que ela fosse gritar, espernear, pular no meu pescoço e derrubar o bolo, mas ela apenas disse fez um O com a boca e me abraçou em silêncio, enquanto lagrimas , muitas delas escorriam do seu rosto, e eu tentava não derrubar o bolo.
-Parabéns linda ! Esse bolo tá meio improvisado, mas foi de coração.
-Ai meu Deus Luan, imagina, obrigado, é tudo perfeito ! Esse é o aniversário mais lindo que eu já tive !
- É mas eu nem pude comprar um presen...- me calei quando vi Mari surgir na porta de pijama e coque meio sonolenta :
- O que tá aconte... Luan  ?
- Er.. Oi .. Mari ..
- Perai ! Vocês se conhecem ? Acho que tô perdendo alguma coisa aqui, não!?
    Entramos todos, comemos o bolo com vela, tiramos fotos, elas me contaram que eram de Porto Alegre - desconfiei pelo sotaque - e moravam em Balneário Camboriú á muitos anos, e que desde que se mudaram não voltavam para sua terra. Contaram que Marianna cursava Engenharia e Manu o Ensino Médio. Conversamos horas a fio, voltei pro quarto já era bem tarde, mas mal dormi inerte em pensamentos.

Capitulo 6
(Contado por Marianna novamente) ?
    "Eu e Luan, sentados em poltronas pretas, de frente com uma lareira, com cobertores, ele com um violão nas mãos cantando pra mim, mas então eu queimo a boca com o chocolate quente e ele começa a gritar meu nome :
 - MARI ! MARI ! MARIANNA ! " - Então eu acordei com Manu me balançando e chamando feito doida, me acordando.
- Tabom, já vou, vai na frente !
-Não dorme de novo ! 
    Já tinham se passado semanas desde que conheci Luan, e desde então tenho sonhos com ele. São diferentes, mas sempre eu e ele, e todas as noites. Eu já me sentia atormentada, e meu âmago ansiava por vê-lo novamente. Me troquei e desci, e assim que me sentei á mesa minha mãe disparou :
- Meninas, seu tio Augusto ligou dizendo que seu primo Léo foi transferido para trabalhar em Camboriú ,e eu ofereci nossa casa pra ele morar, que tem espaço suficiente. ele vai chegar no aeroclube particular com o jatinho da empresa do pai dele, então Mari, você pode pegá-lo lá pra gente ?
 - Er... claro... - eu disse, em choque.
  - Agora é a minha novidade ! - disse Manu entre palminhas animadas - O Luan vai fazer um show fechado na Wood's daqui hoje ! - engasguei com o suco - Vamos Mari ?
- Que ? Ah, eu vou ver.. acho que vou. - eu disse tentando disfarçar a surpresa. Porque eu queria tanto vê-lo ?
 - Ok, mamãe, eu vou pro hotel esperar ele ! Mande lembranças ao Léo Mari, só o verei amanhã provavelmente !
- Er... claro... - eu disse, subindo para me arrumar.
    Vesti um vestidinho soltinho floral não muito curto, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e uma rasteirinha e segui para o aeroclube onde acontecia apresentações de aero-modelos de tempos em tempos e chegavam vôos particulares. No caminho agradeci por ser longe do hotel e eu teria tempo de pensar em que falar para o Luan. Eu estava ansiosa. Permaneci no carro até avistar o primeiro jatinho pousar. Fui para a grade onde tinha uma meia-duzia de pessoas, se reencontrando. Eu esperava Léo com o jatinho da Produtora Friboi , mas não era. Tive um espasmo ao ver que a aero-nave tinha a marca "Luan Santana" estampada, e o próprio desceu, distraído com o celular, de óculos assim como eu, camiseta amarela, bermuda jeans e chinelo. Eu sairia correndo, se minhas pernas se mexessem e se ele não tivesse tropeçado ao me avistar, e sorrindo veio em minha direção. 

Capitulo 7
  [ Musica Tema : Terrified - Katharinne McPhee feat. Zachary Levi ]
  - Mari.. er.. oi ! Que bom te encontrar ! - ele disse tirando o óculos e colocando a mão na grade. Repeti o gesto e respondi.
  - Oi Luan ... Tudo bom ?
  - Tudo ótimo, e a Manu, cadê ? 
  - Tá no hotel te esperando , ela não sabia que você chegaria aqui...
  -  E você sabia ?
  - Não.. er. quer dizer sabia.. na verdade eu vim buscar meu primo Léo, ele chega do Rio daqui duas horas .
  - É mesmo ? Almoça comigo então, aqui no clube mesmo, pra passar o tempo ! 
   Eu devia dizer não, minha consciência dizia não, mas eu disse sim.  Fomos pro restaurante e eu pedi bife acebolado, que eu particularmente gostava muito.
  - Só porque é meu prato preferido... nhá - Luan começou a brincar.
  - Sério ? Nossa eu... não sabia , sério.
  - Mesmo ?
  - Juro !
     E assim nosso almoço seguiu, conversamos sobre várias coisas, ele me contava como tinha sido os últimos shows, todo feliz, ria da minha cara de surpresa diante á algumas loucuras das fãs, e eu ouvia tudo atentamente, observando como seus olhos brilhavam a falar da emoção de estar no palco, sua covinha na bochecha direita, contava histórias com as mãos. Enfim. Eu nunca me cansaria de observá-lo, cada detalhe. 
    Conversamos horas a fio, até Dagmar chegar e desesperada puxar Luan pelo braço dizendo que já estavam atrasados, ele só teve tempo de deixar dinheiro pra conta e sair arrastado, pedindo desculpas e dizendo "vai lá a noite, vai lá". Fiquei na mesa por mais alguns minutos depois de pagar a conta, pensando em como aquele tinha sido o almoço mais perfeito da minha vida, lembrando de cada detalhe, mas fui arrancada dos meus pensamentos com um garoto muito parecido com a ultima lembrança que eu tinha do Léo, uns 1O anos mais velho sentou na mesa e sorrindo me disse :
  - Você me deixou esperando sabia ?
  
  Capitulo 8
   - Léo ? Léo ? É você ? Ai meu Deus ! Não acredito ! - eu disse me levantando assustada com o homem que estava na minha frente, que á 1O anos era meu priminho, que eu brincava junto,  Leozinho agora era um advogado !
  - O que você acha forguelinha ? HAHAHA - ele disse, relembrando o apelido de infância me girando no ar, num abraço apertado como sempre fazíamos. - Quase não te reconheci, mas então eu vi o Luan Santana falando seu nome. - ele disse, com cara de "acho que você tem algo para me contar"
  - Er.. é.. não conta nada pra Manu por enquanto tá ? Por favor ?
  - Você acha que meu silêncio é de graça ? Você vai ter que me dar aquele sorvete de pistache. 
    Tomamos o sorvete e fomos pra casa. Ficamos a tarde toda conversando, comendo e relembrando os tempos em Porto Alegre. Eu havia me esquecido de como foram bons tempos, e de como isso me fazia falta. Conversamos tantas horas que nem vimos o tempo passar, e quando olhei pro relógio já estava em cima da hora do show. Tomei um banho correndo e coloquei um vestido tubinho azul marinho , jaqueta preta e scarpain , mas quando girei a chave na porta do carro, uma tempestade caiu sobre o telhado, e sobre meu mundo. 
  - Mari, não vai pro show não hein ! Tá chovendo demais ! 
  - É... - eu disse, subindo pro quarto, deitando com aquela mesma roupa , e em prantos acabei adormecendo com o som que o vento trazia da casa de show.
Acordei tempos depois com um barulho na janela. Olhei no relógio, já era 3 da manhã mas a chuva ainda caia forte no telhado. Levantei e fui pra sacada pela porta, e me deparei com uma cena que me fez rir : Luan estava todo encharcado, com várias pedras na mão, das quais suspeitei ser o barulho da minha janela. 


Capitulo 9 
  (Dedicado a Juliane Aquino )
 [Musica Tema : Dia de Domingo - Tim Maia)
   - Luan... HAHAHA.... você é maluco ?.... que você tá fazendo .... ? - eu disse entre gargalhadas.
  - Para de rir ! Quase tava acabando as pedras e você não saía !  Anda, desce aqui ! Tenho uma surpresa.
   Não discuti muito. Peguei duas capas de chuva e fui com aquele mesmo vestido que estava. Desci e entrei no único carro preto que estava na rua.  Fechei a porta e me deparei com ele sentado do meu lado, sorrindo, com o cabelo molhado, mas agora com um moletom seco. 
  - Porque você não foi hoje ?
  - Eu ia.. daí começou a chover e ai... eu.. desculpa
  - Calma, agora você ta aqui - ele disse me dando um abraço.
  - É.. mas pra onde tu vai me levar ?
  - Surpresa ! - ele disse sorrindo maleficamente ligando o carro.
   Ele vendou meus olhos com uma camiseta e seguimos. O trajeto foi curto, e quando chegamos ele me guiou até algum lugar, e quando tirou a venda, estávamos no palco onde Luan tinha se apresentado horas antes, o cenário ainda estava montado, mas estávamos sozinhos.
  - Luan... eu.. não sei ...
  -Não precisa falar nada. Só aproveita o show particular que eu vou fazer pra você ! Senta ai. - Ele disse apontando um banquinho e pegando o violão.
  Ele cantou quase todas musicas do show, algumas avulsas.
 - Porque isso Luan ? - eu disse ao final de Amar não é Pecado , mas logo me arrependendo vendo sua expressão confusa - Isso aqui, esse show, nós dois ...?
 - Sei lá, você não veio hoje, eu queria muito te ver, não sei porque, então pensei nisso aqui. Porque ? Você não gostou ?
 - Não ! Não é isso , eu amei ! É que, sei lá.. é estranho.
 - Apenas curte tá ? Vai, escolhe uma ai.
 - Hum... já sei ! Tem uma, que eu amo. Dia de Domingo , conhece ? 
 - Opa , claro ! Mas essa vamo dançar !
   Dançamos, enquanto ele cantava colado em mim, eu com a cabeça encostada em seu peito.
  - "... e deixar falar a voz, do coração.." E ai, gostou ? - ele disse, levantando minha cabeça.
 - Foi.. lindo..  - então, ele o fez. Se aproximou do meu rosto, e depois de pedir num sussurro " Posso ...?" Ele o fez. Me beijou.
    Foi como se meu mundo preto e branco se tornasse colorido. Como se eu me tornasse outra pessoa naquele momento. Uma pessoa completamente dele. Era como chegar perto de Deus, sentir seus lábios macios se movimentando junto com os meus, sua língua explorando cada canto da minha boca, me causava arrepios, mas arrepios bons. Era o amor nascendo em mim.

 Capitulo 1O
      Tudo parecia um filme, um conto de fadas, mas então a sirene da motocicleta do guarda noturno soou, e nós saímos correndo pelos fundos, rindo como dois adolescentes. 
     Ele me levou pra casa, contando peraltices que tinha feito quando criança, e eu ria muito. Paramos em frente a minha casa e ficamos conversando por mais um tempo. Ele tirou uma foto minha pra por na sua agenda telefônica.
  - Eu vou ligar muito pra você, já que com esses tempos de carnaval eu não volto pra cá.
  - Duvido.
  - Duvida ? Vamo vê então ! Tchê ! - Ele disse debochando do meu sotaque - Então, ficamos por aqui ?
  -É, acho que sim... tchau. -   eu disse abrindo a porta e saindo. Mas ele segurou meu braço e me puxou de volta, me dando outro beijo.
   Apenas sorri e virei as costas, tentando me convencer que ele não ligaria, que eu fui apenas a garota de Camboriú dele.
    Mas ele ligou, na noite seguinte. E na outra, e na outra.
    Ele me ligou todos os dias que se seguiram, antes dos shows. Contava como tinha passado, eu desejava boa sorte, e ele subia no palco. Eu saia na sacada para Manu não desconfiar, eu achava desnecessário criar expectativas a ela sem nada concreto, certo.

Capitulo 11

   - Oi linda, tudo bom ? - ele disse como toda vez que ligava.
  - Oi gatinho. Eu to boa e você ? Como foi seu dia ?
  - Foi ótimo, mas na verdade eu queria te fazer um convite.
  - Convite ? Pra que ?
  - Pra você viajar pra Salvador comigo, eu vou cantar no Festival de Verão. Serão 5 dias, eu vou cantar no primeiro, e o resto a gente curte !
  - O que ? É sério mesmo ? Eu não sei...
  - Vamos, por favor ! Minha irmã vai com o Pedro, namorado dela.  Eu mando te pegarem ai amanhã as 8 ok ?
  - Hãn ? Luan espera... 
  - Até amanhã, beijos, tchau !
     Eu não deveria aceitar viajar com um "estranho" que eu tinha visto duas vezes na vida, ainda mais escondido da minha familia e da minha irmã, que por acaso era apaixonada por ele. Mas eu senti que devia ir, aquela viajem seria decisiva para nós dois, definiria o que tínhamos, de fato. E , eu não podia negar mais que meu coração pedia para vê-lo, abraçá-lo, beijá-lo como na semana retrasada. Adormeci pensando nessas coisas, e acordei com Manu me jogando almofadas dizendo que os amigos que me levariam pra viajar tinham chegado. Me senti meio culpada por mentir pra ela que na verdade quem estava naquele carro poderia levá-la ao seu sonho, mas era necessário.
    Desci e encontrei Roberval dentro de um carro preto, e seguimos para o aeroclube de Londrina, onde estavam a nossa espera Bruna e Pedro, e o resto da banda, que partiria dali só que de ônibus. 
    Olhei todas aquelas pessoas , com camisetas roxas escrito "Luan Santana'' ,e me dei conta de que de certa forma eu convivia com essas pessoas a 2 anos através de Manoella, e de certa forma eu gostava daquelas pessoas. Roberval, Pexe, Paulinho, Juliano, Dayane, Marla, Orlando... todos eles. 
    Esses pensamentos duraram segundos até Luan surgir de algum canto com a Dagmar, vindo todo feliz me abraçar, me girando no ar :
  - Maaaari ! Que saudade meu amor ! Você tá tão bonita ! Ce tá boa ?
  - To, to sim, e você ?
  - Melhor agora, deixa eu te apresentar minha irmã e o namorado dela, o Pedro - ele disse enquanto chamava o belo casal. Pedro era um garoto um pouco mais velho que ela, de olhos verdes e bem forte - Meninos, essa é a Mari.
  - Oi , você que é a famosa Mari ? - disse ela, divinamente , me abraçando e logo em seguida Pedro - meu irmão fala demais de você. - eu ri pela revelação e pelo sotaque dela muito parecido com o dele.
  - Verdade Luan ?
  - O que ? Er, vamo entra logo no avião - ele disse disfarçando, fazendo Bruna me cutucar e rir.  
     uan, eu, Bruna e Pedro fomos no mesmo avião, fizemos planos para os cinco dias na Bahia. Chegamos as 2 da tarde e almoçamos no aeroclube, como em Camboriú. 
      Bruna e eu nos damos tão bem quanto eu imaginava, até mais. Pelo fato de eu ter começado a cursar uma faculdade de moda anos atrás, ela me pedia dicas, informações, combinamos lojas para ir, e o show do Bruno Mars no Rio de Janeiro dali um mês. Luan e Pedro apenas riam e faziam caras de confusos.
       Depois de comer fomos para o hotel, nos arrumamos, e eu , Bruna e Pedro  fomos para o Camarote Caras enquanto Luan ficava no camarim. Assistimos o show de Frejat e em seguida do Luan. Ele brilhava no palco, aquela era a casa dele. Não havia duvidas que ele havia nascido para cantar. Nada nem ninguém não conseguiria nem deveria tirá-lo nunca de lá. O show acabou no fim da tarde, ele veio rapidamente até o camarote e me arrastou para o carro, dizendo que queria me mostrar uma coisa.

 Capitulo 12
 [Musica Tema : Te amo e nada mais - João Neto e Frederico]
       Rodamos por quase meia hora, e paramos numa praia praticamente fazia. Subimos em uma pedra alta o suficiente para ver o pôr-do-sol , localizada ao norte da praia.
   - Nossa... aqui é lindo... parece o paraíso... - eu disse boquiaberta.
   - É, eu sei. Vim aqui no ano passado.
   - Trouxe uma menina também ?
   - Não, sua bobinha- ele disse entre beijinhos me abraçando. Te trouxe aqui por um motivo especial.
   - Ai meu Deus.. o que é ?
   - Você acha que alguém pode amar uma pessoa em algumas semanas ?
   - Eu estou começando a acreditar ...   
   - Você já deve saber que eu já saí com muitas mulheres, muitas  - ele disse enquanto eu me endireitava para vê-lo falar - . E um dia, eu achei que já tinha amado. Mas eu nunca pedia o telefone delas depois, e a unica coisa que eu queria era as levar para a cama. Mas então, nessa correria da minha vida, eu vi uma garota assustada num aeroporto, e até naquela situação, ela estava incrivelmente linda. Ela tinha uma luz, em brilho, e naquele exato momento, senti meu coração se perder para ela. Pude ver como um anjo dormia quando ela se aconchegou em meus braços docemente. Tudo estava perfeito, mas ela se foi, de repente.  Cacei argumentos para vê-la, e a encontrei no hotel. Fui ao seu quarto conversamos a madrugada toda. Depois disso, minha mente era completamente dela. Senti coisas inéditas e lindas. Tão lindas que eu quis arrancar de mim e mostrar pra ela. Nos reencontramos novamente e almoçamos juntos, foi lindo. Depois, eu fiz uma surpresa pra ela, e então nos beijamos. Antes não havia duvidas, mas depois desse beijo eu senti a necessidade de fazer o que eu vou fazer agora. Mari... você... quer namorar comigo ? Eu prometo que vou te fazer feliz, você é tudo em mim agora !

   Capitulo 13
(Dedicado a Juliana Oliveira)
(Musica Tema : Anjo - Banda Eva)

  Tentei o máximo que pude esconder as lagrimas, mas elas foram mais fortes, e jorraram infinitamente ouvindo aquelas palavras, vindas da boca daquele príncipe. Meu coração batia forte, ou nem batia. Minhas pernas tremiam, por mais que eu estivesse sentada, senti que não conseguiria levantar tão cedo.
 - Sim, sim , sim , sim ! Eu te amo, meu anjo, meu menino ! 
 - O que você disse ? Te amo ? Repete ?
- Te amo Te amo  Te amo  Te amo  ! - Ele me beijou, um segundo primeiro beijo, o mais apaixonado de todos os tempos , com os ultimos raios de Sol do dia e as primeiras estrelas da noite como testemunhas.
 - Canta pra mim ?
 - O que ? Cantar ? Não , não.. eu não canto...
 - Não ? Eu te ouvi hoje no banheiro do hotel, canta, por favor ?  - ele disse, fazendo biquinho, e eu não resisti e cantei Anjo, da Banda Eva, uma canção que dizia : ?
 " Hoje eu acordei mais cedo e fiquei te olhando dormir Imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir, tenho cuidado de voce todo esse tempo você estar sobe meu abraço e minha proteção tenho visto voce errar e crescer amar e voar você sabe onde pousar ao acordar já terei partido . Ficarei de longe, escondido. Mas sempre perto decerto .Como se eu fosse humano, vivo . Vivendo pra te cuidar, te proteger sem você me ver . Sem saber quem sou se sou anjo ou se sou Seu amor "
  Ficamos ali mais uma hora, depois fomos para uma balada com Bruna e Pedro,e nos dias seguintes assistimos todos os shows do Festival de Verão. No ultimo dia, enquanto almoçavamos Luan falou mais alto :
- Gente, tenho uma novidade.
- Iupi ! - Bruna disse batendo palminhas.
- Eu e a Mari estamos namorando .. não vamos assumir pra imprensa ainda , mei que vamo namorar escondido !
- Ah , era isso ? Eu já sabia ! HAHAHA - disse Bruna me abraçando sorridente - Só falta conhecer os sogros ! 
- Fica pra outra hora - eu disse  assustada quando todos riram da minha cara.
   Voamos para o aeroclube de Londrina, onde me despedi do Luan, e combinamos que nos veríamos apenas no sábado, ele iria jantar em casa com meus pais, e eu teria que contar a Manu que estava namorando o ídolo dela. É.

Capitulo 14 

  Cheguei em casa a noite, tomei um banho demorado e desci para jantar.
 - Filha ! Que saudade ! - minha mãe me abraçou - Como foi a viagem ?
 - Então, eu tenho uma coisa pra contar pra vocês..
 - Gente, vocês acreditam que o Luan foi visto com uma garota no camarote de Festival de Verão ? - Manu disse se juntando a mesa e aumentando o volume do canal de fofocas da TV 
 - Desliga isso ! - eu disse tentando pegar o controle - Você acredita nisso ?
- Ei.. larga ! Perai .. Marianna , é você ? É VOCÊ ! Você viajou com o Luan e não me contou ?
- Pra que ? Para as suas amiguinhas loucas me seguirem ? Me apedrejarem ?
- Eu tinha o DIREITO de saber - Nós já estávamos gritando a essa altura.
- Meninas ! - meu pai interveio- Parem, sentem e conversem !
- Ok... eu.. eu conheci ele no aeroporto , em Floripa, você tava lá. Desde aquele dia, eu comecei a amá-lo. De verdade. Nos encontramos aqui de novo por acidente, e nos conhecemos melhor, mas eu preferi manter em segredo, pois era tudo muito incerto. Mas então ele me chamou pra essa viajem, e me pediu em namoro. Eu não queria magoar ninguém , muito menos a Manu, e foi por isso que eu não contei antes, pra não criar expectativa.
- Filha.. - minha mãe disse - eu, eu desejo tudo de bom pra vocês dois. Quero que ele te faça muito feliz.
- Ele vai, eu sei.
- Eu vou ser cunhada do Luan ? Ai-Meu-Deus ! - rimos da Manu, agora feliz.

Capitulo 15

   Terminamos de jantar, eu contei mais detalhes da viajem, e contei que decidimos não assumir o namoro pra imprensa até eles fecharem negocio com a gravadora internacional, pois poderia atrapalhá-lo. Meus pai não entenderam muito bem, mas enfim. Eles ficaram eufóricos quando eu disse que ele viria no sábado conhecê-los, e Manu já adiantou :
- Podem fazer o que quiser, menos carne moída ! - Decidimos que seria frango com quiabo, escondidinho de carne - não moída - e torta de limão de sobremesa. 
                                                     ...
    O resto da semana se passou arrastada, pareceu um século, e para ocupar a cabeça, retomei os treinos de karatê abandonados a um ano e recomecei a pintar um quadro. Já havia um ano que eu não mexia com essas coisas, desde comecei a faculdade. Isso me fazia muito bem.
   Na sexta feira, eu estava treinando na academia, pro meu alivio nesse um ano eu não havia perdido a pratica .
 - Olá, eu.. posso fazer uma aula  ?  - disse um rapaz, mas eu não parei para olhá-lo e continuei a sequencia .
 - Luan Santana ? Claro, será uma honra !  - Parei bruscamente e olhei Luan entrando no tatâmi imitando os movimentos do sansei, sorrindo discretamente pra mim. Quis correr e abraça-lo e enchê-lo de beijos, mas além de esconder o namoro, tínhamos que respeitar o tatâmi.
- Sansei, eu posso cuidar desse veterano ?
- Claro, sem problemas , ensine o básico a ele naquele cantinho ok ? 
     Fomos para um canto separado e eu perguntei :
 - Você não ia vir só amanhã ?
 - É, quis fazer uma surpresa , até parece que não tá feliz por me ver.
 - Lógico que estou, bobinho ! Mas como me achou ?
 - Vi seu carro parado ai e parei pra verificar. Você nunca me disse que fazia karatê.
 - Eu acabei de retomar, estava parada.
  - Eu , vocês dois ! Parem de conversar ou então vou separá-los. - disse o sansei, nos fazendo rir.
     Prosseguimos o treino em silêncio, acabamos um pouco mais cedo para fazermos uma rodinha, conversarmos e cantar um pouco, mas logo surgiu um pequeno tumulto e fomos embora, cada um em seu carro. 
     Apenas Léo e Manu estavam em casa, meus pais haviam ido no supermercado. Fui tomar banho na frente , e deixei Luan na sala conversando com eles. Depois ele pediu para tomar banho também. Indiquei o banheiro enquanto arrumava umas toalhas e uma camisa de manga comprida preta lisa e uma calça jeans clara que ele tinha na mala. Entrei no banheiro , pois o boxe era fechado, não havia perigo de vê-lo se banhando. Não que eu não quisesse isso. Mas.
   - Luan , separei umas toa.. - ele abriu o boxe e me puxou pra debaixo do chuveiro - não Luan, eu já estou arrumada, não, aaaah ! - ele me calou com um beijo , notei que ele ainda estava de cueca box preta, pra minha sorte . Ou não. -  Deixa eu sair, sério. Se minha mãe chegar ela vai xingar ! - ele me soltou fazendo bico e cruzando o bracinho que nem um bebê, mas eu resisti e fui me secar.
   Descemos logo, e no enquanto descíamos a escada Luan cochichava nervoso :
 - Tô bem assim ? Será que eu devia por o blazer ? Arruma meu cabelo aqui ? Seu pai tem uma arma ? 
 - Calma Luan, calma, eles gostam de você ! - Todos já nos esperavam sorridentes á mesa.

Capitulo 16

   - Olá Luan, que prazer te conhecer ! Mesmo parecendo que já te conheço há tempos ! - disse minha mãe muito simpática abraçando-o.
   - Oi D. Sandra, tudo bem com a senhora ? O-oi Sr. Lawrence, como vai ? - ele disse apertando a mão do meu pai.
   - Calma cara ! - ele disse descontraído tentando acalmá-lo - Seja bem vindo a nossa familia !
      Logo todos já estavam rindo e falando alto. Depois do jantar, Luan fez um tereré para refrescar a noite quente de verão, cantamos um pouco na sala, depois Manu mostrou algumas coisas de fã-clubes, videos, textos e redes sociais que ela sempre quis mostrar a ele. Ele ficava mais emocionado a casa coisa que lia, chegou a chorar, seguiu algumas meninas, enfim. Quando todos foram dormir, nos sentamos nas balanças do parquinho que tinha no nosso quintal.
  - Como foi pra você ? - perguntei quebrando o silêncio.
  - Melhor do que eu pensei, sua família é muito simpática, linda , receptiva, enfim.  
  - É, vocês se deram mesmo muito bem. Fiquei muito feliz, até mesmo pela aceitação da Manu.
  - É, ela é uma das melhores fãs que eu conheci. Percebe o que eu quis dizer com "as fãs de verdade aceitarão" ? 
  - É. Sabe, você foi a primeira pessoa que eu disse "te amo" ? Eu tinha muito medo dessas coisa de amor sabe, já vi tanta gente sofrer por causa disso. Procurava evitar da maneira que podia, mas você, você é tão diferente sabe ? É como se eu fosse outra pessoa com você.
  - Você não sabe como fico feliz ouvindo isso ! - ele disse me sentando no seu colo - É tão diferente com você. Você não sabe todos meus gostos, vai me descobrindo a toa. Eu era acostumado a ser um livro aberto, e por mais que você já me conhecesse de certa forma, é diferente. Eu me sinto normal com você.
  - Acho que é porque eu não te vejo como Luan Santana. Apenas o .. Luan Rafael. Mas, já que falamos do Luan Santana, canta pra mim ?
 - Tá, o que ? 
 - Aquela, que fala de Cancún, eu não lembro o nome.
 - Tá, vamo lá .. "Eu sei que já não tenho idade pra ficar tão dependente .." - Ele cantou até eu começar a bocejar, e ele dizer que estava tarde e eu deveria ir dormir e ele ir por hotel.
   No outro dia, almoçamos todos juntos no aeroclube da cidade antes dele partir.
 - Lembra, começou aqui. O nosso almoço.
 - Na verdade, começou em Floripa. Dessa cidade eu tenho a lembrança do nosso primeiro beijo.
 - Que tal um outro primeiro beijo ? - Ele riu e atendeu meu pedido, me deixando sem fôlego como sempre. 
    Ele foi embora, e eu fiquei olhando pro céu até Bicuço sumir de vista, levando o meu amor junto com o vento. 
Capitulo 17
     Uma semana se passou, arrastada novamente. Luan teve apenas um show em Porto Alegre - que eu mais que queria ir, só que não pude -  mas estava em São Paulo preparando seu CD novo, então não pode voltar pra Santa Catarina, então ele apenas me ligava a noite, me contava como andava os negócios, mas logo desligava, até porque minhas aulas na faculdade começaram. 
    Enquanto isso, eu e Léo nos reaproximamos como era antes. Ele me ajudava com os livros da faculdade, pois tinha se formado em Matemática e era muito inteligente. Pedro e Bruna também se tornaram grandes amigos, conversávamos via webcam , no telefone, e numa passagem por Camboriú dormiram em casa depois de irmos numa "baladinha sertaneja".
     Então chegou meu aniversário. 13 de fevereiro. Eu havia comentado algo com o Luan dias atras, provavelmente ele não lembrara , pois na noite anterior não havia falado nada no telefone, ainda mais por ser segunda - feira . Eu lidaria com isso. No trabalho recebi alguns telefonemas de amigos da escola, Bruna , Pedro, Manu , Victor . Na faculdade, cantaram parabéns e me deram alguns presentes como livros, CD's e roupas. Cheguei em casa tarde da noite, jantei com meus pais que me deram um lindo colar. Chequei meu celular pela 9Oº vez, e ele não tinha ligado, nem uma mensagem. Olhei seu twitter estava escrito "Parabéns Maaariii ! " Apenas isso. Já tava bom, ele tinha lembrado pelo menos. Tomei um banho e deitei na cama, exausta, pretendendo dormir , mas uma musica começou a entrar pela janela. Será que eu estava delirando ou era mesmo a voz dele ? Sai na sacada para checar.
   - O que... ? - foi impossível segurar as lágrimas ao me deparar com Luan na calçada, cantando "Esqueci De Te Esquecer" , fazendo uam serenata, e ao me ver, abriu um sorriso divino e cantou o "Parabéns" mais lindo do dia.

Capitulo 18
Meu capitulo preferido para minhas escritoras preferidas : Elza Fernanda e Amannda Lima.

      Minha família também acordou, e trouxe ele pra dentro. Desci correndo e o recebi com o beijos e abraços. Eles comentaram sobre o lindo gesto, tiraram fotos mas logo foram dormir novamente. Subimos para o quarto.
  - Achei que você não tinha lembrado !
  - Pegadinha do malandro ! Hahaha ! - ele disse se sentando ao meu lado na cama.
  - Hmm, e isso ai é pra mim ? - eu disse apontando as flores e as duas caixinhas que ele trouxe.
  - Ah, é , é sim ! Escolhi rosas turquesas, uma cor que combina muito com você.
  - São.. lindas ! Eu.. amo turquesas !
  - Que alivio ! Comprei isso aqui em Nova Iorque ano passado, e acho que você é a pessoa certa pra eu dar isso - Ele me deu a caixinha maior. Era a miniatura da cidade de New York dentro de um globinho de vidro com neve caindo sobre ela. 
  - Nossa .. eu ... amo essa cidade ! - exclamei sem ar.
  - Quem sabe passamos nossa lua de mel lá.  - eu sorri e ele pegou o ultimo presente, uma caixinha muito pequena - Isso aqui eu mandei fazer, especialmente pra você. Vamos começar de novo ?
    Ele se ajoelhou na frente da cama, e mais um rio de lagrimas desceu quando ele abriu - a e dentro tinha um anel, com duas pérolas quase invisíveis de tão pequenas, senão fosse pelo brilho. 
 - Marianna Cozzer, dentro deste anel, está escrito meu nome junto ao seu amarrado ao símbolo do infinito. O único espaço de tempo suficiente para o nosso amor. Você me dá a honra de ser seu namorado ... de novo ? 
  Dizem que sorrir é uma forma de mostrar amor. Eu apenas sorri pra ele, e assenti vagarosamente. Ele sorriu  e me mostrou a escritura "LuanMarianna" dentro e colocou  no meu dedo anelar direito, e em seguida me beijou.  Dizem que o amor chega. Para todos. Tanto para os que o esperam, quanto para os que nem acreditam nele. Ele chega, sempre. E naquele momento, eu sentia como se o amor tivesse chegado pra mim na foma de uma pessoa, um homem, ele. Ele começou a me deitar na cama, mas eu o afastei :
  - Eu também tenho uma coisa pra você - peguei o CD na gaveta - Tem nossas musicas preferidas ai.  
 - Obrigado, vamo ouvi então ? - Ele colocou no notebook e a primeira musica, era "Dia de domingo" - Gostei dessa.. - ele disse se juntando em mim na cama com beijos alucinantes.
   Então naquela noite nos tornamos um só, de corpo e alma, já não se sabia onde começava eu e terminava ele, unidos num mar de prazer, brincando de amor. As estrelas que conseguiam nos ver pela janela aberta iluminaram o ato mais lindo de amor de todos os tempos.
  
  Capitulo 19

     O dia amanheceu. Eu acordei primeiro, e dessa vez fui eu que fiquei observando-o dormir como um anjo. Seu corpo deleitado de bruços na minha cama, era perfeitamente esculpido pelos deuses gregos, tapado apenas por uma cueca box preta, me lembrando da noite passada. Contei sua respiração, calma, imaginei se ele estava sonhando, e desejei que fosse algo muito bom. Não resisti a traçar uma linha com o dedo levemente da base de suas costas até o pescoço, e quando cheguei lá, me deparei com seus olhos castanhos bem abertos, com um brilho travesso e sapeca. Então sorrindo ele deu o bote, ficando em cima de mim. Depois de fazer amor mais uma vez, ele olhou no celular, e o relógio informava sete da manhã. 
  - Eu tenho que ir.  
  - Não tem não.. - choraminguei. 
  - Tenho sim. Tenho uma reunião pra decidir a capa do CD, e seu pai não vai gostar de saber que eu dormi aqui. - ele disse enquanto se vestia.
  - Verdade, talvez ele pegue a espingarda.. - eu brinquei séria.
  - O que ?!? Espingarda ?!? - ele disse assutado, e eu cai novamente na cama rindo. 
  - Calma.. é brincadeira ! Então, quando vamos nos ver de novo ?
  - Até quarta eu vou estar em São Paulo, o resto da semana eu tô livre. 
  - Sexta eu não tenho faculdade.
  - Então sexta eu te busco e vamos para minha casa !
  - O que ? Luan ach .. - ele me interrompeu com um beijo
  - Até sexta.
     O levei até a porta silenciosamente, apenas Manu estava acordada pois estudava cedo. Ela deu uma piscadinha que significava que guardaria segredo em troca de uma carona dele.
     Naquele mesmo dia , no trabalho, eu estava na recepção, com minha amiga Amannda. Nós fizemos o ensino médio juntas, e agora trabalhávamos juntas para pagar a faculdade - a minha de Engenharia e a dela de Direito. Além disso, uma das nossas coisas em comum era os nomes terem a letra N repetida. Então começou a tocar no rádio a musica Nega, ultimo trabalho do Luan. Comecei a cantarolar, distraída e sorrindo. 
   - O que tá acontecendo , Mari ? - ela perguntou me arrancando dos devaneios.
   - Como assim ?
   - Primeiro, você tem chegado sonolenta, o que nunca acontecia, como se não tivesse dormindo direito. Depois esse anel .. esse brilho nos olhos .. agora você tá cantando Luan Santana ?!
   - Não é nada. Assisti um filme até tarde, e conheço as musicas por causa da minha irmã. - inventei, sem certeza se estava convencendo.
   - E esse anel ?
   - Eu comprei. 
   - Mari, eu sempre fui sua unica amiga. Achei que ia me contar se algo estivesse acontecendo. Você tá estranha assim desde que viajou pra Curitiba pra ver o ... Claro ! É isso ! Você tá namorando o Luan Santana ?!  - Ela disse, alto demais.
    Amannda era o que eu podia chamar de melhor amiga, pois eu não contava nada sobre minha vida pessoal pra ninguém, exceto ela. Então achei justo contar tudo a ela.

  Capitulo 2O
    
     Contei tudo detalhadamente. Coisas que nem minha mãe sabia, apenas Manu e ela. No começo ela sorriu, me abraçou e disse parabéns, mas logo lançou :
   - Olha Mari, a ultima coisa que eu quero na vida é te ver triste, e não que eu seja uma estraga prazeres, longe disso, mas, toma cuidado tá ? Ele é lindo, romântico, mas é homem e pior, artista ! Ele pode dizer que te ama hoje e amanhã dizer a mesma coisa pra uma modelo ai ! Toma muito cuidado, de verdade, eu tenho medo !
   - Eu sei Amannda, mas eu acredito nele. Eu sei me cuidar, obrigado mesmo, de coração ! - nós nos abraçamos e seguimos o dia de trabalho. 
                                               ...
     Ao contrario das outras, a semana passou voando.  Luan me ligou apenas na quarta, para lembrar da viagem de sexta - como se eu fosse esquecer - e disse algo sobre surpresa, mas a TV estava falando sobre um time de futebol que passaria em Camboriú no volume alto e eu não ouvi.
Enfim. Sábado chegou, e logo cedo eu, Manu e Victor - que foram intimados a ir - já estávamos no aeroclube nos reencontrando com Luan.
  - Toma , coloca isso. - ele disse me vestindo um casaco enorme.
  - Está tão frio assim em Londrina ?
  - Não vamos para Londrina.  Quer dizer, vamos, mas não hoje. - fiz cara de confusa - Fica calma, e sem perguntas, vamos !
    E lá fomos nós rumo a família do Luan. Confesso que Manu estava mais ansiosa que eu. Eu estava com muito medo, e para agradá-los comprei alguns presentes, e como mal os conhecia, pedi ajuda para minha fã preferida que até parecia ser da família.  Pousamos na horado almoço aproximadamente, e ao descer do Bicuço, avistei a placa, boquiaberta :
 - Não, não é verdade ! É isso mesmo Luan ?
 - É, estamos em Porto Alegre !

 Capitulo 21 

   Vi de canto de olho algumas lágrimas cair dos olhos da minha irmã e Luan e Victor pararem ao nosso lado, se entreolharem como se fossem cúmplices e sorrirem satisfeitos. Estávamos de volta a nossa terra natal, onde criamos raízes e vivemos a melhor época de nossa vida, oito anos depois. Seguimos de carro, passamos pelo centro e olhávamos maravilhadas para tudo, como aquela cidade tinha mudado mas tinha o mesmo clima ,harmonioso, frio e abrigador do Rio Grande do Sul.  Passamos em frente a nossa casa antiga, que estava da mesma maneira, mas vazia e a venda. Mostrei ela a Luan, como todos outros lugares que eu frequentei anos atrás. Ele apenas sorria, feliz. 
     Depois de quase uma hora rodando, entramos numa região toda verde, com pastos e algumas fazendas a metros de distancia umas das outras. Paramos na quinta, sugeri, uma das fazendas mais lindas do local, com um pequeno portão de madeira clara, e em cima uma plaquinha onde tinha entalhado "Rancho Santana".
   - Seu sonho .. Luan.. - Manu exclamou impressionada.
   - É.. - ele respondeu.
   Descemos, e passamos pelo portãozinho. Fiquei um bom tempo parada observando. Do lado esquerdo, tinha uma casa, razoavelmente grande, amarelinha, com portas e janelas de madeira escura, uma varanda com uma rede e uma mesinha para chá. Nos fundos da casa, uma churrasqueira e várias mesinhas de plástico, mais pro fundo uma piscina enorme, mais pro fundo ainda um pasto, enorme, com uma vaca, e dois cavalos divinos, um branco e um marrom. Tomando conta de todo o lado direito do terreno, tinha um lago, razoavelmente grande para uma fazenda só, onde avistei eles, pescando.
   - João, leva nossas malas pra dentro por favor ? Depois tá dispensado, obrigado viu ? - Luan pediu ao motorista - Gente, chegamos !! - ele exclamou, correndo até o lago - Mãe, pai, que saudades !
   - Luan meu filho, como você tá ? - disse sua mãe, afagando-lhe o cabelo, e senti muito por ele ter que se sacrificar para viver seu sonho. Mas fui arrancada de pensamentos com os gritinhos de Manu e Bruna se abraçando, e me senti abençoada por poder proporcionar toda essa felicidade a minha irmã e ao mesmo tempo viver um sonho real de amor. Então foi minha vez de cumprimentá -los. Primeiro Marizete :
  - Você não me disse que ela era tão linda, filho ! - ela me abraçou docemente.
  - Obrigado D. Marizete, é um prazer ! Sr. Amarildo , tudo bom com o senhor ?
  - Tudo ótimo, seja muito bem vinda a nossa família ! - A expressão quase me fez chorar.
  - Maari, que saudades , depois me conte todas as novidades ! - Bruna disse me abraçando.
  - E ai, Maricota ! - Pedro também me abraçou, revelando o nosso apelido secreto.
  - Oi, Pepo ! - todos riram. 
  - E ai, pronta pra aprender a pegar peixe com o maior pescador do Mato Grosso do Sul ? - disse o Luan quando soltei do Pedro.
  - Ué, você convidou ele também ? - debochei - Eu que pergunto, pronto pra aprender com a melhor pescadora do Rio Grande do Sul ? - eu disse, revelando meus truques.
  - HAHAHA, você ? Pescadora ?
  - Se eu pegar mais peixes em uma hora, os homens lavam a louça. Aceita ? - desafiei, amarrando o cabelo.
  - Fechado. - apertamos as mãos e subimos na canoa.

 Capitulo 22
      Com todos observando e nós concentrados, o silêncio era predominante. Ninguém queria lavar a louça. E nos primeiros 2O minutos, eu tinha pegado 2 peixes grandes, e o Luan também, um pouco maiores. Na minha infância em Porto Alegre, eu cresci em rios, pastos e celeiros pescando e andando a cavalo, então eu tinha meus truques. Meia hora, e nada. Quarenta minutos, e nada. Quarenta e cindo, cinquenta. Cinquenta e cinco. Nada. Então, alguma coisa puxou a vara dele. Ele tentava puxar, mas era mais forte que ele. Fui então ajudá-lo.
  - No 3 .. 1, 2, já ! - Puxamos juntos e BUM ! A canoa virou, e nós caímos na água.
     Emergimos juntos ,chorando de gargalhar, assim como todos na margem. 
  - Olha .. - ele disse levantando a vara com um pedaço de madeira grudada no anzol. Rimos mais ainda, então foi combinado que todos se ajudariam na hora da louça.
   Nos secamos e colocamos roupas secas, enquanto ele dizia que mesmo assim era o melhor pescador do Brasil que pescava até madeira, e eu ria demais da cara dele. Ele tinha um jeito de fazer piada de tudo que me encantava demais. 
     Com nossa mistura garantida, as mulheres foram para a cozinha preparar o almoço e os homens limpar a piscina. Manuella já parecia da família.
     Almoçamos ao ar livre, na varanda, e a mãe dele começou a falar coisas que Luan tinha feito na infância :
   - Uma vez, ele tinha uns 13 anos, chegou em casa batendo as porta porque tinha levado um tombo na frente de uma "gatinha" HAHAHA, e uma outra vez que peguei ele dançando sozinho de toalha no quarto, ele ficou todo vermelhinho, HAHAHA, quando ele terminou o primeiro namoro, chorou tanto coitadinho !
   - Mãe ! Para né, assim eu vou perder a namorada !
   - Claro que não bebê, assim eu te amo mais ainda ! - eu disse lhe dando um beijinho, e todos fizerem "AWWN"

Capitulo 23

     Depois de almoçar, eu e Luan fomos lavar a louça, mas entre um beijinho e uma cócega, acabamos exarcados , assim como o chão da cozinha.
  - O que é isso ? Ai meu Deus ! Saiam da cozinha agora ! Eu termino isso ! - Disse Marizete.
    Então fomos para a varanda, e eu avistei os cavalos relinchando maravilhosamente no celeiro :
  - São seus ?
  - Não, não. O branco é a égua Madoliny  , e é da Bruna. O preto é Corey, do meu pai. Eu morro de medo desses bicho ai !
   - O que .. ? Não, olha, vamos lá, eu te ajudo !
   - Você sabe andar de cavalo ? 
   - É, talvez . Vaamos, pufavoi ?
   - Tá, mas.. se eu cair, não ri tá ?
  Corremos para o celeiro tão enorme quanto o lago e me perguntei quanto Luan tinha gastado em mais aquele sonho. Quando ele subiu no cavalo branco, incrivelmente quase tombou para o outro lado se eu não tivesse segurado-o, me me perguntei como ele conseguiu fazer um absurdo daquele, enquanto montava em Corey num salto só. 
   - Vamos deva .. - tarde demais, eu já havia arrancado com o alazão - ... gar. Ok.
  Havia anos que eu não cavalgava, assim como não pescava nem vinha a Porto Alegre, e a surpresa do Luan de me trazer de volta a melhor época da minha vida estava me fazendo muito bem, e tornava ainda mais especial agora ele estar do meu lado aproveitando isso. Eu ia, guiada pelo vento que balançava meu cabelo comprido e preso num rabo como sempre, batendo leve em meu rosto. 
   Paramos só quando o Sol desapareceu totalmente e mal se enxergava um palmo a frente. Pedimos várias pizzas, uns cinco sabores diferentes, e comemos enquanto assistíamos "Dois Homens e Meio". Como todos estavam muito cansados e sairíamos cedo no dia seguinte, foram dormir logo em seguida. Amarildo e Marizete no quarto maior, Eu, Bruna e Manuella no quarto branco e Luan, Pedro e Victor no quartinho da piscina. Sobrou um quarto, mas elas preferiram assim.
   As meninas estavam conversando nas camas quando eu fui tomar um banho longo e relaxante, depois do dia cheio, com viagem, pescaria, almoço em família, cavalgada, eu estava muito cansada. Lavei os cabelos e os deixei soltos, o que não acontecia com muita frequência ,e percebi que eles já batiam na cintura. Coloquei uma camisola, não muito comprida nem muito grande, era rosa pink, de algodão, igual a um "camisão" . E quando eu sai do banheiro, não encontrei o quarto como estava antes. : As três camas estavam grudadas, com apenas dois travesseiros e um lençol, formando uma "cama de casal" ., a luz estava apagada e apenas os dois abajures estavam iluminando o principe sentado na cama com o violão na mão.

Capitulo 24 
Dedicado a Thaís Martins.

     - Luan o que ... ? Cadê as meninas.
    - Eu convenci elas a ir pro quarto vermelho. Senta ai, quero te mostrar uma coisa. Eu fiz uma música pra você, esses dias.  - Eu me sentei, chocada.
    - O que ? Uma música ? 
    - É, o nome é "Incondicional", vamo lá. - Então ele começou com aquela magia :

   "Eu vou pedir ao Sol, pra iluminar nosso caminho
    E todas as estrelas, pra enfeitar nosso destino
    Me leve aonde for, segure a minha mão
    Pois sei que você vai ser a minha direção
   
   A gente é assim, temos tantas coisas em comum
   Você tem marca em mim
   E pra você não sou mais um
   Assim é o nosso amor, tão forte como a noite
   Perfeito como o dia 
  
   Eu vou subir as nuvens
   Pra desenhar o teu sorriso
   E no azul do céu 
   Vou ver os seus olhos brilhando
   Em meio as estrelas
   Fico flutuando
  
   Em minhas digitais, já tem um pouco de você
   Eu sigo seus sinais
   Assim nunca vou te perder
   É incondicional
   Você tem a forma exata pra me prender
   Em você "

     
     - E ai, gostou ? Você foi a primeira a ouvir. 
    Eu estava completamente arrepiada, sem saber o que dizer. Meu coração batia fora de ordem depois de ouvir aquele cântico dos céus, que fora escrito pra mim. Sem ter o que falar, apenas o beijei. O beijei com todo amor , com toda força que arranjei no coração. Eu o segurava em mim, para que não fosse embora nunca, mesmo sabendo que não iria.  Ele me deitou de vez na cama, e tirou a própria roupa, peça por peça, enquanto eu apenas admirava, desacreditada que aquele homem estava bem na minha frente. Eu só precisaria daquilo, e viveria bem. Então, a meia luz que o abajur resplandecia , fizemos durante a noite toda coisas que só Deus, eu e ele sabemos, e que ficariam nas nossas memórias pra sempre, de tão lindas.
   

Capitulo 25
        Acordamos bem cedo no domingo e voamos para Londrina.
      Seguimos de táxi até o condomínio, e quando parei de frente a casa, olhei completamente abismada para o castelo do meu príncipe. Me senti até mesmo tímida perto de tudo aquilo que ele tinha. Eu não daria nem metade daquilo a ele. Em compensação, Manu agia como se conhecesse tudo. E ela conhecia.
       Ele me mostrou, cômodo por cômodo. Era tudo perfeitamente arrumado, e decorado com a personalidade da família. Troféus, fotos, cartazes e prêmios espalhados pelas paredes.  No quintal, uma piscina na forma de L e uma jacuzzi. Uma churrasqueira enorme , banquinhos e flores , e um deck de frente com um lindo lago que desconfiei que Luan pescava . Mas meu lugar preferido foi o quarto dele. Era branco e vermelho, uma sacada, uma cama de casal - por um momento pensei quem mais dormiu ali, mas logo espantei o pensamento - com muitos, muitos ursinhos. Um guarda - roupa enorme, uma mesinha com papéis e quadros da família, antigos e recentes. Na parede acima dela, um mural com fotos de algumas fãs - mais conhecidas suspeitei - e algumas cartas. Violões, de diferentes tipos, todos enfileirados. Era tudo lindo. Tirei o colar que estava no pescoço - uma pequena pedrinha que tinha um significado enorme pra mim - e sem ele ver pendurei no violão azul, como uma marca minha naquele quarto. 
      Dessa vez almoçamos cedo, pois quem preparou a comida foi Dulce, uma senhora mais que simpática que cuidava da casa e da família há vários anos. Quando me viu , me abraçou e disse :
   - Finalmente, achei que o Luan nunca ia trazer uma mulher decente pra essa casa !
- rimos e comemos frango com quiabo . Depois, Bruna saiu com Pedro, Marizete foi ao mercado com Dulce e Amarildo resolver negócios. Eu e Luan assistimos "Um amor para recordar"  , e acabei novamente adormecendo em seus braços.
      Mas antes do anoitecer , peguei o avião de volta para realidade.
      Eu pretendia descasar e dormir cedo depois do fim de semana mais perfeito de toda minha vida, mas Amannda me ligou desesperada pedindo que eu fosse urgente a casa dela.

Capitulo 26

       Entrei sem bater como de costume, ela estava sentada a mesa, rindo as beças conversando com alguém.
    -Até que enfim ! Olha quem voltou Mari ! ' então a pessoa se virou.
    - Nã .. Bê ?
        Bernaro e eu namoramos dos 14 aos 16 anos, na época da escola. Ele foi meu primeiro e unico namorado antes do Luan. E meu primeiro homem. Até surgir uma oportunidade dele seguir seu sonho, terminamos amigavelmente e ele foi embora viajar pelo mundo com o time de futebol do pai de seu amigo. Eu apoiei sua decisão, apesar de ter sofrido um pouco no começo, mas 4 anos depois, eu estava totalmente curado. No começo ele me ligava, mandava sms no Natal, mas com o tempo isso acabou. Quando se foi, ele era o titular do time, não sei como estava hoje. Percebi que ele ainda tinha o mesmo cabelo liso, quase dourado pelo Sol, jogado perfeitamente pelo lado, meio bagunçado, cheio de charme, um sorriso muito branco que tirava suspiros de muitas meninas na época do colégio, uma pele tão branca, lisa e perfeita que parecia porcelana. Não era necessariamente forte, mas era tão alto quanto o Luan, talvez um pouco mais baixo , mas tinha um bom fisico. Bom mesmo. E ainda tinha. Quatro anos tinham feito muito bem a ele. Por várias vezes menininhas que hoje mal falavam comigo arranjaram briga comigo por não se conformarem de eu ter sido a escolhida do Bernardo Rodrigues. Mas todas essas coisas banais passaram com o tempo. E agora ele estava de volta.
   - Mari ! Nossa .. que .. saudades ! - ele me abraçou tão forte quanto eu o abraçava.
   - Nossa.. eu també.m.. que. surpresa ! O que acontecue que você voltou ?
   - O Centro de Treinamento foi transferido pra cá.  Você nãp vê jornais ? - Nos sentamos na mesa.
   - Mais ou menos, mas me diz, como você está .. como anda a vida.. ?
   -  Tá tudo indo muito bem, o time tá bem reconhecido. E você, como tá hoje, fazendo faculdade ?
   - Claro, aquela que eu dizia que faria.
   - Não me diga ! Tá mesmo cursando engenharia ? Que ótimo ! E  namorado ?
   - O que ? Ah, não vamos falar disso agora - Eu disse na incerteza se era a hora de falar sobre nosso namoro secreto - Mas me diz como se passou esses anos.
     Ele me contou que agora jogava em outro time , de São Paulo, e que ainda pegava o titular. Que realizou muitos sonhos com a ajuda de seu mais novo melhor amigo, Neymar Jr. E que foi a vários lugares muito legais, conheceu vários artistas. Alguns que eu gostaria de conhecer, uns humildes, e outros ne tanto.
  - E a Manu como tá ?
  - Uma moça, com 15 anos , namorando já.
  - Se eu bem me lembro, há quatro anos ela era fã do Luan Santana, que na época ainda Gurizinho.
  - É, ela ainda é.
  - Que bom, hoje ele é o consagrado Luan Santana, mas ainda é muito legal ! Nós somos amigos sabia ?
 Engasguei descontroladamente com o suco.
  - A-amigos é ?
  - É , podemos marcar de sairmos todos nós.
  - É, vamos marcar sim. - Respondi imaginando a cena irônica.
    Mudei de assunto e conversamos horas a fio, até quase de madrugada. Depois ele me deu uma carona até minha casa, eu não queria mesmo aceitar, mas era madrugada e pra minha sorte, Amannda fez questão de ir para ver Léo. Ela estava caidinha por ele. Agradeci por isso, pois eu não sabia como Léo estava se sentindo.  
     Apaguei em poucos minutos na cama e acabei não indo tarbalhar na biblioteca, minhas energias estavam totalmente desgastadas com o final de semana turbulento. Acordei mais tarde, quase na hora do almoço , e comecei a colocar as coisas da faculdade em ordem.
     - Oi amor. - ele disse surpreso com minha ligação fora de hora.
     - Oi Luan, tudo bem meu amor ?
     - Por aqui tá tudo tranquilo, e ai ?
     - Tá, tudo certo.
     - Não foi tarbalhar porque ?
     -  Eu fiquei até tarde na Amannda ontem, e estava muito cansada do fim de semana.
     - Ah, então tá, descansa bem viu meu amor ? Nosso fim de semana foi bom né ? - agradeci por ele nãp perguntar o motivo de ter ido na casa da Amannda.
     - É , foi sim. Eu simplismente amei sua família. Quem nasce aos seus não degenera, realmente.
     - Haha, que coisa boa ! Eles também te amaram. Mas porque você ficou até tarde na Amannda ontem amor ? Fofocando ? Hahaha. Ela sabe sobre nós ? - Quase meti a cara no notebook.
    - Não, sabe, quer dizer, ela sabe, mas eu fui lá por outro motivo. - Respirei todo o ar a minha volta.
    - Aconteceu alguma coisa Mari ?
    - Não, é que, bom, meu ex namorado voltou a morar em Balneário e ele foi lá ontem sem eu saber.
    - O que ? Você nunca tinha me falado sobre um ex namorado.
    - É, eu mal lembrava dele. Ele disse que te conhece.
    - Me conhece ? Quem é ?
    - Bernardo Rodrigues.
    - O jogador ? Seu ex ?
    - É. Mas eu não pretendo mais ver ele. - Eu disse, sendo sincera com o coração.
    - Tudo bem. Bom, Mari, tenho que desligar agora tá ? Beijo. E , olha.. eu te amo tá ? - Eu tinha notado uma mudança de humor nele ? Eu não saberia, porque ele desligou antes de mim.

Capitulo 27
     (Contado pelo Luan)
   Desliguei o telefone e segui meus dias normalmente, ou quase. O fato do ex namorado do amor da minha vida estar morando perto dela de novo me perturbava. Não nos falamos mais o resto da semana, e na quinta, eu acordei com pouca animação, o que era raro, e ao chegar no estúdio, senti que não devia ter levantado da cama. Me de parei com todos reunidos ao redor de um computador :
  - Luan, alguém colocou Incondicional na internet. - disse Arnaldo.
  - Como assim ? - eu disse me sentando na frente do computador, vendo a musica tocar publicamente ali, bem na minha frente - Mas só eu , você e a Mari ouviram !
  - Eu sei, eu tenho certeza disso. Eu nunca faria isso. Nem você, e ..
  - Perai ! Cê tá querendo dizer que foi a Mari que colocou a musica ?
  - Não Luan, mas
  - Eu não acredito nesse absurdo ! Não foi ela !
  - Luan, calma, a gente vai investigar tudo e..
  - Só .. falem com as meninas tá ? Avisem elas, eu .. vou pra casa.
     Então voltei e fiz o que devia ter feito, fiquei na cama por horas e pretendia ficar o resto do dia. Entrei no twitter, comentei sobre o vazamento e fiquei apenas lendo, aquelas palavras, que só anjos poderiam escrever. Liguei pra Mari 28 vezes, mas ela não atendeu, e finalmente a tarde me ligou :
  - Oi amor, que saudade, vi suas chamadas, eu tava na Amannda resolvendo umas coisas, aconteceu alguma coisa ?
  - Nada demais, é que, a nossa musica vazou na internet.
  - Como assim ? Quem foi o maluco que fez isso ?
  - Não sabemos ainda.
  - Nossa amor, eu , sinto muito, mesmo. Você tá bem ?
  - É, eu queria que fosse surpresa né .. mas eu to bem.
  - Olha amor, porque você não vem pra cá hoje ? Ainda tá cedo, e tem show do Fernando e Sorocaba, você vai poder se distrair e ver seus amigos.
  - É, talvez não seja má ideia, eu precisava mesmo falar com eles. Se arruma ai que em 2 horas eu chego.
  - Tá, beijo.

Capitulo 28 
(Contado por Marianna)
     Ele chegou logo, mas preferiu não entrar. Quando desci, percebi que pela primeira vez ele estava com seu próprio carro, encostado feito um galã de novela, de calça de couro preta, bota e camiseta vermelha. Não contive o sorriso, como uma colegial apaixonada. Já fazia mais de um mês que estávamos juntos, e poderiam passar 8O anos, mas eu sempre sentiria um frio na barriga quando ele chegasse. Me joguei em seus braços, disposta a fazer qualquer coisa para ver um sorriso naquele rosto. Ele ficou ali, abraçado comigo por alguns minutos.
  - Eu senti tanto sua falta ! - ele desembestou a falar - Eu queria que você ficasse comigo todo tempo.. Desculpa, eu devia ter mantido a musica em segredo .. eu ..
 - Luan, Luan, olha pra mim, calma meu amor !  - eu disse segurando seu rosto em minhas mãos - Não foi culpa sua ! Alguém te sacaneou, claro, mas calma, deve ter tido algum motivo, e vocês vão investigar, e não achar, mas fica calmo tá ? Vai dar tudo certo !
   Ele apenas me beijou, de forma calma e intensa, liberando seus sentimentos, e a saudade.
   Fomos para a casa do Fernando Zor, o "Fernandinho" , para um jantar antes do show.  Confesso que não quis arredar o pé do carro, de vergonha. Eu não pertencia aquele mundo. Mas Luan me puxou, e me assustei mais ainda a me deparar com uma sala imensa - quase do tamanho da minha casa - e, para nos receber estavam Fernando, Sorocaba, Conrado, Aleksandro, Thaeme, Thiago, Orlando e alguns outros membros das bandas. Fui apresentado a cada um,  que com os minutos, se mostraram tão humildes e divertidos quanto Luan, e logo eu estava entrosada na conversa deles, que obviamente era musica. Foi quando acabei deixando escapar que tocava violão e teclado, coisa que Luan ainda não sabia.
     Depois do jantar, fomos cada um para seu carro, encontrei Mari na entrada, Luan entrou pelos fundos, depois nos encontramos no camarote, todos e curtimos o show juntos.
      Bernardo apareceu também, e acenou discretamente para nós, confuso ao ver-nos juntos . Diferente da Amannda, eu e ele não nos falamos mais depois da reação do Luan quando contei que ele tinha voltado.
    Notei que ele tinha ficado mais sério depois que Bernardo apareceu, mas não falei nada. Fomos pra casa - caía uma chuva monstruosa- e entrei para avisar que ficaria com Luan no hotel aquela noite, e quando voltei pro carro, levei um choque ao ver Luan com os olhos cheios de lagrimas, atordoado.
  - Luan, o que ..  ?- Ele me mostrou o meu celular. Na tela, tinha uma mensagem do numero de Bernardo, identifiquei logo que era o texto que pedi a Amannda para escrever para mim ler em uma surpresa no aniversário do Luan, era o que eu tinha feito a tarde toda. Mas estava no numero de Bernardo, porque como sempre ela nunca tinha crédito, mas apenas no final estava assinado "Beijos, Amannda". Então identifiquei que esse era o motivo das lagrimas. Ele não tinha lido até o final.
  - Você disse que não estava falando com ele ..
  - Não, Luan, você tá totalmente errado, não foi o ..
  - .. ele escreve bem até. Não se justifica, não concerta que é pior. Eu não vou impedir sua vida , ele chegou primeiro..
  - Luan, me escuta ! Não foi o Bernardo que mandou essa mensagem !
  - .. Mari, sai do carro. A gente tá precisando de um tempo. Eu já estava mesmo perturbado com isso. Esse sms só confirmou tudo.
   - Luan, não faz isso com a gente ! Não se leva por um impulso !
   - Tchau Mari. - Ele arrancou o carro, jogando água do meio fio em mim, se perdendo na noite chuvosa.

Capitulo 29
 (Musica Tema - Here Without Baby - 3 Doors Down)
  (Contado Pelo Luan)
    Eu fui embora, na noite chuvosa, pude vê-la sumindo na noite chuvosa pelo retrovisor me olhando inconformada enquanto eu virava a esquina.
     Eu sabia que era perigoso, mas fui dirigindo na madrugada até Londrina, onde deixei finalmente minha tristeza escorrer em muitas lágrimas pelo meu rosto. Não consegui pensar em nada, apenas que queria chegar logo em casa, o que aconteceu logo pelo tanto que eu corria. Entrei no meu quarto, mas vi aquela cama, e em um dos meus violões, um colar, o dela, pendurado naquele dia, presumi, e me lembrei da nossa tarde ali.. assistindo filme, deitados, e ao inspirar, pude sentir seu cheiro, então fui pro quarto de hóspedes, como se isso fosse tirar ela do meu pensamento.
          Lá pude pensar. Talvez, eu tivesse aparecido na hora errada na vida dela, ou não devesse nem ter aparecido. Ela pertencia ao Bernardo, antes de mim e ela merecia ele. Boa situação financeira, e embora jogador,  podia dar uma vida normal a ela, sem paparazzos, encontro as escondidas, distância.
           Muitos dias se passaram, e eu não voltei pra minha cama. A lembrança dela naquele quarto eram muito fortes. Eu lhe escrevia mensagens, todos os dias, lembrando de nossos momentos, mas não enviava, e quando se tornou doloroso demais, apaguei o número. Eu não estava preparado para falar com ela.
            Tentava ocupar minha cabeça e meu tempo com as gravações do CD prestes a ser lançado, com os shows e composições. Chegava a ser dolorido cantar "Incondicional" para a platéia, lembrando da onde a inspiração veio. Mas a noite, a solidão e as lembranças se deitavam comigo, ao invés dela. Meus pais notavam como eu fiquei triste com o fim do nosso relacionamento, e sempre vinham falar comigo, mas eu mal os ouvia.
             Certo dia, eu estava dirigindo sem rumo , ouvindo o CD que ela me deu em seu aniversário que não saiu mais do rádio do carro, quando certo trecho de uma das musicas em especial me apunhalou ao descrever perfeitamente minha situação :
   "Te envio nossas fotos das férias em Salvador
    Te mando mil mensagens pra falar do meu amor
    Não durmo mais na cama pois seu cheiro ali está
    A solidão não quer mais me deixar
    Procuro em outros olhos encontrar o brilho seu
    No som do carro ainda toca o CD que me deu
    Simples detalhes de uma vida a dois
    O amor ficou só que você se foi
     Você se foi" .
   
Capitulo 3O 
       Era tudo como um sonho : A plebeia e o príncipe vivendo felizes. Mas em uma noite fria e chuvosa, uma discussão tola e vi ele ir embora.
       Não contei o motivo pra ninguém. Apenas dizia que .. acabou.
       Por diversas vezes disquei seu numero, e desliguei. Ele não confiava em mim, e provavelmente não atenderia. Eu o tinha perdido.
       Não voltei pro trabalho, nem pra faculdade. Meus pais e Lúcia , minha patroa, entendeu no começo, mas logo veio pedir satisfação e eu pedi demissão. Ficava de moletom pela casa, do quarto pro banheiro, o dia e a noite toda. Sem comer, sem falar, sem dormir.  Amannda e Léo se preocupavam comigo, me ligavam e visitavam o tempo todo, e só com eles eu desabafava. Bruna chegou a me ligar 1 ou duas vezes, para perguntar como eu tava, e dizendo que Luan fingia estar bem, mas que ela sabia que não estava, e que sentia muito pelo fim.
       Eu não imaginava que podia doer tanto. Eu sentia falta dele como sentiria do ar.
      Não podia nem ouvir rádio que qualquer frase me lembrava ele, e Deus me livre se tocasse musicas dele! Manu não escutava nem falava dele perto de mim, mas em um certo dia, eu estava na cozinha olhando o céu,  e achando que eu estava no quarto, Manu chegou  e eu ouvi o som vindo de seu celular 
   "Eu vou subir as nuvens , pra desenhar o teu sorriso..." 
        Na minha cabeça passou a noite no quarto a meia luz em Porto Alegre, e voltei correndo pro quarto, chorando, assustando - a. 
     
       Capitulo 31
   Muitos dias se passaram enquanto eu continuava feito um zumbi. Só percebi isso quando chegou dia 13 de março. Já faziam semanas a ultima vez que o tinha visto, e foi a primeira vez que vi noticias dele desde então na TV , dizendo que ele tinha passado o dia anterior em um jantar com a família e o grande dia pescando. E quando mostrou uma foto do dia anterior, sorrindo disfarçadamente a saudade e a vontade de estar perto dele me sufocou, e eu desabei a chorar.
  - Marianna, chega ! - disse Amannda, surgindo de algum lugar na sala - Levanta desse sofá agora,  penteia esse cabelo, coloca uma roupa linda e vamos para uma balada ! O Lua.. er ele não tá lá igual um morto-vivo, ele seguiu a vida dele ! E você precisa seguir a sua !
    Pensei em voltar pro quarto e me acabar de chorar, mas, tentei lembrar de como se falava e respondi :
 - Eu .. vou me arrumar.
   Subi e fiz o que devia ter feito a muito tempo.
    Cortei eu mesma o cabelo, que antes batia na base da cintura até os ombros. Peguei um vestido preto, colado de meia-manga, com as costas expostas pelo bordado floral, uma sandália abotinada azul , uma maquiagem marcante e desci as escadas, voltando a vida.
    - Você escolhe : Santanejo na Wood's ou Baile Funk  ?
    - Nada de sertanejo.
    - Então vamo pro pancadão !

Capitulo 32 
(Contado Pelo Luan)
   Eu passava dias e noites me perguntando onde ela estaria, como estaria, e por mais que tenha apagado o número , eu o sabia de cor, e por várias vezes liguei de orelhões e ficava a ouvir ela dizer "Alô" , e chorava de saudades. Em uma das noites que chovia e a saudade dela começou a me apertar sufocadoramente, comecei a compor :
    "Quando chega a noite
Me bate o frio da solidãoEu choro de saudades suas.Quando chega a noiteE fico olhando para o céuE conversando com a lua.
Perguntando a ela o que devo fazerPra ter o seu amor de volta e parar de sofrer.Perguntando a ela onde te encontrarE o que fazer da minha vida pra você voltar.Eu faço tudo, faço loucura, eu viajo, vou pra lua.
Se for preciso eu douUm giro no planetaNas asas de um aviãoNa cauda de um cometaFaço o possível pra sairDa solidão, e ter você de novoNo meu coração. "
    Decidiu-se assim que essa seria a musica de trabalho do novo CD, totalmente dedicado a ela.
   
   
 Capitulo 33
(Contado por Mari)
[ Musica Tema : Virou Star - Luan Santana]
   No caminho pra balada , não pude evitar em pensar se ele já havia voltado da pescaria, e que tudo isso tinha acontecido por causa de uma confusão de uma surpresa para esse dia. Para evitar que Mari se sentisse culpada, contei apenas que ele não estava feliz com a volta de Bê - que a essa altura já sabia do nosso relacionamento, mas não do fim.
  Fomos para uma boate chamada Tiopenia, onde acontecia um baile funk, de certa forma decente. A musica tocava tão alto que eu pude sentir a batida em mim. Encontramos Bruna e uma amiga lá, mas não falamos o nome de Luan, como se adiantasse, por a cada movimento dela me lembrava ele.
    Me deixei levar pela musica, e comecei a dançar e beber. Eu sabia que aquilo não me faria esquecer o causador da minha dor, mas adiaria de eu senti-la apenas mais tarde. Bebi tudo o que via pela frente, já que nunca tinha experimentado nada dessas coisas antes. Até que um rapaz loiro, muito bonito que me olhou a noite toda veio falar comigo. Seu nome era Lúcio, conversamos por um tempo,e por mais que o papo estivesse interessante, ele saiu, com uma expressão de estressado.
    - Marianna, você tá louca ? - disse Bruna.
    - Porque ?
    - Você chamou esse deus-grego de "Luan" 5 vezes ! Não me espanta que ele foi embora assim !
    - É sério ?  HAHAHAHA - eu ri, era a unica coisa que vazia depois de muitos drinks.
      Continuei dançando e bebendo, estava funcionando muito bem pra me anestesiar de todos sentimentos. Quando bateu 3 da manhã, Bruna e Amannda foram embora, mas eu fiquei com uma amiga que tinha feito lá, e prometi que iria embora com alguém sóbrio. E logo que elas foram embora, Lúcio voltou, e me deu um comprido, dizendo que me faria esquecer esse tal de "Luan" . Tomei 2, e fiquei mais alegre do que já estava, tudo a minha volta parecia brilhar, e eu pensei em perguntar o que era aquilo, mas eu não lembrei.
       Fiquei lá até o dia amanhecer e a boate fechar. Me ofereceram carona, mas eu decidi ir embora a pé, sozinha. Tirei os saltos, e de maquiagem borrada fui embora, cambaleando e rindo sozinha pela rua, mais bêbada do que nunca fiquei na vida, tentando lembrar onde eu morava. E em uma certa calçada , já perto de casa, tropecei em uma calçada relevada, e com o cansaço , droga e álcool no sangue, fiquei ali, jogada no chão do meio da rua, enquanto o sol terminava de aparecer.

Capitulo 34
         (Contado pelo Luan)
    Pareceram-se anos , mas notei que tinham se passado apenas algumas semanas quando chegou meu aniversário. Não tinha graça nenhuma pra mim fazer uma festa. Eu disfarçava, saia com minha família e meus amigos, mas uma festa era demais. Então chamei apenas alguns amigos para um jantar no dia 12 com cerca de 5O pessoa, e no fim da noite, acabamos combinando uma pescaria no Mato Grosso do Sul. Viajamos para lá de madrugada mesmo, e no meu carro iam minha mãe e meu pai dormindo atrás, e Bruna comigo na frente. Grande parte do caminho, fiquei em silêncio, desejando mais do que nunca a presença dela ali.
  - Eu sinto muita falta dela, Bruna.
  - Eu sei, de mim você não esconde. Mas eu não posso fazer nada, você preferiu seguir seus impulsos e ir embora. Não vai ser fácil pra ela te perdoar.
  - Eu queria que você fosse ver como ela tá .Amanhã eu vou jantar na casa do Fernandinho em Camboriú, ai você vai comigo e liga pra Amannda e vai ver se ela tá bem, por favor.
  - Vou ver o que faço por você, irmão.
    Pescamos o dia todo, ao entardecer, meus pais foram para a casa dos meus tios e eu e Bruna partimos para Santa Catarina. Chegamos tarde da noite, ela não me disse onde iria encontrar Marianna, e eu fui pra casa do Fernandinho. Conversamos e cantamos musicas do CD novo até amanhecer o dia literalmente, e quando fui embora o sol já nascia.
    Estava a caminho do hotel, tomado pelo sono, mas de repente algo me chamou atenção em uma certa esquina : uma menina deitada no chão, com roupas de balada. Parei o carro imediatamente, e corri para socorrê-la.
     Era como se eu tivesse levado mil socos no estomago quando a virei e reconheci. Era Marianna. Ela estava machucada , cheirando a álcool e algo mais, com o cabelo cortado até os ombros, dormindo tão profundamente que nem notou minhas lágrimas molhando-a e quando a coloquei no banco de trás do carro. Não era esse o encontro que eu esperava.
     Corri para um hospital, esquecendo cansaço, sono  e minha irmã no hotel me esperando , querendo apenas socorrê-la. Encontrei um cerca de 15 minutos rodando depois, e a coloquei na emergência, causando certo murmurinho no local. Depois que ela já tinha sido limpa, feito curativos, e repousava , liguei para seus pais, Amannda e Bruna, que vierem imediatamente para o hospital.
    Discuti um pouco com Bruna quando ela me contou que tinha ido junto para a boate com elas e deixaram ela sozinha lá, mas logo fui interrompido pela enfermeira dizendo que ela tinha acordado e que alguém podia ir falar com ela.

Capitulo 35
(Contado pela Marianna)

   Só me lembrava de ter ido embora e tropeçado quando acordei, e me encontrei em uma cama de hospital, tomando soro, com uma enfermeira e uma dor de cabeça enorme.
    -  O .. que .. aconteceu ? - minha voz saiu esfrangalhada.
    - Estamos tirando o álcool e as drogas do seu sangue. Quando acabar o soro você já poderá ir embora.
    - E .. quem me trouxe aqui ?
    - Luan Santana, acredita ? Hahaha. - Senti um soco no estomago, e quis levantar dali e correr para abraçá-lo, mas eu estava fraca demais.
    - Eu .. posso falar com ele ?
    - Claro, um momento.
    Ela saiu, e eu pensei no que falar quando o encontrasse, depois de todo esse tempo. Primeiramente, desejaria feliz aniversário, claro. Parecerem que se passaram horas, mas dois minutos depois a porta finalmente se abriu, e ele entrou, exitante, e deu um sorriso apagado, que me fez perder a linha da respiração. e senti como uma fã vendo-o pela primeira vez. Comparando com semanas atras, ele estava mais magro, porém malhado, pálido com aparência de muito cansado. Me perguntei o que ele estaria fazendo na rua dessa cidade ao amanhecer, mas logo esqueci isso quando ele se aproximou, e se ajoelhou ao lado da cama, e com uma mão segurou a minha e a outra colocou na minha testa.
  - Porque você fez isso ?
  - Eu .. queria me divertir. Seguir minha vida.
  - Você se comportou feito uma adolescente  fazendo essas coisas para esquecer os problemas. A Amannda me contou tudo.
  - A Amannda não sabe de nada. Se você veio aqui me dar uma bronca, pode ir, meus pais já farão isso. Muito obrigado por ter me trazido pra cá, se for por isso. Agora vai.
   - Tá .. vai .. me desculpa. Vamos começar de novo. Com isso, nós percebemos que não podemos ficar longe um do outro. Você não acha que devíamos conversar ?
   - Não, não acho. Você foi embora, seguiu sua vida, e eu a minha. Agora vai.  - eu disse, sentindo a mentira em cada palavra.
   - Então .. é isso ?
   - É isso.
   - Tabom ... me desculpa incomodar .. então, tchau. - Ele se levantou, e começou a sair, mas antes parou na porta e disse -  Er .. seu cabelo ficou lindo. - E se foi, enxugando uma lágrima disfarçadamente que caiu do olho esquerdo.
      Eu não queria ter dito aquilo. Eu queria beijá-lo, abraçá-lo e amá-lo ali mesmo. Mas as coisas que ele me disse tinham sido mais horríveis, e desconfiou de mim. E isso não era fácil de se esquecer.

   Capitulo 36
  
   Logo depois, meus pais vierem me ver, Léo.
- Não faz mais isso comigo, pelo amor de Deus ! Eu não devia ter te deixado sozinha ! Me desculpa, eu só queria que você se divertisse !
- Calma, Mandy, eu que não devia ter me comportado como uma adolescente idiota !
 - A Bruna tá se sentindo super culpada, tá lá fora com .. ele. Aliás, o que vocês conversaram ?
 - Nada eu, mande ele embora.
 - O que ?!
 - Eu .. mandei .. ele .. embora. - Eu disse com um pouco de medo dela.
 - Marianna, você estava á quase um mês sem sair do quarto por terem terminado o namoro, ontem você chorou por não estar ao lado dele no dia do seu aniversário e quase morreu por causa disso, e quando ele volta, você .. manda ele embora ? Você só pode tá louca !
  -   Mandy , ele desconfiou de ..
  - Ó, nem termina tá ? Fui eu que comecei, eu acabo, to indo agora tá ? Tchau, melhoras.
  Ela saiu afobada do quarto, e eu logo vi que ela ia aprontar alguma.

Capitulo 37 
( Contado por Luan )

  - Luan. Olha pra mim. Vai ser assim então ?
  - Amannda, eu ..
  - Sabe, eu acreditei mesmo que você amava minha amiga mas acho que tava todo mundo enganado né ? Porque quando alguém ama outra pessoa, a gente confia, não desiste, mesmo que ela peça ! A gente faz tudo pra ficar com a pessoa, que ama sabe ? Quando é amor. Mas você, bom, você na primeira oportunidade jogou tudo pro alto, e agora ela tá ai, em uma cama de hospital por causa de você e desse seu amor tosco e idiota ! - As palavras dela pareciam pedras nas minhas costas.
  - Amannda, você não sabe de nada ! Você não imagina o quanto eu amo aquela mulher ! Eu trocaria de lugar com ela se fosse possível. Você pensa que eu não sofri longe dela também ? Sofri também, quando eu li no celular dela, uma mensagem, é, do Bernardo se declarando pra ela ! Eu não suportei !
  - Perai, você não tá falando sério, tá ? Foi por isso que vocês brigaram ? Ah meu Deus, você sequer leu a mensagem até o final, onde dizia que EU tinha mandado aquele sms pelo celular dele ? Era só um texto que ela escreveu no meu computador pra uma surpresa que ela tava preparando pro seu aniversário, e eu emprestei o celular do Bernardo pra mandar, ela não fala com ele desde quando ele chegou ! - Eu demorei um tempo para processar cada palavra que acabara de ouvir.
 - O que ? Eu .. eu preciso falar com ela agora ! Preciso me desculpar .. - Eu disse desesperado indo de volta pro quarto, mas ela me deteu.
  - Não. Aqui e agora não. Ela ainda tá muito mal. Amanhã, na minha casa, pode ser ? Lá ela não pode te mandar embora.
  - Obrigado Amannda, de verdade, obrigado ! - Eu a abracei carinhosa e sinceramente.
  - Não me agradeça, apenas faça minha amiga feliz, seu pequeno idiota ! - Nós rimos, e eu e Bruna voltamos para Londrina, sob protestos dela por não deixá-la ver Mari.
    Eu estava radiante e feliz como não havia estado há muito tempo. Desde quando ela se fora. Eu faria de tudo para ter a minha Mari de volta.



 Capitulo 38
(Contado pelo Luan)
   Voltei pra casa, e contei as novidades pros meus pais, e descansei o resto do dia. De noite, Amannda me ligou para combinarmos como faríamos tudo, o que me tirou o pouco sono que me restava.
    No dia seguinte, cheguei na casa de Amannda uma hora antes do combinado, devido a saudade que me sufocava.
     Eu e Léo ajudamos as meninas a arrumarem o quintal para a festinha que Amannda daria, para a volta da Mari, que também fazia parte do plano. Manu chamou algumas fãs que era suas amigas e que tinham o mesmo sonho dela antes de eu namorar sua irmã. Conversamos sobre o motivo de estarem ali, elas me apoiaram muito e prometeram segredo, tiramos fotos, e depois de uma eternidade, Mari finalmente ligou dizendo que estava vindo. Fiquei escondido dentro da casa, e o karaokê foi ligado, conforme o plano.
    - Mandy, vou ali retocar a maquiagem !
    - Tá, mas o QUARTO tá trancado, fica no espelho da sala.
    Ela entrou dentro da casa, e eu me escondi no primeiro quarto que vi conforme a indireta de Amannda. Lá tinha uma janela "espelho-falso", como aquelas de delegacia que um lado é espelho e o outro vidro. Fiquei ali, observando-a se arrumar, apesar de estar linda sempre, até naquela cama de hospital.
    Notei que desde quando a deixei naquela noite chuvosa, ela devia ter emagrecido um 4 quilos aproximadamente, e me odiei por ter sido o maior idiota do mundo e a feito sofrer.
     Coloquei a mão no vidro tentando tocá-la em vão, pois ela não me via. Mas de repente, sua testa se franziu e ela repetiu meu gesto, colocando a própria mão no espelho em cima da minha. Levei em choque, e uma lágrima caiu do meu olho. Então ela saiu correndo, confusa. Sai do carro quando estava seguro que ela havia saído, lavei o rosto e me recompus. Eu precisava tè-la de volta naquela noite.
    - Marianna, sua vez de cantar.
    - Tá, que musica caiu pra mim ?
    - Incondicional. - Amannda disse, sem levantar suspeitas que isso também fazia parte do plano.
    - Sério ? Eu .. posso trocar ?
    - Não, toma seu microfone.
    Me lembrei que também tinha que pegar o meu microfone, e o plano entrou em prática.
     Era agora ou nunca.

Capitulo 39 
(Contado por Marianna)

  Tomei todo fôlego que encontrei e tentei esquecer da primeira vez que ouvira a musica. Então cantei.
   - Eu  vou pedir ao Sol, pra iluminar nosso caminho, e todas as estrelas, pra enfeitar nosso destino, me leve onde for, segure a minha mão, pois sei que você vai ser a minha direção. A gente é assim, temos tanta coisa em comum, você tem marca em mim, e pra você não sou mais um, assim é o nosso amor, tão forte como a noite .." - De repente, algo não estava certo. Alguém a mais cantava, então olhei pra trás, procurando a voz intrusa.
  - Perfeito como o dia,  eu vou subir as nuvens , pra desenhar o teu sorriso e no azul do céu, vou ver o seus olhos brilhando em meio as estrelas, fico flutuando .. em minhas digitais, já tem um pouco de você, eu sigo seus sinais, assim nunca vou te perder, é incondicional, você tem a forma exata, pra me prender, em você ..
      E mais uma vez, eu me senti como uma fã, vendo seu ídolo pela primeira vez. De repente, tudo ficou como deveria ser, pois não existia outra pessoa mais digna de cantar aquela musica do que o próprio Luan, que agora se encontrava bem na minha frente, cantando agora sozinho com o coro de fãs improvisado que de repente fez sentido, pois eu tinha perdido totalmente o fôlego. Ele me guiou até o banco mais próximo notando meu choque, e terminou cantando a musica olhando profundamente em meus olhos, de onde agora escorriam lágrimas infinitas.
      Eu tinha sido muito forte até ali, mas depois de tanto tempo longe, com ele bem na minha frente, não pude cogitar fazer nada além de me perder em seus beijos novamente, ao fim da musica. Era um beijo diferente dos outros, calmo, cheio de saudade, de palavras não ditas,  do amor que cresceu infinitamente com a distância, e se tornou ainda mais bonito pelo coro de fãs ao fundo. Não sei quanto tempo durou, apenas o suficiente pra eu voltar a mim e o deter:
   - Luan, não ! O que você tá fazendo aqui ?
   - Eu fui convidado. Você não pode me expulsar.
   - Então eu vou embora. - peguei minha bolsa e sai marchando.
   - Amannda o que .. - ouvi ele dizer.
   - Vai atras dela logo ! -
           Andei mais rápido, mas não mais do que ele. Fui presa entre seu rosto e o carro.
   - A gente precisa conversar.
   - Eu não tenho nada pra falar com você.
   - Mas eu tenho. Preciso te pedir desculpas e reconquistar a mulher da minha vida. Agora entra no carro antes que eu te sequestre.

Capitulo 4O      - Dedicado a minha mais nova leitora preferida, Jeni Souza, obrigado pelas suas linda palavras, esse capitulo é seu.
  (Musica Tema - Único - Luan Santana)
     Vi que não tinha saída, e entrei no carro. Rodamos por quase uma hora pela noite, mandei um sms para Amannda me ligar dali a duas horas, ou então chamar a polícia, enquanto eu gritava que iria processar o Luan até cansar e acabar cochilando.  Acordei, paramos na praia Don Juanes, quase na saída da cidade.
  - Você fica linda dormindo. E quando acorda. Vamos descer e ver o mar ?
  - Eu não quero descer. Fala o que você quer logo.
  - Tanto faz. Mari, olha, a Amannda me contou tudo, que o sms era dela e que era pra mim o texto e eu entendi tudo mal e acabou tudo nisso. Eu me odiei por não acreditar nem te ouvir e jogar tudo pro alto ! Me perdoa, eu te imploro ! Ela também disse que você fez aquelas bobeiras na boate pra esquecer de mim, e eu me odiei mais ainda. Eu arrumei uma desculpa pra vir pra cá e tentar te ver, mas não foi como imaginei. Você tem que acreditar nas minhas palavras, eu não estaria aqui se fosse mentira, eu sofri também, muito ! Colocava um sorriso no rosto e mergulhava na musica, mas a noite a solidão dormia comigo, ao invés de você.  Eu não suportei a ideia de  você amar outro cara, de te perder pra um babaca , ou de você estar sofrendo. Você tem que acreditar que eu te amo e preciso te ter de volta !
    - Você nunca me perdeu, porque desde o momento que nos conhecemos, nos tornamos uma pessoa só, pertencentes um ao outro. Eu sempre fui sua, e quando uma coisa é nossa, ela volta .. e você voltou.
     - Porque eu sou exclusivamente seu .. ei , isso dá musica..   - ele sorriu rapidamente, antes de inclinar o banco do carro e me beijar, calmamente, sem pressa, para que pudéssemos matar a saudade de todo o tempo longe pouco a pouco.
     Amannda ligou um tempo depois mas eu não atendi, e ela entendeu o recado, sorrindo.
     - Promete que não vai me deixar de novo .. ? - sussurrei enquanto ele abria o meu vestido lentamente.
     - Promete que me perdoa ?
     - Eu prometo.
     - Eu .. também prometo, minha pequena.
   
 Capitulo 41 
    
           Amanhecemos em um quarto de hotel, ele me observava dormir em seu peito quando eu abri os olhos .
  - Você parou de trabalhar ?
  - Bom dia, menino. Tranquei a faculdade também.
  - Porque ?
  - Não quero mais fazer engenharia.
  - O que você vai fazer agora ?
  - Cantar.
  - Cantar ? Como assim ? - ele disse, se sentando empolgado e sorridente na cama.
  - Desde criança eu queria isso. Pegava tudo pela frente, e fingia que era um microfone. Cresci no meio da musica, assim como você. Então nos mudamos de estado, e tudo mudou. Você despertou o passado em mim, a quanto tempo eu não tocava violão ! E agora, eu quero consertar e seguir o primeiro sonho de todos.
   - Meu Deus, eu não podia ouvir coisa melhor ! Que feliz que eu tô, nossa, meu amor, eu te deixo seguir com suas próprias pernas, mas conta comigo pra te ajudar viu ? Ainda quero cantar junto com você em cima do palco ! Eu te amo muito ! - ele disse e enchendo de beijos.
    - Com certeza. Eu te amo muito mais.
    - Viaja comigo ?
    - Que ? Pra onde dessa vez ?
    - Pra todo lugar , todos shows, enquanto isso você treina, pega o jeito dos palcos e também podemos gravar uma demo e mandamos para várias gravadoras, vem ?
     - Sério ? Com a equipe, e tudo ?
     - É, assim não ficamos tão distantes. Se você aguentar a rotina, né .. - ele disse me desafiando.
     - Ora pois, duvidas de mim ? Eu aceito.
          Precisei me reorganizar. Contei a minha família e a Amannda que decidi arriscar no mundo da música, e pra começar, viajaria com o Luan. Eles me apoiaram como sempre, e confiavam plenamente no Luan.
         Os shows nem sempre eram diários, e normalmente duas vezes por semana eu voltava pra casa.
       Gravamos a demo no escritório em um dia de folga, com algumas musicas minhas que compunha nas viagens, muitas com a ajuda do Luan, e outras mais conhecidas escolhidas por ele, e mandamos para muitas gravadoras e rádios que eles conheciam. Eu tinha fé.

Capitulo 42 

     Aquela era a vida perfeita. Logo na primeira semana, tivemos uma bateria de shows, portanto, ficamos fora de casa e era tudo muito corrido, e mesmo assim, Luan não me deixava sozinha nenhum segundo, fazia questão que eu me sentasse no banco a sua frente no avião, e eu aproveitava pra fazer massagem em seus pés cansados. Dormíamos algumas horas no hotel - em quartos separados - e a noite íamos na van para o show. Eu sempre assistia da platéia, para não causar desconfiança e , não havia nada melhor que vê-lo cantando lá de baixo, sentindo no corpo aquela energia que ele irradiava na galera. As vezes ele disfarçava e sorria pra mim.
   O ultimo show da semana foi "em casa" , em Londrina, portando Marizete, Amarildo, Bruna e Manu estavam lá, e eu assisti com eles do camarote. Era lindo de se ver o brilho nos olhos da família dele e a emoção de fã que minha irmã nunca perdera. Mas, na metade do show, Rober me chamou e me arrastou pr entre a multidão.
   - O que aconteceu ?
   - Não aconteceu nada, tá ? Fica aqui, e quando eu disse vai você sorri e entra !
   - Entrar aonde ?
   - Vai ! - Ele me empurrou, e eu fui lançada para o alto da escadaria, bem no centro do palco.
   Essa não.
   -  .. Nega, chega junto vem me amar, vem cá, já tava arrumando a minha vida mas tô doido pucê bagunça, nega .. - Luan me esperava com cara de criança que aprontou no fim da escada, e eu o olhei com olhar de que seria castigado depois por ter me pegado de surpresa.
     Ele me deu a mão, e no exato momento "vem cá" , me puxou para si e dançamos o resto do refrão, coisa que ele dizia não saber fazer. No fim, acabei me divertindo, e depois do show quando todos jantavam na casa ele, ficaram comentando sobre minha cara diante daquele povo.    
  - Me desculpa mô, só queria ver sua carinha de surpresa, já disse que você ficou linda surpresa ?
  - Umas 26 vezes Luan - disse Bruna, fazendo todos rirem. -
  - Tá, eu te desculpo, mô.
  - Mô, que coisa brega.
  - Ai Bruna, como você é chata, tó, molho na sua cara !
  - Nã .. Ah ! Luan , você não fez isso ! MAÃAE ! O seu filho jogou molho no pijama que a senhora me deu !
   - Luan, você quer apanhar seu safado ? Vai, sai dessa mesa que todo mundo já comeu e só estão fazendo bagunça.
   Eu e Manu dormimos no quarto de Bruna apesar de terem mais outros quartos pois queríamos fofocar. Pedro, Victor e Max dormiram com Luan na sala. Ficariamos lá, pois na segunda Luan teria um compromisso político.

Capitulo 43 
  
       Havíamos chegado em Florianópolis um dia antes do evento, então todos ficamos no hotel para descansar. Eu e Luan estávamos na sacada do nosso quarto ensaiando algumas musicas novas. Ele cantava animadamente Coladinho - uma das minhas musicas preferidas do CD .Distraidamente comecei a dançar conforme a letra e o ritmo.
 - Faz isso de novo, me ensina.
 - Isso o que ?
 - Esse passinho que você fez, me ensina.
 - Eu não sei se eu lembro ..
 - Lembra ai vai .. doido pra te olhar, doido pra te ouvir ..
   Eu fui lembrando e mostrando a ele, e 2O minutos depois estávamos com a coreografia decorada.
 - Acho que vou colocar isso no show, o que você acha ?
 - Muito bom, diferente, suas fãs vão amar !
  - Marla, Day abre a porta ! - ele disse batendo insistentemente na porta do quarto das duas.
  - Que foi Luan, aconteceu alguma coisa ?
  - A Mari teve uma ideia muito legal, que ceis acha da gente dançar ? Em Coladinho ?
  - Legal .. ai
  - Então, vem, vou  mostrar os passinhos.
  -  Agora ?
  - É, uai ! O show é amanhã !
      Ensaiamos por mais alguns bons minutos, e a dança foi estreada no dia seguinte, causando surpresa e deixando o espetáculo que eram suas apresentações ainda melhores e, sem querer, com a minha marca.
   
Capitulo 44

   Partimos para uma mini-tour no norte do pais, a qual Amannda nos acompanhou pois tinha familia lá.
 - Amor, acorda acorda ! - Luan me cutucava.
 - Luan, são 8 horas, fala sério.
 - Levanta muié, a gente vai almoçar na casa da Veveta !
 - Que Ivete Luan ?
 - Minha musca preferida - cantarolou - Ela quer te conhecer.
 - Ivete Sangalo ? Sério ?
 - Aham, e é melhor a gente ir antes que ela venha buscar a gente.
 - To levantando, to levantando !
        Coloquei um vestido florido e uma rasteirinha pois fazia calor.
 - Leva biquíni, a gente vai passar na praia antes do show !
         Coloquei umas roupas pra nós na bolsa e partimos.
  - A  Ivete mora aqui em Sergipe ?
  - Não, não, ela só tem uma casa aqui.
  - Tô nervosa amor, vou ficar com vergonha dela.
  - Hahaha, calma Mari, ela é um doce, fica fria, e o Marcelinho é um amor.
           Poucos minutos depois, chegamos na casa, que era praticamente no centro, e tão grande quanto a do Luan. Com várias árvores, pequenas coisas verdes plantadas e uma bela piscina, parecia um verdadeiro palácio da rainha que nos esperava saudosamente na porta :
  - Luão, até que enfim moleque, que demora, arri égua !
  - Veveta, meu amor, que saudade muié ! - eles se cumprimentaram carinhosamente.
  - Osh, achei que ele nunca fosse te trazer aqui , tudo bem Manianna ?

Capitulo 45
(Contado por Luan) [ Musica Tema : Química do Amor - Luan Santana e Ivete Sangalo]
            E nesse clima de alteração dos nomes e muitas risadas, almoçamos a deliciosa comida que o próprio marido dela fez. Depois, ele teve que atender a um compromisso, e fomos os quatro para a sala.
  - Deite aqui em meu colo, Luão, vamos conversar. - Ivete disse se sentando no sofá.
           Deitei minha cabeça no seu colo, e fiquei um tempo com cara de tonto observando Marianna brincar com Marcelinho - filho dela - no tapete, a poucos metros.
   - Olha, que isso aqui ?
   - Cato.
   - Que barulho o gato faz ?
   - Miau.
   - E esse aqui ..
           Ela era tão espontânea, natural.
   - Luan, é sério agora ? Você gosta mesmo dela ? - Ela disse baixo o suficiente pra que só eu ouvisse.
   - Muito Veveta, muito. Eu nunca senti nada assim com nenhuma mulher. Não é paixão avassaladora, nem passatempo, é forte, calmo, intenso, quase sólido. Ela me faz querer largar farra, festa, arém sem pensar duas vezes. Sem querer me gabar mas eu acho que não existe amor maior nesse planeta.
  - Eeeê Luão, que coisa boa, eu sabia que você também tinha sua tampa, que não era só uma frigideira que cabe qualquer coisa - rimos - Antes dela, eu via como as mulheres infinitas que você saia não te preenchiam  completamente. Vocês são um do outro.
   - Totalmente.
   - Se eu não for a madrinha do primeiro filho de vocês eu te deserdo viu Ruão ?
   - O que ? Filho ? - Mari disse.
     Nós rimos.
           

 Capitulo 46 - 
(Contado por Mari)

    Não demoramos a ir embora, e como programado, paramos na praia que estava menos movimentada, mas não menos bonita, com muitas palmeiras e coqueiros saindo do meio das areias brancas de encontro com as águas cristalinas raras de se encontrar e, com um óculos e boné, poderíamos curtir a tarde.
  - Vai comprar um suco pra mim, que eu vou colocar o biquíni tá ?
  - Tá vou ficar com saudades, beijo.
  - Eu também, beijo.
    Coloquei o biquíni e a canga, e fui me encontrar com Luan que pagava as coisas no caixa. Parei atrás dele desinteressadamente.
   - Osh, Luan Santana ? - disse a balconista.
   - Sou eu, mas não espalha tá ? Hahaha, tudo bem linda ?
   - Melhor agora. Você é muito mais bonito pessoalmente viu ?
   - Que isso, obrigado, você que é, quanto deu ?
   - 15,75. Tira uma foto comigo?
   - Claro. - eles tiraram - Ficou boa ?
   - Com você na foto, claro.
   - Hahaha. - ele pegava o troco.
   - Então, tá gostando da cidade ? Passeando, acompanhado ?
   - Ele tá sim - intervi - Vamos Luan ?
   - Vamo. Ó amor, comprei suco de maracujá, um saco de batatinhas e marshmellows , esse aqui é uma delicia, e dois bombons também ..
    - Hum.
    - Que foi amor, aconteceu alguma coisa ?
    - Não. Aconteceu ?
     - Não ... ah, você ficou com ciúmes daquela balconista ?
     - "Com você na foto claro" . Ciúmes ? Eu ?
     - Ai meu Deus hahahaha você tá com ciúmes amor, que fofinho, hahaha - ele ria sem parar enquanto caminhávamos pela orla.
      - Fofinho o tapa que eu queria dar na cara dela. Não me volte nesse quiosque ouviu ?
      - Hahaha, sim senhor - ele batia continência rindo. - Calma amor, é só uma fã, tem em todos os lugares!
      - Eu sei disso, acontece que aquilo não era uma fã, era uma piranha quase mostrando os peitos de tão desesperada que tava. Isso sim.
       - Calma amor, tó come um marshmellow - ele colocava o doce na minha boca- eu só tenho olhos pra mulher mais linda do mundo.
        - É ? Como ela é ?
        - Ela dá nojo de tão linda, tem olhos cor de mel, e quando me olha profundamente, eu perco o compasso da respiração. Ela ri quando eu falo seu nome inteiro, diz que eu falo "de um jeito fofinho". Ela não sabe falar "pedófilo", e sente muita cocegas  quando eu passo a mão nas suas costas. Ela canta minhas músicas melhor que eu e não vai comer esse bombom porque tem intolerância a lactose. 
         - Ei, lógico que vou comer, pilantra ! - eu peguei o bombom de sua mão e me lambujei, e a ele também quando ele quis pegar da minha boca.
            Andamos de ponta a ponta da praia, de mãos dadas, como uma cena de filme.Era difícil saber o que era mais bonito : o Sol indo embora lentamente, a praia ou o príncipe ao meu lado de chinelos e bermuda. Ele pegou uma pedra e escreveu nossos nomes em uma árvore. Depois, quase na hora de ir embora, ele quis mergulhar, e eu preferi ficar na areia observando-o se banhar, tão natural, tão humano, tão longe do "Luan Santana", tão meu tão .. lindo, no laranja do chegar da noite, no meio daquela iimensidão do ele todo molhado daquele jeito tornava aquela cena surreal, e por um segundo, senti medo de ser um sonho e acordar, ou que algo ruim acontecesse para estragar aquele dia. Depois de um tempo, ao notar que eu o olhava tanto , passou a mão no rosto e perguntou :
   - Não vem mergulhar ?
   - Não .. eu to bem aqui. - Ele ficou me olhando, sorrindo, e quando ficou sem graça, perguntou
   - Porque tá me olhando assim ? Tô me sentindo um aberração. - Eu apenas sorri, e ele começou a sair do mar, a longos passos, a água deixando lentamente seu corpo, e eu não resisti a tirar uma foto para acreditar que aquilo realmente havia acontecido um dia. Ele se sentou ao meu lado. - Hein ?
    - Não é nada,é que você tava muito lindo eu só tava buscando uma palavra pra te descrever, descrever o que sinto de uma forma melhor.
     - Eu .. ando trabalhando nisso, em breve terá uma surpresa.
     - Eita ! Agora tô curiosa !
     - É ? Mas por enquanto .. eu te amo muito muito muito. - Ele encheu de beijos. - Fica aqui que eu vou buscar o carro pra gente ir embora tá ?
      - Tá .. volta logo, vou sentir saudades.

Capitulo 47

          Ele colocou o óculos a camiseta e saiu caminhando. Me sentei no banco na calçada da orla, onde pude observá-lo virar a esquina lentamente, o que começou a me causar agonia e um aperto no peito. "Calma, ele só foi buscar o carro" , eu pensava. Um nó se fechava em minha garganta ao me perceber ali, sozinha na rua, de noite, em uma cidade desconhecida, na beira de uma praia vazia. "Volta logo, Luan", eu implorava. De repente fiquei com frio. Eu olhava pra todos os lados, feito um gato assustado, e foi quando avistei, vindo a alguns metros na minha direção, um grupo de quatro rapazes, em média com não muito mais da minha idade, todos bêbados e bem alterados, cambaleantes e falando alto. Entrei em pânico imediatamente. Quis sair correndo ao perceber que eles apontavam pra mim, mas eu estava paralisada. "Luan volta logo, Luan volta logo",   era o que eu conseguia pensar.
        - Olha só Rajão, uma lindinha perdida aqui. - dizia um deles, embrulhando o estômago com seu bafo de álcool. O tão "Rajão"- um homem forte, alcançava fácil 1,90 com trajes precários porém um pouco mais sóbrio  - tomou a frente, e passou a mão no meu rosto.
         - Nossa, que noite de sorte, você é linda.
         - Tira a mão de mim, seu porco. - eu cuspi, afastando sua mão.
         - Iiiih, a moça é brava .. veja lá como fala comigo belezinha ... gosto de ser bem tratado .. - ele dizia ameaçadoramente.
          - Então vai com teu pai pro inferno ! - Eu consegui lançar, encobrindo totalmente o medo que me tomava .
          - Já disse que gosto de ser bem tratado. - ele ladrou, e pro meu pavor, ele tirou do cinto um canivete, um tanto grande que causaria estragos e pressionou contra meu pescoço, me manipulando a levantar e caminhar lentamente até a árvore ao lado do banco enquanto os outros três mostravam os dentes e riam feitos cachorros.
            Eu daria conta dos quatro homens, mas na mira do canivete, qualquer movimento e a lâmina atravessaria minha garganta. Me restou fechar os olhos e pensar em um plano enquanto eles me acariciavam e eu implorava pra pararem. Pensei que se Luan chegasse naquela hora, poderia estar em risco também. Me desesperei e pus a pensa vorazmente em alguma forma de sair logo dali. Quando de repente, a cena mudou. Ou vi pneus cantando no asfalto e freando a nossa frente, tirando a atenção dos bandidos . Abri os olhos lentamente, um de cada vez, com medo de ser sequestrada, mas me deparei com Luan saindo bufante de dentro do Porsche que eu suplicava pra chegar, batendo a porta - depois talvez ele se arrependesse disso - e marchou na nossa direção, depois de dizer ferozmente :
          - Ei, tira a mão da minha mulher, seu verme.
          - Olha só o que temos aqui .. - ladrou Rajão -  Luan Santana .. colé playboyzinho , o que você vai fazer ? Cantar pra gente ? Minha gangue não vai te aliviar só porque você tem um bando de pirralhas atrás de você não tiu ! Passa teu dinheiro ai !  - Luan continuou marchando e bufando, então vi a oportunidade.
        Aproveitei que os rapazes estavam mudaram de foco e tirei o canivete da mão dele, que me largou e eu cai no chão, devido ao excesso de emoção pensei que deveria levantar defender meu homem contra Rajão que logo ficou vulnerável, mas antes sem pestanejar, Luan disparou um soco bem no meio do nariz dele, que o deixou cambaleante:
     - Essa, é pela minha mulher. - disparou mais um, com mais força que o derrubou desacordado - E isso, é pelas minhas fãs, filho da puta. E vocês seus pau mandados, querem um também ? Vão embora ! - Ele gritou para os outros rapazes mais bêbados, que saíram correndo assustados.
         Eu ainda estava no chão em choque pelo medo que passei, e por ter visto Luan fazer tudo aquilo. Eu nunca imaginaria ver o meu doce Luan que se machucava fácil derrubando um homem maior que ele e falando daquele jeito. Percebendo que o perigo tinha passado, veio disparado me acudir.
            - Luan .. eu fiquei com tanto medo.. - o choque ao abraçá-lo fez meu sangue voltar a correr tão rápido que fiquei tonta.
           - Meu amor, meu amor, me perdoa, eu nunca mais vou te deixar sozinha, me perdoa, eu não tenho palavras, você tá machucada ?
            - Não, não, não, você não teve culpa, você .. me salvou.
           - Eu .. fiquei desesperado te vendo ali, meu Deus, me perdoa .. - ele me abraçava muito forte, e cheguei a considerar a possibilidade dele nunca mais me soltar.
            - Tá .. tudo bem agora .. vamos .. ? Você ainda tem um show pra fazer. - ele riu fraco.
            - É , tenho. Você tá mesmo bem ?
            - Na verdade eu .. acho que vou ficar no hotel, estou com um mal estar. Mas eu te assisto pela TV e te espero na cama.
            - E eu te ligo de 5 em 5 minutos ! Pode ? - ele disse descontraindo, me ajudando a caminhar até o carro.
             - Logico que pode , hahaha, sabe, eu até fiquei com medo de você aquela hora.
            - Você viu ? Se ele bobeasse eu tava outra e pow, pow
            - Hahaha. Ai, não me faz rir , ahaha ai.
         

           
  Capitulo 48 

    Nos intervalos dos shows, eu ia pra casa e Luan pra casa dele para matarmos saudades da família, e por mais que fosse alguns dias, eu não via a hora de voltar pra ele ele e pra correria que era. Chegou então o dia do nosso aniversário de namoro, que por coincidência era no mesmo dia do aniversário de casamento de Marizete e a Amarildo - por esse motivo eles não estavam conosco em Salvador 3 meses atrás - que hoje faziam 23 anos de matrimônio.
     Na manhã do nosso dia, fomos direto pra Londrina sem saber o que Luan tinha preparado, e depois de passar em casa, ele deixou eu, Marizete e Bruna no spa do condomínio. Fizemos massagem, cabelo, pele, unha a manhã toda, como se fosse o dia de um casamento. Foi inevitável um frio na barriga ao pensar no assunto. Depois almoçamos juntas no shopping antes de fazer compras a tarde toda e depois assistir um filme no cinema.
     Ao anoitecer, Luan veio nos buscar em casa, e ficamos completamente boquiaberta ao ver que os três nos esperavam ao lado de uma limusine preta alugada, que fazia jus aos trajes. Partimos dali para o restaurante Villa Fontana. O lugar era sofisticado e muito aconchegante. As pessoas viam Luan e murmuravam, mas era comum vê-lo naquela cidade, suspeitei. Escolhemos o menu japonês.
     A noite foi maravilhosa, conversávamos muito, eles me relembravam histórias passadas e mais uma vez eu senti orgulho de tudo que Luan era hoje. Ele me ensinou a comer com os hachis, mas eu ficava olhando-o falar feito uma boba :
  - Olha pra minha mão, eu já to até com vergonha. - ele dizia.
      Ensinei ele a cantar Querencia Amada todinha, e ele me prometeu cantar inteira quando voltasse ao Sul. Eu observava seus pais, e sorria boba. Eu queria ser como eles dali uns anos, eram como um eterno casal de namorados, apaixonados.
  - Eles são lindos né ? - disse Luan ao perceber que eu os olhava.
  - Muito, não é a toa que tem filhos tão lindos.
  - Somos eu e você daqui 2O anos. - sorri e dei-lhe um beijo.
  - Luan, vamos embora - disse Amarildo, após pagarmos a conta, se levantando.
  - Tabom pai, nós também. Tchau pai, mãe, Bruna, deixa ela em casa hein Pedrão ? Nos vemos domingo, então. ! - disse Luan os cumprimentando.
   - Como assim domingo, Luan ? Não vamos pra casa ?
   - Nós .. vamos passar o fim de semana fora. - ele anunciou, me pegando pela cintura e me levando até seu carro que tinha sido trazido pelo motorista e agora estava estacionado na calçada do restaurante.


 Capitulo 49 - Achei que os dois capituls a seguir são os únicos a sua altura. Obrigado por tudo, suas palavras me dão forças , me inspiram e me fazem sonhar. É tudo seu, Elza Fernanda.

            Chegamos no destino ainda desconhecido por mim já eram meia noite. O lugar era frio.
          Pegamos um carro no aeroporto,e rodamos estrada a dentro por mais meia hora. Eu olhava para o negro da noite tentando localizar onde estava, mas foi em vão. Paramos enfim, e Luan iluminou a entrada com uma lanterna, e sorri imensamente ao ver escrito ao alto : Rancho Santana.
      - A fazenda ! A gente tá em Porto Alegre Luan !     
      - Sim, e a fazenda é só nossa hoje e amanhã. E a noite, tá só começando. - Eu ri e ele me ajudou a entrar, me guiando pela cintura.
            Logo na estrada percebi a primeira mudança desde a ultima vez que estivera ali : da porteira desciam ramos enormes de rosas vermelhas, caindo em pétolas por todo o caminho, até a varanda.
     - Você fez tudo isso ? - susurrei.
     - Tecnicamente.
     - Parabéns.
     - Você ainda não viu nada. Anexo B.  - ele anunciou, abrindo a porta de vidro que agora tinha cortinas.
         A sala estava igualmente decorada com pétolas de rosas como as de lá de fora, por todos os lugares, por todos os móveis e cantos. Tudo estava iluminado por luminárias, de intensidade fraca. Mas logo notei que algo estava diferente.
    - Um piano ?
   - Acho que eu ainda não tinha te contado isso. - fez cara de culpado -  Vem, senta. - ele disse me guiando até o banco do pianista, me dando uma rosa e uma taça de champagne e prosseguir com sua mágica de encanto :
  O conceito de amar hoje em dia está muito banalizado, tem gente que conhece uma pessoa hoje e amanhã já diz que ama, por isso, não vamos usar assim o significado do amor, ao invés de dizer "eu te amo" diga "eu te vivo". 
 Quando me sinto só
Te faço mais presente
Eu fecho os meus olhos
E enxergo a gente
Em questão de segundos

Vou pra outro mundoOutra constelação
Não dá para explicar
Ao ver você chegando
Qual a sensação
A gente não precisa tá colado pra tá junto

Nossos corpos se conversam por horas e horas
Sem palavras tão dizendo a todo instante um pro outro
O quanto se adoram
Eu não preciso te olhar
Pra te ter em meu mundo
Porque aonde quer que eu vá
Você está em tudo
Tudo, tudo que eu preciso
Te vivo .
Capitulo 5O        
         Durante aproximadamente 3 minutos, eu me sentia em outro mundo, fora de orbita. O observei cantar sem piscar. A letra da canção, parecia de outro mundo, nada se comparava. E cheguei a conclusão que não haveria outra voz tão digna de cantá-la um dia que ele. 
          Ele sabia fazer mais que cantar, ele encantava, era um dom, uma mágica que poucos tinham. Eu podia jurar que o vi brilhar, talvez por conta das lágrimas, ou das luminárias, ou ele era mesmo um anjo.
           Cheguei a duvidar que aquilo estivesse mesmo acontecendo, quis me beliscar um momento, mas todos meus pensamentos eram afastados ao olhá-lo. Eu não sabia o porque, mas com certeza Deus havia me enviado o seu anjo mais lindo a Terra, e a minha vida.
            Cheguei a duvidar também que em algum lugar de todo o mundo, tamanho amor já se manifestara um dia como ali. Era quase visível ele flutuando em volta de nós.
           Naquele momento, pude sentir em mim a certeza que jamais o deixaria, e jamais viveria sem ele, e que faria de um mundo tudo para vê-lo feliz, pra sempre.
           Ele fechava os olhos, e de tempo em tempo abria novamente para checar se eu estava ali, e sorria, eu me checava as vezes para fechar a boca, que estava a ponto de babar.
            A canção falava de um casal que de vezes em vezes estava longe um do outro, e que se faziam presente um no outro. Falava de como um deixava o outro fora do ar, como eu me sentia agora. Novamente, falava sobre a distância, e a inecessidade de palavras quando estavam juntos e, pra encerrar, ele inventa uma nova forma de amar. Por muitas vezes, eu dizia que "te amo" não era o suficiente, então ele inventou o Te Vivo.
   - E ai, gostou ?

Capitulo 51 (Capitulo dedicado a minha inspiradora de fantasias, Larissa Barbosa)

   - Eu .. amei .. tô sem palavras .. você é perfeito .. - Ele sorriu aliviado e carinhosamente e lhe dei um selinho - Eu .. também comprei um presente pra você.
   - Eba, presente pra mim ? 
      Fui até as malas e peguei a caixinha vermelha - nossa cor favorita - de veludo, me sentou novamente ao seu lado e lhe entreguei. Abriu, e dentro tinha um relógio, muito diferente, feito de formas geométricas , azul, vermelho e preto. Vi seus olhos encantados, era realmente lindo.
   - Você não costuma usar relógios, e se atrasa demais. Achei que esse combina muito com você. Simples, elegante, diferente, lindo né ? 
   - Eu amei amor, de verdade, obrigado. Vem cá, me dá um beijo.
    Me beijou, longa e intensamente. Logo percebi suas intenções quando começamos a levantar e nos dirigir para mais adentro da casa, precisamente em direção ao quarto branco.
   - Espera - peguei uma bolsa menor no meio das malas jogadas na sala, e voltei. 
      Atravessei a porta do quarto no colo dele, e se eu havia me surpreendido até ali, mal esperava o que estava por vir. O dormitório agora tinha uma cama redonda, com lençóis e cortinas douradas. Mias pétolas de rosas estavam espalhadas por todos os cantos. Dois abajoures iluminavam o lugar, deixando-o ainda mais romântico. Ao pé da cama, uma pequena mesinha, com morangos, uvas, calda de chocolate e chantilli. Ele me colocou no chão.
  - Gostou ? 
 - UAU ! Isso.. tá demais ! - me lembrei então da surpresa dentro da bolsa - É .. deita ai que eu já volto.
     Fui pro banheiro, e fiquei mais ou menos quarenta minutos lá, me preparando. Coloquei um conjunto de lingerie que Amannda insistiu que eu comprasse : era preto, com rendas rústicas, com cintas ligas que lembravam couro. Um chapéu de Cowboy combinava com o look, assim como o salto alto e a maquiagem. Ouvi ele ligar o som, e decidi que era hora de sair. Eu não era de fazer essas coisas, mas ele merecia, eu precisava ser mulher suficiente para aquele homem. Olhei no espelho, respirei todo o ar e confiança ao redor e abri a porta silenciosamente. 
       Ele mexia no som - talvez insatisfeito com o CD - sedutoramente de costas, apenas com uma cueca box branca. Me encostei no batente da porta,cheia de receio, esperando que ele se virasse e, quando o fez, abriu a boca ao máximo, fiquei muito constrangida, e não me movi. me fitou da cabeça aos pés, e ao terminar, gritou imitando um peão : 
  - Iruuuuuuuuuuul ! - caí na gargalhada, mais distraída, enquanto ele me pegava no colo e corria em direção a cama.
   

Capitulo 52

     Acordei cedo no outro dia. Estiquei os braços, mas não encontrei Luan. Abri os olhos e encontrei um bilhete :
       "Bom dia, tô te esperando na cozinha."
     Sorri e me levantei. Tomei um banho rápido, e coloquei uma roupa fresnca pois o dia parecia que seria quente. Me dirigi a cozinha em silêncio. A casa já estava arrumada, as pétolas de rosas juntas em baldes, as luminárias recolhidas em um canto. Sorri. Coloquei o rosto na porta.
   - Tabom, tabom, beijo, até amanhã.-  Luan estava falando no telefone, mas desligou quando me viu.
   - Tá de cueca ainda ? Hahaha
   - É, eu fico bonito assim. - Ele se olhava no reflexo da geladeira.
   - Ai ai, concordo. - O abracei por trás e lhe dei um beijo. - Tava falando com quem ?
   - Minha tia, amanhã vamo almoçar em Campo Grande.
   - Que legal, to com saudades das meninas !
   - É de fofocar. E hoje, vamos pro rodeio aqui mesmo, meus pais chegam depois do almoço.
   - Ebaa ! -  Logo, notei a mesa farta a minha frente, o que fez minha barriga roncar.
   - Eita, tem alguém com fome ? hahaha ! - a mesa estava simples, mas bem decorada com copos e pratos com a marca "Luan Santana" , bolo de chocolate, pão de forma, presunto, queijo, broa, café e leite quente - O leite veio direto da vaca, o Zé deixou ai hoje cedo, o resto eu que fiz, sozinho.
    - Hum, que belezinha, pode casar - ele abriu um sorriso, e eu ri da cara dele - Não, Luan, vamos comer então!
     Tomamos o café da manhã, rindo e bagunçando, jogando pedacinhos de pão no outro e dando bolo na boca. Ele parecia um anjo quando gargalhava daquele jeito.  Ajudei ele a guardar as coisas e a fazer tereré pra levarmos para a beira da piscina. Ele levou o violão, e cantou várias musicas. Ajudei ele a criar melodias, e compusemos uma ou duas frases que logo seriam músicas. Mas me entediei, me troquei e pulei na piscina.
    - Vem amor, tá uma delicia !
    - Não, tá ficando frio, e vai bagunçar meu cabelo.
    - Ora pois, até parece uma mulherzinha ! Vai bagunçar meu cabelo ! - fiz uma imitação fraca, provocando-o.
    - Olha só, perdeu o medo de mim ? Vou te mostrar quem é mulherzinha ! - ele tirou o hobbie por cima da cueca e pulou na piscina - Volta aqui, vai, volta ! -  
       Ele começou a me perseguir, mas correr na água era difícil, e ele tinha mais habilidade em nadar que eu, então logo me alcançou. Me prendeu com os braços entre seu peito molhado e a parede da piscina, me olhando o mais sedutoramente que um homem podia ser.
  - Quem é mulherzinha ?   
  - Você .. vai fazer o que ? 
    Ele me beijou, bruscamente, mostrando que queria muito mais que um beijo.

 Capitulo 53

      Preparei o almoço, e logo que arrumamos a casa, eles chegaram. Amarildo, Marizete, Bruna e Pedro. Diferente do que eu achei, logo a tarde esfriou muito, típico da cidade.  
     A noite fomos a festa local de rodeios, que eu costumava frequentar na infância. Eu estava radiante de volta ali. Ficamos apenas no camarote assistindo os shows, pois até dali as pessoas reconheciam Luan, e algumas até eu. 
       Na segunda, feriado, voamos logo cedo para casa das irmãs Paniago em Campo Grande, onde toda família estava reunida. Dias assim eram raros depois da fama, e era visível a felicidade de cada um ali, Luan estava radiante, e consequentemente eu também, vendo-o assim. Bruna parecia ter se acostumado com Londrina, e se incomodava com os mosquitos. Eu podia entender perfeitamente a falta que ele fazia pra Campo Grande, e a falta que Campo Grande fazia pra ele.
      Depois do almoço, os homens foram cantar e as meninas se reuniram dentro da casa para "fofocar" como eles diziam.
   - Ah Jeny, lógico que ele tá errado, ele .. Luan ? Gente , o Luan tá ali , olha ! - Olhei pro local indicado, e vi Luan saindo correndo. 
  - Ai, mas ele é lindo ! - ele imitava,todas saíram correndo com almofadas e sapatos para atacá-lo, enquanto eu gritava :
   - Calma gente, não machuca ele.
     Voltamos pra casa ao entardecer, pois de repente eu comecei a me sentir muito mal, como no dia do assalto em Sergipe, e preferi voltar a rotina com Luan apenas na quarta.


Capitulo 54

    Foram mais de um mês dessa linda rotina louca. Eu acompanhava Luan e adquiria tudo que precisava para seguir minha própria carreira tendo ele como exemplo. O meu ídolo musical, era o amor da minha vida.
    Dormíamos as seis da manhã, acordávamos as quatro da tarde, comíamos de madrugada na asa do avião, e fazíamos amor onde e quando desse vontade. Era tudo perfeito, mas logo acabou.
    Desde o festival em Sergipe, eu estava ficando com a saúde debilitada devido a mudança de hábitos, e eu me sentia muito mal com frequência. Tive alguns desmaios, enjoos e tonturas insistentemente. 
    Luan se preocupava demais, e ficava todo segundo comigo do lado, até no camarim me fazia vestir a camisa da produção pra não causar desconfianças e ficar perto dele, e quando não estava, ligava todo tempo. Insistia toda vez que eu fosse no médico, mas eu achei melhor apenas voltar pra casa e descansar uns dias, e voltar a trabalhar até alguma gravadora me ligar.
     Mas, ele não abriu mão que eu ficasse na casa dele, pra que me visse com mais frequência  e que Pedro seu cunhado - agora formado em medicina - me tratasse assim que voltasse do estágio em Madrid, assim se sentiria mais tranquilo. Ofereceu que meus pais dormissem lá também.
     Fiquei uns dias, quase uma semana de repouso, mas nunca parada. Marizete me ensinou a cozinhar muitas coisas, Bruna me ensinou comida japonesa - sua especialidade - , e como eu não saía, as meninas de Campo Grande viajaram até aqui para me ver.
     Luan arranjava qualquer desculpa para voltar e grudar em mim. Tinha todo cuidado do mundo.
     Finalmente, Pedro voltou, e imediatamente veio me ver.
     - Maricota, que saudade guria ! 
     - Oi Pepito, como foi a viajem ?
     - Otima, obrigado por perguntar. Então ce tá dodói ?
     - Bah, Pepito ! Seu cunhado que exagerou um pouco .. é só uns mals estares.
     - Tabom, deite ai que eu vou te examinar.
    
Capitulo 55

   Bruna então entrou no quarto, para acompanhar os exames, mas quando chegou perto de nós e seu perfume muito doce e forte me atingiu, senti um familiar soco no estômago e corri para o banheiro. Quando voltei, os dois me olhavam estranhos.
  - Desculpa gente, foi seu perfume Mari. Vamos ?
  - É, vamos.
     Me deitei na cama do quarto, nossa maca improvisada e Pedro começou a me examinar pressionando minha barriga, tocando em pontos, o que me causou incômodo. Então parou e me perguntou :
  - Mari, você tem engordado ?
  - Com certeza, esses fast foods do Luan me trouxeram uns dois quilos.
  - Você tem sentido dores frequentes em algum lugar ?
  - Agora que você falou, meus seios estão meio doloridos.
  - Sua barriga está roliça, maior ?
  - Sim, troquei várias calças. 
  - E, você sente enjoos, desmaia, sono excessivo, fome demais a quanto tempo ?
  - Algumas semanas, desde comecei a viajar com o Luan.
  - E faz quanto tempo que voltou com Luan ?
  - Em março, uns dois meses quase. Mas o que isso tem a ver ?
  - Você não está assim por causa das viajens Mari.
  - O que ? Então eu estou doente ?
  - Não. - ele pegou no criado mudo um objeto de porcelana que eu nunca tinha reparado. Ele pôs em minha mão. Era um bebê. - Você está grávida.

Capitulo 56
  
      - Oh ! - foi o que Bruna conseguiu fazer. Pedro se sentou a espera de uma reação e eu fiquei na cama, paralisada tampando os olhos, refletindo sobre cada palavra que acabara de ouvir. Tentei me lembrar como havia acontecido. O carro.  Não sei quanto tempo fiquei assim, mas o suficiente para pensar em muita coisa. -  Temos que contar pro Luan.
       - Contar o que pra mim ? - A voz nova que surgiu no quarto me fez saltar, tirando-  me do oceano de pensamentos. Não era hora do Luan chegar. Demorei a voltar a mim, e se não conhecesse com tanta perfeição aquele rosto, não o reconheceria, pois o cabelo estava cortado de modo diferente que éramos acostumados.
        - E ai cara, que mudança é essa ? - Pedro conseguiu dizer.
        - É que eu tenho uma super novidade ! Já que eu me comportei bem esse ano,sem escândalos e notícias polêmicas, a gravadora americana fechou com a gente ! Em dezembro entregamos as músicas e começamos a gravar ! Ai eu quis mudar , já que vai mudar o show também ..
         O baque da notícia quase me fez desmaiar. Era informação demais. Como eu diria que agora ele teria um grande escândalo ?
          - Meu amor, nossa, quanta surpresa ! Eu ... tô muito feliz por você, de verdade, parabéns, você merece ! 
        Todos o abraçaram, comemoramos por um tempo, mas ele voltou em si.
          - Mas e ai .. ce examinou minha muié Pedrão ? Ela tá bem, vai poder viajar de novo ? O que ceis tinha que contar pra mim ? - Ele arrumava o cabelo no espelho.
          - É examinei, e .. 
          - E eu tava certa, foi tudo por causa da viajem, tá tudo bem viu amor ? Eu só preciso de um repouso.
          Ele e Bruna me olharam confusos.
          - Que bom meu amor, vou continuar cuidando de você, que alívio ! Agora .. eu vou tomar banho que tô cheio de cabelo e vamos fazer um jantar pra comunicar oficialmente tá ? Beijinho.
          - Tá, beijo.
          Quando ouvimos o chuveiro do quarto dele ligar, Pedro logo lançou :
          - O que foi isso Marianna ? Porque você não contou pra ele ?
          - Eu não posso ! Não posso fazer isso com ele ! Imagina .. o que vai acontecer na vida dele , se esse escândalo vier a tona ? Luan Santana tem filho no auge da carreira ! Contratos cancelados, perda de audiência, fora as fãs que sabe lá o que fariam comigo !
           - Mas uma hora ele vai ter que saber !
           - Ou não. - Sai, batendo a porta, certa de minha decisão. 

Capitulo 57

    Naquela noite, jantamos todos juntos - inclusive meus pais - para comemorar o rumo que a carreira de Luan tomava.
  - A Família Luan Santana ! Tim tim !
     Depois do brinde, convidei Luan para passear no deck do condomínio. 
  - A Bruna me contou que você recebeu 3 convites de gravadoras, tá começando melhor que eu hein muié ?
  - Haha, é, verdade, recebi, mas eu disse que ia conversar com você primeiro.
  - Aham, eu passo tudo pro Anderson.
  - É, mas não agora, eu .. quero voltar pra casa agora , me ajeitar.
  - Porque ? Você não quer mais ficar aqui ? Não gostou daqui ? Aconteceu alguma coisa, te fizeram alguma coisa ? O Pedro ..
  - Não, não Luan, sua família é maravilhosa ! Eu nunca fui tão bem tratada na vida, mas eu tô fora de casa desde o começo de março, já é quase maio ! Nem sei qual foi a ultima vez que eu vi a Amannda.
 - Mas eu vou sentir saudades ..
 - Eu também .. mas eu, e , eu não moro aqui e não vou viver do seu dinheiro .. né ? Fica tranquilo ..
 - Tá, tabom, amanhã eu te levo, pode ser ? Dorme comigo pelo menos hoje ! - ele me olhou, fazendo bico, e eu assenti.
 - Luan, me promete uma coisa ? - eu disse enquanto me virava para observar o lago, e ele me abraçava por traz.
  - O que ?
  - Que você nunca vai duvidar nem esquecer do meu amor ?
  - Claro que não meu amor, eu prometo. Também te amo, muito.

  Partimos no dia seguinte após o almoço. Deixei para me despedir de Bruna e Pedro por último.
  - Você vai contar pra ele né ? 
  - Não. E vocês tem que me jurar que também não, até eu decidir o que eu vou fazer.
  - Marianna, para com isso ! Você vai contar sim, ele tem que saber que vai ser pai !
   - Eu .. vou sentir saudades. Tchau. - saí vagarosamente, pesadamente.
     Já na porta de casa, meus pais me deixaram me despedir dele e, apenas o beijei, lenta e intensamente, sentindo em mim que seria a ultima vez, gravando cada detalhe do beijo mais maravilhoso do mundo.
 - Eu te amo.
 - Eu te vivo.


Capitulo 58

   Compus algumas musicas dos dias que fiquei em casa de repouso, pensando de um dia iria gravá-las.
   Minha ex patroa decidiu me aceitar de volta na biblioteca depois que eu melhorasse quando contei a situação.
   Luan me ligava de noite, antes de subir no palco. Seus dias estavam curtos e corridos demais, não nos vimos mais, pro meu alívio. 
   Eu pensava demais, sufocadoramente , em um modo de resolver aquela situação. 
  Em uma noite fria, resolvi sair para andar, e depois de alguns minutos, parei na praça na esquina de casa, que estava vazia. Me sentei no banco, distraida, observando a fumaça que saia de minha boca quando eu respirava.
  Fui surpreendida, quase meia hora depois, ao sentir alguém se aproximando por trás, silenciosamente. Não me movi. A pessoa tapou meus olhos, como amigos e namorados faziam. O alívio me tomou de forma feroz quando senti o anel e reconheci a pessoa :
 - Bernardo ?! 
- Oi. Não acha perigoso uma garota sozinha aqui a essas horas ?
- Pra um garoto não ? Ainda mais você, pirralinho ! - lembrei me que ele se irritava com o fato de ser um ano mais novo que eu, e me arrependi.
- Mas eu sou faixa roxa de karatê lembra ?
- Ei, isso faz muito tempo, e eu também sou.
- Ah sim, claro, você e seu super soco !

- Você me subestima demais né ? Não aprende nunca !
- Ow, que medo !
- É, bom mesmo ter muito medo.
- Tabom, ok. Mas diga, porque se encontra aqui, e porque não me contou que estava namorando o Luan Santana ?
- Bê, er .. eu e ele namorávamos antes de você voltar, esse tempo que eu sumi, estava viajando com ele. Mas tive problemas e voltei.
- E porque você escondeu isso de mim ?
- Escondemos isso de todo mundo até o momento certo .. ele .. tem muito ciúmes de você.
- Nossa, sério ? Hahaha, que honra.  Mari .. você foi uma parte essencial da minha vida, minha primeira namorada, minha primeira mulher, mas .. tudo muda, diz pra ele relaxar tabom ?
- Eu sei .. obrigado. Mas e você, tá fazendo o que aqui ?
- Vim pensar,me despedir daqui.
- Como assim ? Você acabou de voltar !
- É, mas não foi como eu pensei, e eu recebi uma ótima proposta para jogar em um time de Madrid, o horário é tranquilo, vai ser bom e eu .. vou sentir sua falta !
  De repente, levei um choque. Tudo começou a clarear na minha mente. Era tudo isso.
- Não.
- Hã ?
- Bernardo, eu vou com você.


Capitulo 59

O que ? Ce tá doida Marianna ?
- Eu não vou te dar trabalho, eu vou trabalhar e morar sozinha, prometo !
- Você se drogou ? Como assim ? O Luan te fez alguma coisa ?
- Não, mas é por ele que eu vou. Eu tô grávida Bê.
- O quê ? Como assim ? Agora que você não vai ! Ele tem que assumir essa criança !
- Não Bê, olha, eu não quero que você assuma, mas eu não tenho coragem de atrapalhar a carreira dele ! E é o que aconteceria se ele assumisse. Eu .. só preciso de alguém para estar comigo as vezes ..
- Isso é loucura Marianna ! O que você vai dizer a ele e sua família ?
- Eu não sei. 
- Eu vou dia 1 de maio. E, eu vou ficar na sua cola, aqui, em Madrid, pra sempre. - eu sorri. - Admiro de verdade sua atitude, sua prova de amor. Eu cuido de vocês, prometo.
- Obrigado Bê, obrigado. Eu te amo muito.- O abracei, certa de que essa era a unica forma de tudo ficar bem.

Capitulo 6O

   Voltei para a casa, e liguei pro Luan.
- Oi meu amor, que surpresa boa !
- Oi Luan, tudo bem ?
- Melhor agora bebê, amanhã eu vou pro Norte de novo sabia ? E você, tá boa ?
- Eu tô bem, tô. É, eu sei, vou ficar com saudades !
- Eu também meu amor, mas logo eu vou te ver né ?
- É, acho que sim.
 - Ow, eu posso cantar uma coisa pra você ? Escolhi agora pra colocar no CD. É pra você lembrar de mim quando sentir saudades, tá ?
- Tá, canta.
- Eu vou pegar o violão, pera .. vamo lá.
Como a Terra e o Sol, eu giro em torno de você
E o que te faz feliz, é o que me faz viver
Esse seu jeito natural me leva ao extremo
Não tem como evitar
Uma conexão, algo que eu não entendo
Perto de você, o amor volta no tempo
Longe de você eu sinto que eu tô morrendo
Se você chora em silêncio eu me desespero
Pode até duvidar mas eu falo sério
Somos ligados por telepatia
O meu olhar cruza o Universo pra encontrar o seu
O nosso amor não tem limites porque não morreu
Faltam palavras pra expressar o quanto eu te quero
O que tá dentro de você também se acha em mim
Tenho certeza que o destino escreveu assim
Tá carimbado, tatuado dentro de nós dois
Não deixe nada pra depois. - E ai, gostou amor ?

- Nossa Luan, é perfeito, como tudo que você faz, eu não te mereço !
- Para de graça, nós fomos feitos um pro outro !
- Eu te amo muito, não esquece disso nunca tá ?
- Eu te amo muito mais. Tchau meu amor.
- Tchau, até. - Desliguei o telefone, guardando aquelas como as ultimas palavras que ouviria dele.
  Cai na cama, em prantos.

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